1 - Onde tudo começou.

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Oi, gente, olha só quem resolveu aparecer nos 45 do segundo tempo de 2018!

No final do capítulo falo mais com vocês hauwauus, aqui foi só um oi mesmo e espero que gostem de mais um de meus pequenos universos criados por mim.

Todos a bordo? Então vamos lá!

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Bristol, Inglaterra. Ano de 1710, oito anos antes de tudo.

O forte tilintar das duas espadas se chocando em sua frente fez a garota fechar fortemente os olhos e se esconder atrás de uma das únicas árvores presentes naquela região. Ela não poderia ser pega; não era justo que unicamente por ser pobre e mulher deveria acatar os desejos daqueles homens, não era justo sentir o medo emanando de seus poros enquanto seu coração batia descompassado em seu peito.

A vida já não lhe havia sido justa, roubando-lhe de sua família quando tinha apenas quinze anos para ser usada como objeto sexual para o príncipe real. Sua beleza marcante sempre havia chamado a atenção de todos e no dia que o rei, um homem robusto com fortes traços, colocou seus olhos negros sobre a garota, decidiu que seria ela a escolhida para se deitar com seu filho, unicamente para que quando o rapaz encontrasse a princesa perfeita já não fosse despreparado nos temas privados de um matrimônio, afinal, ele era um príncipe e deveria aprender desde cedo a ser homem.

Mesmo contrariada, a moça fora arrancada de seus pais e, como prisioneira da família real, fora abusada pelo príncipe por dois longos meses. Lauren Maioricatus, de sobrenome latim, assim se chamava a vítima de toda uma tradição de masculinidade.

O grito forte de Edward Teach chamando seu nome a tirou de seu pânico interno, fazendo-a notar que ele apontava para um navio há aproximadamente uns seiscentos metros dali. Determinada a fugir da família real e de todas as noites intermináveis que o jovem príncipe burguês a fazia passar, Lauren começou a correr em direção ao navio sem sequer olhar para trás. Lembranças de como ela havia conhecido Teach invadiam seu cérebro conforme ela corria.

O rapaz era guarda da família real e o encarregado de levar comida todas as noites após Lauren regressar do quarto do príncipe. Foi em uma dessas vezes que, ao levar seu jantar, o rapaz decidira permanecer na alcova onde Lauren dormia para aproveitar seu tempo conversando com a garota. No começo a garota havia sido rude e receosa, porém, aos poucos o rapaz foi ganhando confiança, afinal ele trabalhava forçado para a família real. Sua alcova, por não possuir janelas, era bastante úmida e repleta de mofo, o que apenas fazia o coração do pobre rapaz se apertar ainda mais. Ele sempre fora um bom homem e jamais havia se resignado a um ato tão cruel como manter aquela doce garota por quem havia se apaixonado em cativeiro.

-- Sabia que meu sonho é ser um pirata? – Ele jogou do nada em uma dessas noites aleatórias enquanto a garota comia, ganhando a atenção da mesma para si.

-- Viver refugiado no mar? – Ela indagou, fazendo-o rir. – Por quê?

-- Meu pai era um. – Ele confessou, vendo Lauren assoprar o vapor que saía da refeição em seu prato de argila. – Mas nunca foi muito respeitado. – Falou fazendo uma careta. – E eu cresci em navios. Nunca me senti tão livre igual na infância. – Os olhos verdes pousaram nele.

-- Eu nunca soube o que é me sentir livre. – Ela disse por fim, fitando sua comida instantes depois. – Meus pais e eu sempre fomos escravos e, bem, agora... – Ela murmurou sem finalizar a frase, vendo-o assentir quieto.

-- Um dia você será. – Ele murmurou instantes depois, vendo-a fitá-lo tristemente.

-- Jura? – Ela indagou, mesmo não crendo em nada daquilo.

O canto da sereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora