Capítulo 30

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Tamânda

- Querida? Querida, acorde.

Abro os olhos desnorteada sem ter noção do tempo.

- Que horas são? Eu dormi de novo?

- Dormiu sim. Você está muito sonolenta por esses dias.

- Não tem nada para fazer, estou confinada a este quarto.

Ela ri e completa:

- É verdade. Mas eu fiz um caldo com cogumelos que está maravilhoso, do jeito que você gosta.

- Nossa, do jeito que a senhora falou até despertou a minha fome.

- Então vá banhar-se que daqui a pouco eu trarei um pouco para você.

- Ah não, mãe. Vai me deixar de novo nesse quarto?

- Tem razão, você já ficou muito tempo aqui.

- E além do mais, quero ver o Névil.

- Não, lá fora você não sai.

- Mas mãe!

- Isto não está em discussão, Tâmanda.

Entro no banheiro, chateada e ela desce para a sala.

Tomo um banho bastante demorado e saio do banheiro enrolada em uma toalha. Ao chegar em frente ao espelho minha toalha cai, deixando-me completamente despida.

Me impressiono ao ver que há marcas vermelhas em minha barriga, seu formato se assemelham à raízes finas.

Me aproximo do espelho na esperança de que isso seja apenas uma ilusão óptica, mas ao tocar no tocar nessas marcas sinto como se elas fossem corretes de sangue.

- Filha, você já está pronta?

- Ainda não, mãe!

Depressa, vou até o guarda roupa e pego o primeiro vestido que vejo em minha frente.

- Querida, por que está demorando tanto?

- Por nada, mãe. Só quis tomar um banho mais demorado.

- Vamos logo, antes que o caldo esfrie.

- Já vou, me deixe apenas respirar um pouco.

- Querida, você está sentindo bem? Está pálida.

- Não, mãe, não estou sentindo nada. Estou bem.

- Tem certeza?

- Sim.

- Então termine de se arrumar e desça, vou colocar feno e água para Névil.

- Eu queria fazer isso.

- Só amanhã, hoje não.

-Está bem.

Ela sai e eu volto a me aprontar. Deixo o cabelo solto, me perfumo e saio do quarto.

Desço as escadas e logo ouço batidas na porta.

- Só um instante! - grita minha mãe.

- Eu atendo, mãe, pode deixar.

Abro a porta e fico assombrada com quem vejo a minha frente.

- Boa tarde. Sua mãe está?

- Sim, ela está, mas o que a senhora deseja?

- Quero ter uma conversa particular com ela.

Fecho a porta para que a minha mãe não nos veja juntas.

- O que a senhora quer falar com a minha mãe?

Entre Céus E TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora