Lara não sabia o que dizer sobre toda aquela história que Leonardo lhe contara. A verdade é que ela sentia uma dor no peito, sentia ele apertando, mas não com pena, e sim com compaixão. Quem imaginaria que aquele garoto que consumia droga pra se dopar é porque um dia sofreu uma grave traição?
Na verdade, Lara concluiu em pensamento, o seu sentimento por traição era algo muito forte, pois ele já vive isso desde novo, com os seus pais. E como se repetiu, mas dobrado.
Lara observava Leonardo, sentado a sua frente. Ele mexia no canudo que estava sobre a mesa.
--- Você ainda gosta dela não é?
Ele a olhou surpreso por estas serem suas primeiras palavras. Mas foi pego de surpresa. Não sabia o que dizer. Nem sequer pensava nesse tipo de coisa. Há muito tempo já não pensa numa garota, não sente o fogo da paixão arder em seu peito. .
--- Sinceramente eu não sei, Lara. Mas, acredito que não. A dor que ela me causou foi muito grande. Imperdoável.
Ela esticou seu braço e pegou em sua mão.
--- Nenhuma dor é imperdoável, Léo. Se Deus que é Deus perdoou a todos nós, o que diria de nós perdoarmos uns aos outros?
--- Não é tão fácil assim! - olhou para ela indignado - eu nem sei o que aconteceu. Se ela está viva, se ele assumiu a criança, não sei nem se ela teve o bebê! Não é fácil. Eu a amava. Eu fiz tudo pra ela. E ela me traiu com meu primo, meu melhor amigo e a pessoa que nos ajudou a ficar juntos. - suspirou.
--- Tudo bem... Mas eu creio que essa ferida vai sarar. Não sei como, mas vai.
--- Apesar de eu ter voltado agora... Não sei, é difícil ainda sabe?
--- Eu sei - ela sorriu pra ele... E só então ele percebeu que seu sorriso transparecia mais do que apenas um sorriso. Transmitia paz... - mas vai dar tudo certo.
Então o celular dela tocou. Era seu irmão, com uma voz muito tensa perguntando aonde ela estava.
--- Estou no shopping, Nicolas. Horário de almoço, eu e o Léo viemos almoçar, já estamos a voltar daqui a po...
--- Vocês podem vir pra o Hospital de trauma, o do bairro de Mangabeira?
--- Trauma? - Lara perguntou preocupada e olhou para Leonardo que ficou atento às conversa. - mas o que houve? Você está bem?
--- Sim. Mas foi com a irmã de Marília... Ela veio pra cá, com o namorado, ou marido, sei lá. Mas foi atravessar a rua correndo... Foi atropelada. O motorista não prestou socorro. Abandou o carro, a polícia disse que era um fugitivo.
--- Meu Deus! É muita informação pra minha cabeça. Mas, o que você quer que eu faça?
--- Você é melhor em consolar os outros, do que eu. Se puder chama suas amigas também, nos unirmos em oração. Parece que foi grave. Acho que ela quebrou alguma coisa... Marília está muito tensa, ela não tá falando nada. A gente foi avisado só porque o namorado dela, por sorte, conseguiu ligar com o celular dela pra Marília.
--- Meu Deus... Que barra! Mas o que eu faço com a loja?
--- Diz pra o pessoal pra cuidarem. É shopping né, não pode fechar cedo.
--- Tudo bem. Eu tô indo pra aí. Vou ligar pra Anna e pra Megan. Beijo.
--- Beijo. - e desligou.
--- A cunhada do meu irmão reapareceu aqui, sofreu um acidente e tá no hospital de trauma, de Mangabeira.
Disse se levantando, calma por fora e pensando mil coisas por dentro.
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A Resposta Das Minhas Orações
EspiritualAdmita. Você já teve uma paixonite de alguns minutos. No ônibus, no shopping, na rua, no metrô... enfim, vários lugares. E você pensa que nunca mais reencontrará tal pessoa, certo? Agora, imagine se a reencontrasse? Seria bom, ou ruim? Difícil re...