capítulo 13

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                  Eu ainda estava machucado mas não podia faltar no colégio hoje. Era a entrega do trabalho e eu não podia deixar Katy na mão.

                 Estava no ônibus quase chegando. Desde que acordei, nem Beth nem meu pai se dirigiu a mim. Nem mesmo me olharam. Talvez, seja melhor assim.

                Sentira os olhares pairar sobre mim. Eu não estava ligando com os comentários e muito menos com as risadas. Eu estava sentindo um rancor e uma raiva crescendo em meu corpo. Se alguém viesse me irritar hoje, eu poderia criar com facilidade uma segunda tempestade mas, dessa vez, tenho a certeza de que eu não sairia machucado.

               - Willy... A Katy me contou, eu sinto muito. - Frank se dirige a mim. Nesse momento, Katy chega.

               - Obrigada. - falo olhando em seus olhos e saio de perto dos dois. Ultimamente, eles estavam íntimos de mais. Amiguinhos de mais. Isso já estava me irritando.

                   Vejo os dois me seguindo.

               - Me deixem em paz. - falo ainda caminhando.

               - PARA! - Katy grita comigo pela primeira vez.

               - Eu sou seu melhor amigo, Willy. Acho que saber se você está bem ou não me interessa muito. Eu me importo com você. Na verdade, somos os poucos que ainda restam que se importam com você. - Frank para em minha frente para me olhar nos olhos. - Sabe do que mais?  Você precisa de ajuda. Sei que está com raiva, eu estaria também em seu lugar. Mas jamais descontaria isso no meu melhor amigo e nem na garota que eu amo. - ele termina.

                  - Só não gostei. As vezes precisamos ficar sozinhos, só isso! E eu não amo ninguém. - falo sem pensar.

                    O semblante de Katy se transforma em vários ao mesmo tempo. Percebi que ela estava com raiva, triste. Ela queria explodir e também queria chorar.

                     - É claro, você não ama ninguém. Tanto que, se morde de ciúmes me vendo com seu melhor amigo. Saiba que isso é ridículo. Saiba também que eu contei a ele que você havia se machucado e não o que te machucou. Sabe do que mais? Talvez, você seja como todos. Como qualquer um. - Katy fala todas as palavras olhando em meus olhos. Um misto de sentimentos percorriam neles.  Ela me olha por um segundo e sai.

                - Katy... - a chamo. Ela havia saído.

                - Você deveria ir atrás dela. - Frank diz em um tom rígido. Ele também se vai. Agora, eu estará sozinho.

                 - ESTÃO OLHANDO O QUE ? - grito ao perceber que algumas pessoas estavam me olhando. Dou um soco no armário seguido de um chute.

                 - Droga! - falo comigo mesmo.

                  Penso em ir atrás de Katy mas não vou. Eu estou confuso, é melhor ficar longe dela.

                  Eu gosto de Katy, de verdade. Eu quero amar ela, mas algo me prende a Dry. Eu não quero pensar nessa garota que ainda me persegue em meus sonhos e também em minha realidade. Eu quero a Katy. Eu quero ama-la mas para isso, posso fazê-la sofrer e eu não quero que isso aconteça. Então, decido ficar longe. Quero vê-la bem e acabo de perceber que não será ao meu lado.

                   O sinal toca, caminho para a sala de aula. Percebo que Frank está sentado distante de mim e que Katy não está na sala. Sinto um aperto no peito.

   Colecionador de EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora