Mantenha a calma.

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Com o passar dos dias Elena e eu estávamos cada vez mais juntos. Passamos a nos ver quase todos os dias da semana e todos os finais de semana. Começamos até dizer que tínhamos uma relação de "amorizade".

Eu estava curtindo tudo aquilo que estávamos vivendo, mas algo em mim crescia a cada dia, junto com ele o medo, o medo de não ser recíproco. Eu queria falar pra ela como eu me sentia, queria dizer o quanto era bom estar com ela e o quanto ela me fazia bem. Queria poder olhar nos olhos dela e dizer tudo que eu sentia.

Porém, é o que eu sempre digo é preciso manter a calma, é necessário entender que cada coisa tem seu tempo. E eu sabia que no tempo certo as coisas iriam fluir, como já estavam.

Naquela manhã de sexta, eu recebi um telefonema da minha mãe, Emilly, ela estaria vindo a São Paulo me visitar. Já fazia algum tempo que eu não a via, sentia sua falta, claro. Mas era complicado ficar viajando de São Paulo para BH.

Assim que cheguei no meu escritório já fui recebido por Harper, com novidades de uma nova campanha que ficamos responsáveis para fazer. Durante quase toda a manhã trabalhamos duro em vários detalhes, já agilizando todo o processo de como o faríamos.

- Minha mãe está vindo. - Falei enquanto analisava algumas coisas no notebook.

- Sério? Quando ela chega?

- Essa noite. Problema que marquei com a Elena, mas fico sem jeito de desmarcar.

- Já tem quase 1 mês que vocês estão nesse pega-pega. Não desmarque, faça um programa com ela e sua mãe. - Olhei surpreso para a Harper que seguia focada em seu notebook.

- Mantenha a calma lembra? - Ela me olhou e deu de ombros.

- Pra que manter mais a calma? Vocês se gostam e isso é nítido. - Harper sabia da minha paixão pela Elena, porém, em uma coisa ela estava errada. Talvez o sentimento não fosse recíproco.

- Eu não sei, e se ela pensar que eu tô querendo ir rápido demais? Se pensar que quero pedir ela em namoro? Eu nem apresentei vocês ainda já vou apresentar minha mãe?!

- E você não quer pedir ela em namoro?! - Ela me olhou. - Fernando, eu nunca te vi assim por mulher nenhuma, você tá mais que apaixonado por ela. Então do que você tem medo? - Harper me conhecia bem e sabia que eu tinha algum medo escondido relação a Elena.

- Medo de não ser recíproco. - Disse enquanto me levantava. Caminhei até a outra mesa, peguei a garrafa de whisky, abri e despejei o líquido em um copo ali presente. Peguei o mesmo e bebi, sentindo o líquido queimar minha garganta.

- Você sabe se é ou não. Essas coisas não precisam ser ditas, você sente. - Ela olhou para o relógio. - Já disse o que podia. Agora é com você. Siga meu conselho. Preciso ir, César está me esperando pra almoçar.

Eu revirei os olhos, sabia que ela ficava triste quando eu reagia assim, mas eu não sei fingir que gosto de alguém só para agradar. Com um beijo em meu rosto ela se despediu e saiu, me deixando ali sozinho, pensativo.

Será que eu deveria mesmo? E se ela não gostar tanto de mim assim? O que eu faço?
Suspirei, voltei até minha mesa e me sentei na cadeira, peguei em meu celular, fui até o contato da Elena onde havia uma foto de nós dois no parque de diversões, local do nosso primeiro encontro. Disquei então seu número. Não demorou muito e ela atendeu.

- Oi Fê! - Eu sorri do outro lado da linha.

- Oi Lelê, tudo bem? Atrapalho?

- Tudo certo e com você? Sabe que não atrapalha nunca. Aconteceu alguma coisa?

Para Sempre 💜 [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora