Capítulo 16

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Amanheceu, mas desta vez, o sol não está brilhando. Ao me levantar da cama, me deparo com a porta do meu quarto totalmente quebrada. Sento-me na cama e me levanto aos poucos.

- Mãe? Pai? - os chamo, porém eles não me respondem. Os chamo mais uma vez - Mãe? Pai?

Meu coração congela. Ao sair do quarto vejo tudo revirado. Os tapetes estão rasgados, as cortinas também. Vou até o quarto dos meus pais e a porta está entreaberta, e eles não estão. Desço as escadas e tudo está revirado; os livros estão no chão, a porta está aberta e a sala totalmente destruída.

Ao chegar à cozinha, meu mundo desaba ao ver meus pais no chão.

- Mãe! Pai! - grito, mas eles não me respondem.

Rapidamente vou junto a eles e tomo minha mãe nos meus braços. Ao virá-la para cima, me deparo com um grande e profundo corte no seu coração.

Estão mortos! Meus pais estão mortos! Mas por quê?!

Sinto-me destruída, as razões do meu viver estão mortas. A dor que sinto é tão grande, que meu ser não aguenta. Começo a gritar, mas não por socorro, nem por ajuda, apenas gritar.

- Filha!

Me desperto.

- Filha, está tudo bem? - pergunta minha mãe, segurando minha mão.

Desnorteada, me levanto e abraço o meu pai e em seguida a minha mãe.

- Filha, por que estava gritando? - minha mãe pergunta assustada.

- Mãe, eu tive um sonho horrível!

- Calma minha filha - ela me abraça mais forte - Foi apenas um pesadelo.

Estou muito assustada, meu coração está acelerado, estou suando e tremendo.

- Vou pegar um copo de água - diz meu pai preocupado.

- Não, não! Não vai papai, fique comigo.

- Calma minha filha, eu só vou pegar um copo de água e volto rápido - ele sai do quarto.

- Como foi esse sonho, minha filha - pergunta minha mãe alisando meus cabelos.

- Foi horrível, mãe. Sonhei que a casa toda estava destruída, e que você e o papai estavam mortos.

Ela arregala os olhos, mas não expõe reação alguma e apenas diz:

- Já passou. Foi apenas um sonho ruim, está bem?

- Voltei! - diz meu pai ao entrar no quarto - Viu? Não demorei nada.

Ele me entrega o copo, e senta na cama junto a minha mãe.

- Como foi o sonho, filha? - pergunta ele.

- Querido, é melhor não falarmos disso agora, ela está bastante abalada e já me contou o sonho, depois conversamos.

- Está certo. Tenho que ir ao castelo.

Fico assustada ao ouví-lo. Não sei como estão as coisas no castelo depois do que houve ontem.

- Está bem, querido. Eu também vou me arrumar, hoje temos bastante trabalho no vilarejo vizinho.

- Vamos juntos? - pergunta meu pai.

- Vamos, sim. Filha, você vai ficar bem?

- Sim mãe, eu vou ficar bem, vou tomar um banho e sair um pouco.

- Aonde vai?

Hesito por alguns segundos e falo:

- Não, sei. Talvez eu vá cavalgar ou à casa da Jhey.

Entre Céus E TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora