I

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Noah e eu continuávamos namorando, ele foi para Harvard há 3 meses, prometeu não se meter em brigas, não controlar minha vida como se fosse meu dono e ser fiel. Nesse tempo trocávamos mensagens diariamente, ligações para matar as saudades, mas não nos encontramos mais pessoalmente. Apesar de tudo, sentia que o amava cada dia mais, e sentia o mesmo vindo dele.
O último ano da escola ia ser difícil, eu e Lee precisávamos garantir boas notas para sermos aceitos em boas universidades, de preferência perto do meu Noah. Lee e Rachel continuavam juntos, felizes e tinham planos de entrar na mesma universidade para que não precisassem se separar.
Em Harvard, Noah também precisava se dedicar, estava no time de futebol além de ter que estudar.

Shelly! - Diz Noah no telefone, me ligando divertido em um horário nada comum.
Noah, você não deveria estar no treino? - Falo, em tom de repreensão.
E eu estava, mas me trouxeram até a enfermaria, caí durante o treino e bati a cabeça.
Meu amor, você está bem? Está com dor? Eu vou até aí ficar com você! - digo desesperada, pensando em como ele estaria, quem cuidaria dele já que estava morando sozinho em um apartamento, longe de mim e de sua família.
Não precisa se preocupar Shelly, vaso ruim não quebra, e além do mais, você tem provas essa semana, não pode perder, se não no fim do ano não vai ser aprovada e vir morar comigo. -ri.
Noah me recorda, em tom de brincadeira, que preciso ficar, apesar da vontade de largar tudo e ir cuidar dele, não podia fazer isto, precisava pensar também no futuro.

Alguns dias passaram, nos falamos mais do que o normal, a preocupação com Noah, os horários dos remédios e os exames para que pudesse voltar aos treinos ocuparam meus dias. Mal estudei para minhas provas. Só de pensar nele sozinho, precisando de cuidados e sem ajuda, corta meu coração.
Fiquei muito preocupada nestes dias, após Noah estar quase 100%, Lee e Rachel me convidaram para sair, para me distrair, já fazia quase uma semana que não os via fora do horário das aulas, o que não era comum, peguei o carro em direção a casa de Lee, onde ia buscá-los para tomar sorvete, quando me pego pensando em como Noah estaria, se já tomou o remédio das 16h, abaixo para pegar o celular quando escuto um barulho, tudo se apaga e quando acordo uma luz forte acende na frente dos meus olhos.
Elle? - Meu pai fala ao ver que abri os olhos.
Pai. - Sorrio.
Onde eu estou? O que aconteceu? - pergunto, me sentando na maca.
Você, mocinha, bateu o carro em um poste e veio parar aqui no hospital. O que de fato aconteceu, quem tem que me dizer é você. - Diz ele, me olhando. - Está tudo bem filha? Você e Noah brigaram? São as provas da escola? - Indaga
Não pai, eu fui olhar o celular e acho que me distrai...
Neste momento, Lee entra na sala de atendimento em que eu estava, com o celular na mão, correndo.
Com licença senhor Evans, Elle. Parece que você está bem, vou dar uma bronca em você com certeza, mas como a fila está grande, aguardo lá fora. Aqui... - me entrega o celular. - A pessoa antes de mim na fila da bronca.
Pego o telefone, já imagino quem seja...
Shelly! Você quer se matar? Me matar? Como aconteceu isso? Você está bem? Você está sentindo dor? Está sendo medicada? Se eles deixarem você sentir dor eu... - fala ele rápido, preocupado enquanto interrompo rindo.
Oi amor. Estou bem. Vaso ruim não quebra, não é? - rio.
Eu sou o vaso, senhorita. Você é uma flor. Uma linda e sensível flor. Agora passa o telefone ao seu pai.
Arregalo os olhos, os dois juntos vão bolar um plano para me deixar de castigo? Ou vão se unir e me dar a maior bronca do universo?

Barraca do Beijo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora