Capítulo 9

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O jeito que a Jhey falou, me deixa um pouco intrigada, melhor dizendo: assustada.

- Jhey porque você tá falando dessa forma?

- Porque eu estou falando dessa forma? Você não sabe tudo de ruim que pode acontecer.

- Mas não vai acontecer nada!

- Como você pode saber?

- Eu não sei. Eu simplesmente sei que vai ficar tudo bem.

- Você só pode estar ficando louca!

- Não! Eu estou apaixonada.

Ela balança a cabeça negativamente e diz:

- Eu desisto! Ouviu bem? Desisto! Ficar com raiva de você vai ser inútil, você já é bem grandinha, já sabe o que faz.

- Mas eu preciso de você! O que há Jhey? Já passamos por tanta coisa juntas, você não vai me deixar agora não é?

- Eu nunca vou te deixar e você sabe disso, mas você tem que aprender que nem tudo é o que parece ser, Tamânda.

- Eu sei, mas eu preciso ter certeza de que sempre teremos uma à outra.

Sentando-se do meu lado, ela me dá um abraço e me diz em voz amante:

- Eu sempre, sempre estarei do seu lado, haja o que houver.

- Eu te amo amiga.

- Eu também te amo.

Afastei-me do seu abraço, e me veio a lembrança do senhor Pitter na mente.

- Jhey, preciso lhe contar uma coisa.

- O que houve?

- É sobre o senhor Pitter. Eu venho tido visões estranhas e ele está presente em todas elas.

- Que tipo de visões?

- Eu não explicar, eu o vejo pedindo socorro, e quando tento tocá-lo, ele some. É como se ele precisasse de mim, entende?

- Calma amiga, talvez seja só coisa da sua imaginação. Aconteceu alguma coisa que te deixou impressionada de mais?

- Aconteceu.

- Viu? É isso! O senhor Pitter estava presente?

- Estava - uma lágrima cai dos meus olhos.

Vejo que Jhey nota minha tristeza súbita e, com um ar de preocupação muito forte, pergunta:

- Tamânda, aconteceu mais alguma coisa que você não me contou?

Suspiro ofegante e, com os olhos transbordantes a respondo:

- Aconteceu amiga... - lhe dou um abraço e mergulho em prantos. Ainda não havia contando isso para ninguém, e acho que, contar isso para alguém me fez expulsar toda àquela dor e misturas de sentimentos que eu sentia, mas estava reprimindo para mim mesma.

- Tamânda? Tamânda?!

Nem por um momento penso me afastar do seu abraço, todas as cenas das tentativas do Harry abusar de mim, vieram à tona.

Com bastante delicadeza, Jhey me afasta de seus braços e levanta meu rosto.

- Tamânda, o que houve?

- O Harry... Ele... Ele tentou... - me afogo em lágrimas novamente.

- Ele abusou de você amiga?

- Ele tentou, e se não fosse pelo senhor Pitter...

- Amiga... - ela me leva para junto de si e me abraça forte - Calma, já passou.

- E se ele tentar novamente? O que eu vou fazer? Não é sempre que o senhor Pitter estará disponível para me proteger.

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