Para Sempre 💜 [CONCLUÍDA]

As voltas que o mundo dá.

1 mês. Já fazia 1 mês em que eu estava junto com a Isabella. Não era de todo ruim, tem as brigas, é bem verdade, porém tem os momentos bons. Ela me fazia bem também, eu me sinto bem ao lado dela, ela me cuida, me dá carinho. Mas como eu sempre digo. Quando a gente menos espera, o destino vem e nos dá uma rasteira.

Eu que sempre fui acostumado a brincar com corações, estava sendo abandonado outra vez em menos de 2 meses. Parece o mundo girou não é mesmo? A Isabella foi embora, assim como a Alice. Sem explicações, sem um porque. Eu estava apegado a ela, eu já tinha me acostumado com ela, eu já amava ela.

1 mês, foi tudo durou. 30 dias, e aqui estou eu mais uma vez sozinho, tendo como companhia apenas minha pequena Jess, minha Huscky linda. Estava brincando com ela quando de repente uma mensagem em meu celular me chamou atenção. Era a Elena, curiosamente me pedindo conselhos sobre seu namoro. Achei um pouco estranho mas me coloquei ao dispôr para poder ouvir o que ela tinha a dizer.

Durante nossa conversa, ela mencionou que o Henrique havia se tornado mais ciumento que o normal e as brigas entre os dois era constante, disse também que ele não era mais a mesma pessoa de antes, de quando eles não tinham um relacionamento sério.

A aconselhei, por vários dias, porém ela com medo de machucar os sentimentos dele continuou com a relação, como diria os mais velhos, continuou empurrando com a barriga. Como eu já a conhecia o bastante eu notava que ela não estava feliz, mas por incrível que pareça eu conseguia fazer ela sorrir praticamente durante todas as nossas conversas e isso, como esperado, gerou mais brigas e discussões entre eles, dessa vez, o motivo era a minha amizade com ela.

Tentei me afastar um pouco, cheguei a falar isso com ela, que se fosse melhor a gente manteria certa distância já que não era minha intenção acabar com o relacionamento deles. Mas para minha surpresa ela se recusou a se afastar de mim.

Com o passar dos dias, a gente se aproximou muito mais do que antes, conversávamos durante todo o dia e até madrugadas, percebia que ela possivelmente estava me dando mais atenção do que ao namorado. Não reclamei, não sou bobo também e como meu desejo por ela nunca acabou, continuei levando.

Por muitas noites me peguei acordado pensando nela, na gente até, se as coisas não estivessem tomado certo rumo, poderia ser eu o cara ao lado dela, poderia ser eu o responsável pela sua felicidade. Sonhava com ela muitas vezes, a desejava em segredo. Eu sei que no fundo ela sabia, já que eu nunca escondi de certa forma em palavras e ações que ela mexia comigo de uma forma que eu não sabia explicar.

Alguns dias depois, de tantos conselhos que compartilhei com ela, um recado da Elena me deixou feliz, ela e o Henrique tinham terminado. Não fiz nem questão de esconder que estava feliz com isso, afinal eu estava acompanhando a história e sabia que ele não estava mais fazendo bem pra ela. Aproveitei então a chance, meu coração estava em cacos e o dela também, porque não nos curarmos então? Não tinha nada a perder.

A chamei para sair e ela dessa vez aceitou sem pestanejar. Combinamos de ir tomar um açaí, é minha sobremesa favorita e ela gostava também.

- Nossa que mulher mais linda! - Eu disse quando me levantava da cadeira onde estava para poder ir de encontro a Elena que acabara de chegar a sorveteria, envolvi meus braços em seu corpo e puxei minha respiração, sentindo o delicioso cheiro do perfume dela invadir minhas narinas, suspirei enquanto abria um sorriso.

- Olha só quem fala. - Ela sorriu pra mim, aquele sorriso. Quanto tempo eu não o via, Deus, eu era apaixonado pelo sorriso dela.

Puxei a cadeira para que ela se sentasse e voltei ao meu lugar.

- Já fez seu pedido? - Ela perguntou olhando pra mim enquanto ajeitava os óculos de sol sobre seus cabelos.

- Ainda não, estava esperando você chegar.

- Então vamos pedir. - Uma atendente então veio ao nosso encontro, fizemos nossos pedidos de açaí.

- Como você está? - Eu perguntei, ela suspirou antes de responder.

- Posso dizer que estou bem. Não estou chateada, no fundo mais aliviada. Eu não estava tão feliz na relação e ele também não, foi uma decisão melhor pros dois. - Ela então sorriu de novo pra mim. Ela queria me matar, só pode.

- Eu entendo, queria que meu relacionamento estivesse acabado assim também, mas infelizmente não tive nem a oportunidade de falar ou ouvir alguma coisa além de "estou indo embora, vai ser melhor pra gente." Você sabe bem como acabou. - Dei de ombros e logo nossos pedidos chegaram.

Enquanto tomávamos o açaí, continuamos conversando, assuntos banais e aleatórios, mesmo dizendo que não eu sentia que ela estava de certa forma sim, abalada com o término e um pouco tristinha, notei isso assim que ela chegou. Graças a Deus então consegui arrancar algumas risadas dela.

- Nossa você é muito bagunceira! - Disse rindo enquanto melava um pouco seu rosto com a Nutella presente no açaí.

- Ah você não fez isso Fernando! - Ela fingiu uma cara de brava e logo melou meu rosto com um creme que estava em seu açaí, senti o gelado e me arrepiei.

- Ei! Isso é sacanagem - Olhei para ela perplexo e logo revidei. Ficamos nessa nos sujando e rindo um da cara do outro. Quando nos cansamos, começamos a nos limpar.

- O pessoal daqui deve tá bem bravo com a gente. - Ouvi ela dizer enquanto limpava a mão.

- Ah, eles precisam ver um pouco de diversão! - Comecei a rir enquanto terminava de me limpar. Olhei pra ela e então vi que ainda tinha açaí em seu rosto.

- Tá sujo aqui. - Falei enquanto me aproximava dela, fiquei com meu rosto bem próximo ao seu e levei meu polegar até o local que estava sujo, limpando e logo trazendo meu dedo até minha boca. Sorri pra mesma e deixei meus olhos fixos nos seus.

Vi quando o sorriso dela foi morrendo aos poucos e seus olhos desviavam entre os meus e minha boca, como nossos rostos estavam próximos, senti sua respiração descompassada. Eu não me encontrava em um estado diferente do dela, respirei fundo e então me aproximei mais, fechei meus olhos e pressionei meus lábios contra os dela em um selinho demorado.

É, essas são as voltas que o mundo dá.