IX - de volta para casa

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Chegamos em casa, finalmente.
- Filha quer ajuda. - minha mãe anda em minha direção.
- Não, não precisa, eu tenho que me acostumar a usar isso, pelo jeito vou usar um bom tempo. - falo descendo do carro.
Meu Deus como isso é ruim. Mas foi uma escolha minha, na verdade não era exatamente isso que era para acontecer.
Subo as escadas com dificuldades, vou pro meu quarto e vou para o banheiro, tiro os suportes do pé e as roupas, usos as muletas para subir na balança e me equilibro.

48,4
Desço da balança é subo novamente
48,4
Como assim, fico 4 dias lá e já engordei 3kg

Isso não pode ficar assim, agora vai ser mais difícil emagrecer sem consegui me exercitar direto. Que merda.
Encho a banheira e entro, a água morna é tão boa.
Talvez eu tenha tido uma terceira chance de viver, talvez eu deva parar com isso.
Não, definitivamente não posso, não posso engordar.
Mergulho a cabeça, me lembro de tudo naquele dia, levando a cabeça e começo a chorar, será que eu nunca vou ser feliz novamente. Eu era só na infância. "Quando eu era uma garota de verdade".
Hj é sábado que tédio, nunca passa nada de bom na TV no sábado.
Me levanto e sento na beira da banheira para me secar, me sinto uma inútil.
Me troco, coloco os suportes nos pés e pego as muletas e fico parada na frente do espelho, já me olhei tanto que fazer isso virou tipo um ritual sagrado, da pra ver que engordei, quando me sento aparece dobrinha na minha barriga, isso não devia acontecer.
Saio do quarto e paro na frente da escada será que se eu me jogar da escada eu posso quebrar meu pescoço, não seria melhor me enforcar, é mais garantido, se bem que eu pulei de um prédio com 8 andares e não morri, é melhor olhar pra frente e tentar recomeçar, será um novo começo. (Pelo menos eu acho que será).
Chego na cozinha, minha mãe está concentrada fazendo um macarrão (cheio do gordura) me sinto enjoada só de pensar nisso.
Meu pai como sempre está lendo jornal, quem lê jornal.
A campainha toca sem parar como eu estou mais perto, a atendo.
- Chloe, como pode. - é Jane parece estar furiosa mais não está gritando.
- Você nunca vai me entender, então não pergunte. - respondo.
- Não, nunca mesmo, nunca vou entender como você fez isso sabendo que tem um monte de pessoas que te ama, que te quer por perto, o que te aconteceu de tão ruim assim pra você fazer isso, fazer isso de novo. - estou ficando nervosa, pelo jeito ela não sabe o que aconteceu naquela noite, ele é sempre a ultima a saber das coisas (menos da escola). - Como você teve coragem, de fazer isso com a gente.
- PORQUE EU FUI ESTUPRADA. - grito, ela não cala a boca.
- O que ... com assim ... eu não ... me desculpa ...sinto muito. - ela me abraça.
- De boa ele já foi preso. - já não me importo com mais nada.
- Me desculpa. - ela está chorando. - Eu não sabia disso, desculpa.
- Ta eu já entendi, não precisa ficar se lamentando.
Ela continua me abraçando e chorando.
- Você quer entrar ?.
- Claro.
- Vamos pro meu quarto.
- Boa noite senhor e senhora Benson.
- Boa noite!. - eles respondem.
Subimos no meu quarto, eu liguei a TV, sempre faço isso mesmo que eu não assista nos sentamos na minha cama.
- Então ... Você quer falar sobre oque aconteceu ? Se não quiser não precisa só ... se você quiser. - ela me pergunta confusa, concerteza ela não sabe nem o que está fazendo.
- Não ... eu ... eu vou deixar pra psicóloga mesmo. - respondo.
Sim eu terei que fazer psicologia, me surpreende eu não ter que ir a um psiquiatra do jeito que os meus pais são.
- Eu sinto muita falta de conversa com você e eu queria fazer uma pergunta. - ela fala e está um pouco estranha.
- Claro. - respondo.
- Você acha que alguma menina namoraria comigo ?.
- Mais é claro que sim, você é incrível.
- Eu to muito confusa com tudo isso ... eu não sei se conto a meus pais, não sei qual será a reação deles. - ela fala preocupada.
- Seus pais te amam acima de tudo não importa a sua orientação sexual você vai continuar sendo a mesma Jane. - respondo.
- Tem razão, mais acho melhor fica só entre nós três.
- Nós três ?.
- Sim, é porque eu contei pro meu irmão também.
- Ata!.
O celular de Jane toca.
Ela saiu do quarto para atender.
- O que foi ?. - pergunto
- Nada de mais, era minha mãe ligando pra falar pra mim ir embora porque nós vamos jantar fora hoje, bom vou ter que ir, bem vinda de volta.
- Tchau.
- Tchau. - ela sai e vai embora, não vou acompanha-la porque é muito ruim descer essa escada.
É melhor eu ir dormir.

Ainda sou eu, Chloe Benson (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora