Capítulo 35

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O portal não irá se abrir novamente para ida, mas se eu consegui me tele transportar sem usar o portal antes, o que me impediria de conseguir novamente?

Fecho os olhos, seguro o colar e desejo voltar para Cierra.

Sou trazida a Cierra e o lugar parece ter perdido todo o encanto aos meus olhos.

- Bleabols!

Olho para trás e vejo Bleabols vindo em minha direção. Continuo olhando para ele seriamente, ele pula e eu o seguro com a mão direita e o arremesso contra a árvore.

- Fique longe! - digo olhando para ele.

Assustado, Bleabols foge de mim e corre em direção ao bosque amarelo.

Não tenho tempo para mais nada, não posso adiar a minha vingança.

Tiro toda a minha roupa e uso um feitiço para queimá-la.

- Reflexus! - crio um enorme espelho em minha frente, fico de frente para ele e aponto a varinha.

Estou com medo, tudo pode dar errado, mas é um risco que eu tenho que correr. Já estou destruída por dentro, ficar destruída por fora não fará muita diferença.

- Decaptos filoptos deckeia tzá!

Ao dizer essas palavras, sinto como se todas as minhas forças saísse pelas minhas mãos e fossem transferidas pela varinha. Uma bola de luz se forma na ponta da varinha, bate no espelho e vem em minha direção. Ouço o som do espelho se quebrando, mas não consigo ver nada, pois toda minha visão está escura.

Glênda

- Ai! - sinto uma grande dor no meu peito.

- Glênda, o que houve? - pergunta Xavier largando xícara e correndo até mim.

- Eu senti... Eu senti um grande aperto no coração, uma sensação ruim, um pressentimento. Temos que subir e ver o como a Tamânda está.

- Querida, ela está triste e nos pediu para ficar sozinha.

- Eu preciso ver a minha filha, Xavier! - Grito desesperada.

- Tudo bem, fique calma. Vamos ver como ela está.

Subimos as escadas e, eu não sei o porquê, mas o meu coração está extremamente aflito. Lágrimas jorram dos meus olhos como a chuva que cai do céu.

- Filha? - bato na porta do quarto.

Tamânda não responde o meu chamado. Olho para Xavier ainda mais aflita.

- Querida, abra-nos a porta, sua mãe precisa falar com você.

- Ela não responde, Xavier! Ela não responde!

Tentamos abrir a porta, mas ela está trancada por dentro. Xavier segura em minha mão a atravessa a porta junto comigo.

Tudo está no quarto, menos ela. Vou até o banheiro e ao abrir a porta não a vejo.

- Ela não está aqui, Xavier! O que aconteceu com a minha filha?!

Xavier por sua vez, abismado, segura um papel em sua mão e com lágrimas nos olhos ele responde:

- Nossa filha... Nossa menina fugiu!

Suas palavras me deixam sem chão.

- O quê?!

- E o pior; ela foi à busca de vingança.

- Deixe-me ver. - Tomo a carta em minhas mãos e começo a lê-la:

- "Mãe, pai, eu sinto muito por estar fazendo isso com vocês, mas eu me sentiria bem pior se eu continuasse guardando todo o ódio que estou sentindo no meu coração. Vocês não fizeram nada de errado e são pais maravilhosos, mas eu preciso fazer isso por mim e pelo bebê que carrego em meu ventre, sim, eu estou grávida, grávida de um miserável que me enganou e está prestes a se casar com outra e eu não posso permitir que ele me humilhe desta forma.

Entre Céus E TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora