Colecionador de Emoções

capítulo 43

Louise Clark ficou me olhando nos olhos e eu senti uma corrente elétrica atravessar o meu corpo. Senti meus pés flutuarem e meus movimentos já não eram mais controlados por mim. Era como se o mundo tivesse congelado em frações de segundos e restasse somente nós dois.

Abri e fechei a boca várias vezes na intenção de dizer alguma coisa, qualquer coisa que não me fizesse parecer um idiota, mas nenhuma palavra saiu.

Olhei para a sua boca pálida pelo frio e voltei o olhar para seus olhos que brilhavam intensamente. Percebi que ela também estava olhando para a minha boca e então sem saber o que eu estava fazendo me aproximei ainda mais dela, encostei nossos rostos e a beijei.

Nada mais importava; se era certo ou errado, se eu ia me machucar mais uma vez ou não. Simplesmente a beijei como se aquele beijo fosse o último.

Senti o calor do corpo de Louise se encontrar ao meu, seus lábios eram macios e o seu gosto era um dos melhores que eu já havia provado.

Minhas mãos percorreram a sua cintura e logo em seguida se perderam em seus cabelos que o vento soprava.

As mãos de Louise seguravam o meu rosto e eu conseguia sentir a sua delicadeza.

Em meio a tanta neve e frio, o sol brilhava radiante no céu e eu sentia que a sua luz iluminava o nosso momento.

Terminei o beijo e ela encostou a cabeça em meu peito em um abraço forte. Louise beijou o meu pescoço de uma forma que me fez se arrepiar completamente e ficou alguns segundos sentindo o meu perfume. Logo em seguida voltou a me olhar nos olhos com um sorriso que eu nunca tinha visto antes.

- Quando disse que não me apaixono, eu não estava mentindo. - ela fala sorrindo.

- Acha que vou acreditar que você está nesse círculo onde é a única que não se apaixona ou se machuca por alguém? - falo rindo, apontando para os círculos desenhados na neve.

- Eu me envolvo com garotos, mas nunca me apaixono. É como se eu desligasse os meus sentimentos, entende? Prefiro não me arriscar. - ela fala caminhando para a ponta do penhasco.

- Não deixa se levar por um sentimento tão bonito por medo de se machucar? Se você não se arriscar, nunca vai saber. Nunca vai encontrar a pessoa certa. - falo indo até a ela e parando do seu lado. Estávamos olhando para o horizonte.

- Talvez um dia eu me deixe se levar, mas até lá eu prefiro desligar. - Louise fala olhando para mim. - mas isso não quer dizer que eu não vá me apaixonar hoje. Amanhã? - ela fala sorrindo e eu não seguro o meu sorriso bobo.

Voltamos a olhar para frente, não foi dito mais nenhuma palavra. Sentia aquele panapaná de borboletas no estômago e pela segunda vez me senti assim. Pela segunda vez senti isso, mas dessa vez era diferente. Era algo profundo, como se não tivéssemos escolhas e tudo aquilo precisasse acontecer.

***

22:07 h.

Após um banho, vesti meu moletom e fui preparar um chocolate quente.

Peguei o meu livro e fui para a varanda do meu quarto. Me debrucei sobre a grade de madeira e fiquei olhando para o chalé ao lado.

Vi Louise Clark pela janela do seu quarto, ela estava com um sutiã vermelho e pronta para colocar uma regata preta. Peguei meu celular do bolso e digitei a seguinte mensagem: poderia ser um louco, um maníaco olhando agora para a janela aberta do seu quarto, mas pela sua sorte sou eu. - enviada.