Capítulo 2

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Eu: Só há uma hipótese. Emigrar.

Não me importava nada.

Ficamos em silêncio durante um bom bocado.

Pai: Não podemos emigrar.

Eu e mãe: Porquê?

Pai: Porque temos a nossa vida toda cá.

Mãe: E qual é o problema?

Começaram outra vez a discutir. Eu levantei me e fui para o meu quarto. Estava farta, farta de tudo. Discutem por tudo é por nada. Abri uma caixa que tinha no meu quarto e tirei de lá uma tesoura. Comecei a cortar-me. À uns dias já me tinha começado a cortar nas pernas. Doía mas sabia tão bem.

No dia a seguir acordei e quando estava na cozinha a tirar o meu iogurte do frigorífico os meus pais entram na cozinha.

Mãe: Temos de falar.

Eu: Tenho de ir para a escola.

Pai: Espera só um bocadinho.

Eu: Digam.

Mãe: Vamos para Londres.

Eu: O quê?

Espera. O quê ???

Mãe: Nos estivemos a falar ontem a noite sobre a ideia que tinhas dado e decidimos ir para Londres.

Eu: Ok. Adeus.

Mãe: Não ficas feliz ?

Eu: Fico.

Pareci não me importar mas eu estava bastante feliz. Acho que nunca estive tão feliz nos últimos anos como agora. Finalmente ia sair desta vida daqui, ia sair desta rotina de merda.

O dia correu como sempre. Mal.

Ao fim do dia fui para casa.

Mãe: Vamos para Londres quando acabares o 12° ano.

Eu: Tá.

Subi para o quarto e deitei-me na cama. Comecei a pensar como ia ser a minha vida num novo país. Como é que eu me ia adaptar? A língua, a cultura, tudo. A língua não era bem um problema, eu até falava bem inglês. Será que eu lá ia ter amigos ? Sim eu aqui não tenho amigos nenhuns. Acabei por adormecer, estava muito cansada.

Os dias seguintes foram todos iguais, sempre a mesma coisa.

Até que enfim, hoje é o último dia de aulas, o último dia do 12° ano. Este ano sofri tanto. Quando cheguei à escola estava la o tal grupo.

Eles: Então feliz ? Vais te ver livre de nós. Esperem se calhar ela não sabe porquê, e tão burrinha. Estúpida hoje e o último dia.

Virei lhes as costas e fui para a sala.

  Ao fim do dia fui para casa. Cheguei e fui me deitar na cama. Veio me a cabeça tudo o que eu tinha este ano e quando dei por mim estava a chorar. Não me controlei e tive de ir buscar a tesoura.

 

Ao outro dia acordei e fui tomar o pequeno almoço. É tão bom acordar e não ter de ir para as aulas.

Mãe: Bom dia.

Ela não deve estar bem. Ela nunca diz bom dia.

Eu: Bom dia?!

Mãe: Já decidiste se vais para a universidade?

Eu: Acho que vou porquê?

Ela está a ser muito boazinha, alguma coisa não está bem.

Mãe: Se fores vamos para Londres para quando estivesses a entrar porque assim vais para uma de la.

Eu: Hum ok.

Eu já devia de saber que e só por causa de irmos para Londres. Ela nunca se iria preocupar comigo ou saber o que se passa na minha vida. Ultimamente temos falado mais mas é só por causa de Londres. Agora e Londres para lá Londres para cá. Londres, Londres e mais Londres. Já se percebeu que vamos para Londres porra.

Acordei cedo numa segunda feira e decidi ir andar um bocado de bicicleta, o que é muito raro eu fazer. Vesti umas legins pretas e uma camisola e calçei umas sapatilhas.

Andei ali a volta de casa e fui ao parque que havia lá perto e fui ate ao bar pedi um sumo e sentei me. Estava a olhar para o parque e vejo um homem ao longe que parece o.meu pai mas não pode ser esta acompanhado por uma mulher e tenho a certeza que não é a minha mãe. Não deve ser ele. O homem começa a aproximar-se e ó meu deus, não pode ser.

Mais um capítulo, espero que tenham gostado.

Kisses

Why? | h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora