capítulo 30

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Acordo com os raios solares invadindo o meu quarto.

- Droga, deveria ter fechado isso! - falo me levantando para fechar a cortina.

Me deito novamente, me viro de um lado para o outro, mas nada de dormir. Acabei perdendo o sono.

De repente, Milena entra no quarto com uma bandeja em mãos.

- Bom dia.

- Bom dia Milena, hoje é serviço de quarto, que ótimo! - digo rindo.

- Por que saiu da sala ontem? - ela me pergunta.

- Não queria atrapalhar. O que aconteceu depois que eu saí, em? - solto uma gargalhada.

- Ela me beijou Willy, ela me beijou! - Milena fala toda contente deixando a bandeja em meu colo.

- Sério? Estou tão feliz por vocês! Me conta mais Milena, anda! - falo me sentando.

- Depois ela disse que também sentia algo por mim e que após tanto tempo, esse amor estava guardado dentro dela. - ela se senta aos pés da cama. - Estou tão feliz, Willy. Obrigado, por tudo! - ela agradece.

- Não precisa agradecer, eu não fiz nada. Você criou coragem e disse o que sentia, isso é ótimo. - falo tomando meu suco.

- Ela disse que precisa conversar com você. Após comer vá para o jardim, ela te espera lá. - Milena sai do quarto toda sorridente, ela nunca esteve tão feliz em todo esse tempo que estive preso aqui dentro.

**

- Bom dia Alan, como vai? - caminho até meu amigo que estava sentado no jardim, no mesmo lugar de sempre com o caderno em mãos que eu havia pedido para ser comprado.

- Bom dia é.... Bom, bom dia ... - Alan procura por algo no caderno enquanto tentava lembrar meu nome.

- Meu nome está na primeira página Alan, primeira página. - digo rindo.

- Willy! - Alan diz meu nome contente.

- Algo de novo para me contar? - pergunto segurando seu ombro.

- Tive uma lembrança nova, estou muito feliz, ainda tenho esperança de recuperá-la por completo, caro amigo!

- Sério? E qual seria essa lembrança? - pergunto-lhe.

- Eu tenho um filho, Willy... Eu tenho um filho, uma família! - enquanto ele fala, seus olhos brilham. - nessa lembrança, Sabrinna estava grávida, super feliz me contando da nova notícia, que iria viajar para o Brasil e  que voltaria antes de dar a luz. Ela me convidou para ir também, mas eu rejeitei Willy! Eu rejeitei! Eu a fiz chorar e ela viajou sozinha. - Alan começa chorar e eu lhe dou um abraço.

- Fica calmo, você se lembra de algo mais? - pergunto.

- Sim, logo após dois dias recebo uma ligação, que o avião onde ela embarcou teve um problema chegando ao seu destino e caiu sobre o mar. Sabrinna e meu filho morreram, Willy. Eu não conheci o meu filho! Sabrinna morreu sem ao menos eu pedir perdão, sem ao menos eu me despedir, sem ao menos eu dizer o quanto eu amava ela! - tento acalma-lo, partia meu coração vê-lo em prantos, já não conseguia se lembrar do próprio nome ao acordar, agora que está recuperando a memória descobre o caos que foi a sua vida, ficando pior ainda.

- Mas encontraram o corpo, você consegue se lembrar?

- Não encontraram o corpo dela, ela morreu Willy, ela morreu!

- Se lembra de algo mais ?

- Não! Eu não consigo me lembrar! Eu preferia não ter lembrado disso, preferia ter apagado de vez, eu fui um idiota, Willy! Eu deixei a mulher da minha vida ir sozinha, deixei ela ir com o meu filho! Talvez, se eu tivesse insistido um pouco mais para ela ficar, se eu não tivesse brigado com ela justo naquele momento, ela não teria ido! - ela fala batendo em sua cabeça.

   Colecionador de EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora