Já se passaram três horas presa, eu estava com muita fome, muita sede e precisava de um banho, de ir ao banheiro.
Eu estava sem voz, gritei a ponto de minha alma sair pela minha boca, mas tudo foi tão inútil...
Meus punhos estavam sangrando, minhas pernas também. Tentei a todo custo me debater, tentar sair, mas tudo que consegui foi marcas em meu corpo.
Os momentos dentro daquele lugar iam sendo chacoalhados ao acaso. Eu estava mescla de expectativas que alguém iria se dar conta da minha falta logo, logo. Eu sentia um grande medo excruciante, estava completamente confusa com todas aquelas coisas que eu descobrirá sem saber se é ou não verdade de Elliot.
Novamente um feixe de nervos comprimia em minhas costelas. Sentia uma angustia descer pela minha garganta e isso fora me deixando cada vez pior.
Sem me dar conta, Elliot estava na porta, me olhando. Ele pigarreia e fala com sereno desafio em sua voz. - Precisa de água e pão, Katy?
- Por favor... Estou faminta, minha boca está seca, preciso muito ir só banheiro também...- digo um pouco fraca.
Elliot se vira de costas para sair e fechar a porta quando ele sorri por cima do ombro.
- logo, logo. - ele fecha a porta e se vai.
Desabo em choro novamente, não sabia mais se estava chorando na verdade, talvez não tivesse nem mesmo vontade de chorar. Desejei morrer, desejei que Elliot morresse. Desejei que alguém entrasse por aquela porta para me salvar. Desejei mil e uma coisas.
Pego no sono.
Como alguém poderia dormir naquela situação? Eu sabia que se eu dormisse, eu não sentiria a dor, não sentiria a angustia, o choro entalado na garganta, não sentiria o medo, a fome e nem a sede.
Me senti feito criança, que logo após o choro dorme para que possa acordar e ter seus problemas resolvidos no outro dia por um beijo, um pedido de desculpa, um colo... Eu sabia que comigo seria diferente, que quando eu acordasse tudo voltaria a acontecer e eu sentiria tudo novamente e, talvez, até pior.
***Abro os olhos de vagar, ainda sonolenta. Dou um pulo ao ver Elliot sentado ao lado dá barra de ferro me olhando.
Meus olhos pousam ao chão. Ao seu lado havia um lampião e uma bandeja com pão, algumas bolachas, um copo cheio de chocolate quente e uma garrafinha de água.
- Coma. - ele fez sinal com a cabeça.
arrastei a bandeja com o pé, fazendo com que o chocolate quente derramasse um pouco.
- Eu não consigo, estou presa se esqueceu? - pergunto-lhe.
- Certo. - Elliot diz se levantando.
Ele pega o pão e leva até a minha boca. Dou uma mordida e suspiro por estar comendo algo. Não penso na possibilidade dele colocar algo em minha bebida para me fazer algum mal. Eu estava com tanta fome, tanta sede que apenas aceitei tudo que havia naquela bandeja.
Elliot me deu o chocolate quente, no início queimou um pouco a minha boca, mas depois fui acostumando com a temperatura e tomei até a última gota.
Após comer e beber tudo, Elliot abriu a garrafa de água e derramou um pouco em meu rosto, fazendo com que derramasse no colchão.
- Única coisa que não posso fazer agora é te soltar para ir ao banheiro. Você precisa ficar aqui até amanhecer, depois vou dar um jeito em tudo isso e você estará liberada.
- O que vou dizer aos meus pais? A polícia, caso eles terem se dado falta de mim? - pergunto.
- Não vai precisar dizer nada, eu já resolvi tudo antes, querida. Aliás, você não se lembrará de nada, a única coisa que irá se lembrar é de ir a praia para jogar as cinzas ao mar junto de Frank, após isso você vai dormir na casa de uma amiga sua e voltará para a casa após ao almoço. Não se preocupe.
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Colecionador de Emoções
Mystery / Thriller"Se o destino parar para lhe trazer um aviso, escute-o. Não há como fugir; ele já está traçado." "Com um piscar de olhos, podemos perder grande parte de nossas vidas." "Cabe a mim ter as minhas escolhas e também me assegurar de minhas conse...