capítulo 28

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Após um tempo de tratamento e remédios sem necessidades; já que meu estado não é de loucura, Elisa decide me ajudar.

Tomando remédios antipsicóticos, e fazendo a psicoterapia, percebi que meu estado só piorava. Era como se eu estivesse enlouquecendo de verdade com tudo aquilo.

No início, fui diagnosticado com esquizofrenia e transtorno delirante. Com o tempo cheguei a sofrer de transtorno esquizoafetivo; sinceramente um dos piores sintomas que sofri, tanto que fui parar em um quartinho fechado onde me causou muito medo.

:Esquizofrenia

É uma doença mental que afeta a zona central do "eu" e altera a estrutura vivencial. Quando em surto, costuma agir em função dos seus delírios e alucinações, perdendo a liberdade de escapar a essas vivências fantásticas. Cerca de 1% da população é acometida pela doença, geralmente iniciada antes dos 25 anos de idade.
- A esquizofrenia se caracteriza por distorções do pensamento, da percepção e por inadequação dos afetos. Usualmente o paciente com esquizofrenia mantém clara sua consciência - *Deyvis Rocha.*

:: Transtorno delirante

Ocorrência de ideias delirantes, em geral paranóide (de estar sendo perseguido, de estar sendo alvo de críticas, de as pessoas quererem prejudicá-lo intencionalmente). O delírio tende a ser persistente e algumas vezes crônico. Pode haver alucinações auditivas (ouve vozes que não existem na realidade) e visuais (vê imagens que não existem na realidade).

::: Transtorno esquizoafetivo

Manifesta-se pela ocorrência de episódios de humor intercalados por episódios psicóticos sem sintomas de humor. É importante salientar que dentro dos episódios de humor, quando graves, podem também ocorrer sintomas psicóticos. Existem dois tipos principais: depressivo, onde os episódios de humor são sempre depressivos, e misto, onde ocorrem episódios depressivos, maníacos, hipomaníacos e mistos.

***

Após alguns dias de transtornos, percebi  que eu estava piorando.

Era uma quarta-feira de manhã, estava sentado em minha cama, olhando inerte, distante. Milena entra no quarto e meu transe se desfaz rapidamente.

Encaro a enfermeira de um jeito estranho, o que estava acontecendo? Comecei a rir incontrolávelmente.

-Willy, você está bem? - ela pergunta assustada, dando passos para trás ao perceber que eu me levantei e fui andando até encurralar a mesma contra a parede, continuava rindo e de repente; fico completamente sério, com alguns pensamentos estranhos em mente.

"Mata ela, Willy" - ouvia uma voz falar comigo e de repente uma risada perturbadora tomava conta da minha mente.

"Não ouve Willy, lute contra isso." - outra voz ecoava.

- Willy, para com isso ou vou ter que te aplicar um sedativo! - Milena me empurra e vai em direção da porta um tanto quanto assustada.

Corro para tentar alcança-la mas ela consegue ser mais rápida e acaba me trancando no quarto.

Sinto uma grande fúria dentro de mim, era como se houvesse mais de um "eu" dentro de mim, um tentando me puxar para baixo e outro tentando me reerguer.

Tava difícil controlar aquelas vozes e aquelas trocas de humores, era mais forte que eu.

Quebrei tudo que havia no quarto, gritava como se tudo o que estava sentindo por dentro fosse sair em um  grande panapaná. Decido ir para o chuveiro, de roupa e tudo. Queria lavar minha alma, queria que todo esses transtornos descessem por água abaixo.

   Colecionador de EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora