21 - Um bebê?

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••• Marília na mídia •••

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Já não via minha amiga Marília há muito tempo. Mais de um ano, para ser mais exata.
Ela continua linda, seus cabelos longos e ondulados com luzes naturais junto aos seus olhos claros, faziam uma harmonia perfeita a sua pele levemente brozeada. Uma digna aparência de surfista. Senti vontade, então, de perguntá-la se ainda pratica esse esporte.

Marília continua com seu ar sério e maduro de falar. Seus movimentos são muito precisos e ela sempre parece escolher as palavras certas a dizer. Não mudou muito. Quando me perguntou se eu havia criado juízo, prendeu um risinho educado.

--- Sim. Ainda não posso dizer que superei. Me magoa muito... mas resolvi aprender a esperar o tempo de Deus para mim.

Percebi que ela hesitou um pouco quanto citei Deus.

--- Vejo que continua na igreja - disse ela com uma voz serene.

--- Descobri que eu sou a Igreja e que Cristo habita em mim. - sorri, maravilhada com o amor de Deus. - estou mais firme que nunca.

Então minha mãe apareceu. Ficou toda feliz em vê-la e depois de deixar claro que ela poderia ficar à vontade, foi embora. E nos deixou sozinhas. Com o bebê.

--- Mudando de assunto, Mari... esse bebê é seu? - perguntei com o máximo de cuidado possível.

Ela virou-se para ele, que estava ao seu lado no sofá e tocou o bracinho dele com as pontas dos dedos. Ele não era tão pequeno. Não era recém-nascido. Então, ela olhou de volta para mim e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.

--- Não. - disse por fim - é meu sobrinho. Se chama Paulo Leandro. - sorriu - P do pai e L da mãe...

--- Ah... é um nome bem bonito. - eu disse por gentileza, apenas.

Ela riu.

--- Ai, Lara! Você viu - riu mais e me encarou depois de uma longa pausa - eu estou cuidado dele. Minha irmã é... uma burra. Você sabe né?

Marília tinha uma irmã que eu nunca vi nem uma foto sequer. Ela fora criada pela avó em outro estado. E acabou se tornando a "ovelha negra da família". Pouco antes de Marília se mudar para São Paulo com os pais, me contou que ela tinha se convertido. Achei que estava tudo tranquilo atualmente.

--- Achei que ela tinha mudado.

--- Todos acharam - ela suspirou e passou as mãos pela perna - mas é como dizem: pau que nasce torto, morre torto.

Isso me lembrou Leonardo. Não. Isso não é verdade.

--- Nada é impossível para Deus. - eu disse com convicção. Ela parece ter ficado tocada, mas só esboçou um sorriso.

--- Ela namorava um cara muito legal, eu ouvi dizer. Mas sabe o que a idiota fez? - me olhou indignada - traiu ele e engravidou. Eu fiquei morta de raiva, amiga. Conversei com meus pais e busquei ele. Não quero uma criança nas mãos daquela louca. Agora, ela e o marido dela vivem escondidos por aí com medo. Então eu achei por melhor morar aqui. Ainda tenho minha casa própria né? - suspirou como se quisesse que sua agonia saísse nas moléculas de ar que saíram por seu nariz - então quis te fazer uma surpresinha. Espero não ter incomodado.

--- Ah, que nada! É um prazer te ver e saber que está tão madura e decidida assim. Pode vir aqui sempre que quiser!

Ela sorriu em agradecimeto.

--- Eu estava apenas estudando - olhei para meus livros na mesinha de centro da sala. - você sabe. Continuo na guerra com os números - ri.

--- Ah - riu mais um pouco - entendo. Mas e aí? Me conta! Como se sente com 18 anos?

Marília ficou sem acesso a internet durante um tempo. Mas me surpreendeu quando me enviou um sms no dia 11 de novembro. Ela realmente era uma boa amiga.

--- Nada mudou! - rimos juntas.

Assim seguiu-se a tarde. O tempo passou voando.
Estávamos na sala. O Pedrinho já tinha acordado e dormido novamente.

--- Quantos meses ele tem? - falei com ele no colo.

--- 10 meses.

A porta fez um barulho de chave. Meu irmão havia chegado. Abriu a porta sem olhar para dentro da sala. Observei a Mari... olhos fixos naquele moreno alto de cabelos escorridos.

--- Quer um lencinho pra limpar a baba? - sussurrei no ouvido dela. Ela chacoalhou a cabeça. Estava coradinha.

Nicolas estava ajeitando sua bolsa quando enfim olhou para frente e paralisou. Levou um tempo para cair a ficha.

--- Marília?

E foi assim que os antigos pompinhos apaixonados deram um abraço com os rostos corados e tentando controlar os corações que batiam em seus peitos. E eu achando que meu irmão tinha superado e tava afim da Anna hein... me enganei feio.

Mas... que coisa. Esse menino só se interessa por minhas amigas! Nunca vi...

Ele ficou assustado com o bebê quando Marília brincou dizendo que era dela e do atual marido. Engraçado ver a carinha de decepção dele.

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Bom, capítulo curto, não?
Eu sei. Não é minha média.
Mas espero que tenham gostado. Achei por melhor publicá-lo assim.

Com amor,
ANDY ❤

A Resposta Das Minhas OraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora