"'cause I worry about you the whole night, don't repeat my mistakes"

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Eu ainda lembro da primeira festa que eu fiquei louca. Lembro do motivo, do que eu fiz e das consequências disso. Eu não sei por onde eu começo a contar esse dia. Manoela já estava na faculdade, primeiro ano dela. Eu, Bruno e Isa éramos os únicos do grupo que ainda não tinham terminado o ensino médio. Mal nos víamos, eles estavam tão focados nos estudos e trabalhos e em malditas festas de universitários. Eu ficava triste por Manu só responder minhas mensagens a noite, e nunca poder ir lá em casa, e eu ver fotos dela em uma ou duas festas. Bufei irritada na aula ao pensar nisso. O professor falava sobre física, eletrostática, eu acho. Eu não estava num bom dia pra isso. A semana inteira era ruim, acho que talvez o mês, o ano... Eu não dormia direito e me sentia cansada o tempo todo, meu fone tocava Tédio, do Biquini Cavadão. Estava tão desanimada com tudo. Peguei meu celular.

:::Whatsapp:::

"clube dos cinco porém com nove"

Você [8:32]:

estou em aula n faz nem 2h e ja n aguento mais

brulindo [8:33]:

vc n estava aguentando desde q chegou aq

gabzito [8:35]:

eu queria era ver vcs aq

gabzito [8:35]:

na moral a única coisa que me motiva a continuar nessa aula eh minha festa hoje a noite

gabi medsajsdski [8:37]:

tá tudo ok pra hj entao?

gabzito [8:38]:

claro

vini [8:40]:

eu qro cachaçaaaaaa

baby a [8:41]:

já comprei tudinho meninossss ta no esquema ja

Você [8:42]:

vai ter festa hj? posso ir??

gabzito [8:43]:

por mim tá mais que convidada!

baby a [8:44]:

se tia jane concordar eu te dou carona, baby g

Você [8:42]:

vou pedir simm

Você [8:42]:

ai queria um chocolate agora

brulindo [8:43]:

vc ta falando isso desde segunda feira

::::::

Era verdade, já era sexta feira e desde segunda eu estava querendo chocolate. Olhei a hora, 8:45. Desculpa, eletrostática, mas eu vou tirar um cochilo. Me deitei na carteira e fechei os olhos, dormindo segundos depois. Tive um sonho estranho, não me lembrava direito dele, mas acordei com Bruno batendo no meu ombro.

— Que foi, inferno? — resmunguei, estralando a língua.

— O monitor tá te chamando..... — Ele sussurrou. Ergui a cabeça com tudo, vendo as pessoas me olhando e, na porta, o monitor.

KairósOnde histórias criam vida. Descubra agora