Capítulo 38

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Passaram-se 6 meses, e eu não cometi nenhum erro. Já consegui ganhar a confiança total da Hilda e também de todos os outros empregados.

Jheison, Abnaziel, a rainha Esthênia e o Galardriel já não me tratam mais como uma simples desconhecida, nem a princesa Dhelayla, pois com muito esforço consegui me tornar a dama de companhia exclusiva desta insuportável e ela depende de mim para tudo.

Consegui me tornar uma grande amiga de Jheison e uso isso como uma arma para conquistá-lo, e sinto que ele não está mais conseguindo conter-se, isso tem um grande valor. Distanciei-me de Galardriel para não criar conflitos com a princesa Dhelayla, quanto mais eles confiarem em mim e gostarem de mim, melhor será, apenas observo as coisas de longe, mas o principal ainda não aconteceu e eu não posso mais perder tempo, minha barriga está ficando cada vez maior e pesada e o tempo está ficando curto, falta uma semana para o casamento e eu não posso dar um passo errado se quer.

Todos se preocupam comigo e com o meu bebê, principalmente o Galardriel, o Jheison e a Hilda, com exceção do rei, que ainda é muito fechado.

- Filha? Bom dia! - diz Hilda entrando no quarto.

- Bom dia, mãe. - Hilda chega até mim e me dá um beijo no alto da cabeça, como faz de costume. - A princesa Dhelayla está a sua procura, hoje é a última prova do vestido de noiva.

- Já estou indo, deixe-me apenas terminar de pentear os cabelos.

- Ela está lhe esperando em seu quarto, mas antes de ir passe na cozinha para tomar um suco.

- Não estou com fome.

- Mas o meu neto está, ora essa!

- Seu neto? É um menino?

- Eu sinto que é um menino! - diz ela suspirando de alegria.

- Está bem, eu passo na cozinha.

Hilda sai e eu continuo a arrumar o cabelo.

Toco a barriga e sinto meu bebê mexer, o que enche meu coração de amor, mas só por ele, só para ele.

Coloco o meu colar e saio do quarto. Ao trancar a porta e me virar acabo esbarrando em Galardriel. Para evitar que eu caia, ele segura em meu braço com uma mão e com a outra segura minha cintura levando-me para perto de si.

- Alteza, perdão.

Ele não fala nada, somente me olha profundamente nos olhos com uma expressão de espanto. Seus olhos apenas se desviaram em direção a minha boca, mas depois voltou sua visão para meu olhar novamente.

- Alteza? Alteza, o senhor está bem?

Como quem é libertado de um transe ele desperta e diz:

- Não, eu.. eu estou...bem?

- Senhor?

Parecendo estar confuso, ele me solta com delicadeza.

- Eu estou bem, me desculpe.

- Eu que peço desculpas por ter esbarrado no senhor.

- Não, a culpa foi minha! Você... você está bem?

- Estou, não se preocupe.

- Que bom... que bom.

Ele parece confuso e atordoado, mas continua me olhando insistentemente.

- Se me dá licença...

- Toda... toda.

Dou de costas e sigo meu caminho.

- Tamânda!

- Sim? - viro e olho para ele, mas só depois de ter respondido, noto que ele não me chamou de Angelis.

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