06 - O fim da busca pelos olhos azuis

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O dia começou mais cedo para Megan. Agora, às cinco horas da manhã, ela verifica a mala para ter certeza de que está mesmo levando tudo. Nem conseguiu dormir direito, mesmo estando cansada.

O dia amanheceu muito lindo e tudo contribui para que o fim de semana na praia seja perfeito.

Quando foi pegar o carregador do celular para colocar na mala, ouviu batidas na porta do quarto. Deixou o carregador na estante mesmo e foi abrir.

Era Hanna, sua mãe.

— Tudo pronto? – olhou para dentro do quarto, mais especificamente a cama, que estava coberta de coisas.

— Quase – Megan respondeu, morde do a boca. Era difícil fazer isso sozinha – e as de vocês?

— Prontas. – sua mãe disse, olhando para ela.

As duas ficaram paradas sem dizer nada. Um choro frenético poderia surfir a qualquer momento.

— Se cuida, tá? – sua mãe a abraçou – faça tudo direitinho pra eu não me preocupar e não deixe de me ligar se qualquer coisa acontecer. Eu venho de Minas. Pego o primeiro voo, pra te socorrer.

Sua voz estava trêmula e chorosa enquanto agarrava sua filha, que sempre manteu protegida do mundo cruel e nunca havia viajado sozinha.

— Vão ser só dois dias, mãe.

— Eu sei, eu sei. – se afastou e segurou Megan pelos ombros, olhando-a nos olhos – não faça nada que Deus não aprovaria. E não mexa em fogo. E não fique no fundo da piscina. E não pise em chão escorregadio - olhou além, sem foco e voltou a olhá-la, dizendo: – e não durma no mesmo quarto que o Isaque!

Megan riu e balançou a cabeça em confirmação.

— E tome conta do Leonardo também. Já que ele não tem juízo.

Megan deu um sorriso de lado, mas balançou a cabeça mesmo assim.

— Falando nisso: cadê ele?

— Lá em baixo – Hanna respondeu – ouvindo conselhos do tio preferido – riu – o ouvido dele deve estar quente de ouvir tantas coisas. – fez uma careta.

Megan deu uma gargalhada.

— Espero que sirva. – suspirou.

— Eu também, filha. Eu também.

Se existe alguém que poderia mudar ou enfiar algum juízo na cabeça do Leonardo, esse alguém era o seu tio Oscar, a pessoa que ele mais respeitava e escutava. Mais, até, do que seu próprio pai.

❀ ✿ ❀ ✿

— Vamos, Megan! Temos que chegar mais cedo! Lembra? – Isaque gritou na frente da porta da casa da  namorada.

E lá vem ela com uma mala grande de rodinhas, uma mala grande de ombro e uma bolsa.

Isaque ergueu a cabeça para o céu, pedindo ajuda a Deus.

— Pra quê tudo isso? São só dois dias!

Tentou manter a calma.

— Só estou levando o necessário. - ela disse, andando com dificuldade.

— Sei – disse ele enquanto colocava a mala maior dentro do porta malas.

Depois de colocar todas as malas ele falou:

— Tá faltando só uma mala.

— Qual? – ela perguntou.

— O seu primo. – gargalhou e Megan revirou os olhos.

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