XV

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Mantive meu celular desligado o dia todo. Elle tentou falar comigo ontem, não consegui responder suas mensagens, atender suas ligações. Lara também tentou ligar. Não consigo pensar, não consigo agir. Hoje era pra ser um dia meu e da minha menina, ela deve estar aflita, tentando me ligar, tentando entender porque não a respondo. Ah Shelly! Se não tivéssemos terminado desde o início... Agora a única coisa que vou fazer é te decepcionar, te machucar.
Ligo o computador para me distrair.

POV Elle
Esse menino tá maluco? Ele não usa o celular desde ontem? - pergunto a Lee, aflita.
Eu não sei, Elle. Será que ele não está sem bateria? Sem internet? Sem luz elétrica? - fala tranquilo.
Pode ser. Será que ele foi assaltado? Foi agredido? Será que ele está bem? - cogito.
Calma! Tá tudo bem. Logo você vai poder contar pra ele.
Eu quase morri ao abrir aquela carta, fui aceita, vou pra Harvard, em algumas semanas nada mais me separa de Noah Flynn. Estou há quase 24 horas tentando contar isso a ele, mas o celular não colabora com nossa relação. Estou quase indo até Boston gritar no ouvido dele que nada mais vai nos atrapalhar. Nunca mais sentiremos saudades um do outro.
Elle! - Lee me chama. - tenta mandar um e-mail. Vai que ele consegue ler antes de usar o celular.
Você é um gênio! - exclamo enquanto começo a escrever:
"Amor, o que houve com seu celular? Tento falar com você desde ontem. Eu fui aceita. Eu vou para Harvard com você, Noah. Nossa promessa vai ser cumprida amor. Estou muito mas muito feliz. Te amo, me liga quando puder. Sua Shelly."

POV Noah
Estava vendo fotos minhas e de Elle, fotos da nossa infância quando sobe o aviso de novo e-mail. Abro e não podia ter nada que me destruísse mais. Ela foi aceita. Ela está livre pra mim, seu coração é todo meu. E eu vou ter um filho com uma mulher que eu não amo. Eu vou ser pai e não é de um filho da Elle.
Chega mais um e-mail.
"Feliz um ano, seja lá o que for isso que temos."
Sento no chão, meu corpo dói, minha cabeça gira e meu coração parece não estar mais no meu peito. Não sei como falar pra ela. Não sei o que fazer. Eu estraguei tudo.

Durmo algumas horas, acordo e decido que vou pra casa. Vou contar a minha família sobre o bebê. Vou agir como homem e proteger esta criança. Vou cuidar da gravidez da Lara e deixar Elle livre. Eu acho que já fiz muito mal a ela, esta vai ser a última vez, vou sumir da vida dela.

Barraca do Beijo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora