Passaram-se 6 meses, e eu não cometi nenhum erro. Já consegui ganhar a confiança total da Hilda e também de todos os outros empregados.
Jheison, Abnaziel, a rainha Esthênia e o Galardriel já não me tratam mais como uma simples desconhecida, nem a princesa Dhelayla, pois com muito esforço consegui me tornar a dama de companhia exclusiva desta insuportável e ela depende de mim para tudo.
Consegui me tornar uma grande amiga de Jheison e uso isso como uma arma para conquistá-lo, e sinto que ele não está mais conseguindo conter-se, isso tem um grande valor. Distanciei-me de Galardriel para não criar conflitos com a princesa Dhelayla, quanto mais eles confiarem em mim e gostarem de mim, melhor será, apenas observo as coisas de longe, mas o principal ainda não aconteceu e eu não posso mais perder tempo, minha barriga está ficando cada vez maior e pesada e o tempo está ficando curto, falta uma semana para o casamento e eu não posso dar um passo errado se quer.
Todos se preocupam comigo e com o meu bebê, principalmente o Galardriel, o Jheison e a Hilda, com exceção do rei, que ainda é muito fechado.
- Filha? Bom dia! - diz Hilda entrando no quarto.
- Bom dia, mãe. - Hilda chega até mim e me dá um beijo no alto da cabeça, como faz de costume. - A princesa Dhelayla está a sua procura, hoje é a última prova do vestido de noiva.
- Já estou indo, deixe-me apenas terminar de pentear os cabelos.
- Ela está lhe esperando em seu quarto, mas antes de ir passe na cozinha para tomar um suco.
- Não estou com fome.
- Mas o meu neto está, ora essa!
- Seu neto? É um menino?
- Eu sinto que é um menino! - diz ela suspirando de alegria.
- Está bem, eu passo na cozinha.
Hilda sai e eu continuo a arrumar o cabelo.
Toco a barriga e sinto meu bebê mexer, o que enche meu coração de amor, mas só por ele, só para ele.
Coloco o meu colar e saio do quarto. Ao trancar a porta e me virar acabo esbarrando em Galardriel. Para evitar que eu caia, ele segura em meu braço com uma mão e com a outra segura minha cintura levando-me para perto de si.
- Alteza, perdão.
Ele não fala nada, somente me olha profundamente nos olhos com uma expressão de espanto. Seus olhos apenas se desviaram em direção a minha boca, mas depois voltou sua visão para meu olhar novamente.
- Alteza? Alteza, o senhor está bem?
Como quem é libertado de um transe ele desperta e diz:
- Não, eu.. eu estou...bem?
- Senhor?
Parecendo estar confuso, ele me solta com delicadeza.
- Eu estou bem, me desculpe.
- Eu que peço desculpas por ter esbarrado no senhor.
- Não, a culpa foi minha! Você... você está bem?
- Estou, não se preocupe.
- Que bom... que bom.
Ele parece confuso e atordoado, mas continua me olhando insistentemente.
- Se me dá licença...
- Toda... toda.
Dou de costas e sigo meu caminho.
- Tamânda!
- Sim? - viro e olho para ele, mas só depois de ter respondido, noto que ele não me chamou de Angelis.
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Entre Céus E Terra
Romance1º Livro Reinos distintos, separados por uma grande e antiga guerra. Guerra esta que mesmo tendo acontecido há milênios, guarda segredos e traz consequências até os dias atuais e, no meio de tudo isso dois jovens que se amam. Um anjo e uma feiticeir...