6 - Eu encontrei!

6.2K 974 347
                                    

Eu disse que postaria só cinco, mas esqueci de desejar feliz natal para vocês (Como a lezada que sou hausauus). Espero que se divirtam no dia de hoje, mozamôres.

E, ah, qualquer erro me avisem, porque estou corrigindo a olho nu! 😘❤

-----------------------------

A brisa abafada daquela ilha tropical deixava tudo mais complicado e por sorte Lauren a havia alcançado justo embaixo da sombra de umas das árvores, estando assim, protegidas dos raios quentes e fortes de sol daquela hora do dia.

A maior suspirou, não tendo a menor ideia do que falar, mas se concentrou e, tentando fazer com que Camila baixasse a guarda, ela prosseguiu. -- Certo. -- Disse, umedecendo os lábios conforme soltava a menor. -- Olha só Camila, esse chapéu... -- Apontou para a peça no topo da cabeça da garota nua, o que fez com que a garota se lembrasse do chapéu e o puxasse para cobrir seus seios. -- Meu. -- Apontou para si novamente. -- Minha amiga tem um igual, viu? -- Lauren disse, apontando para o chapéu com o mesmo símbolo na cabeça de Dinah, porém o design era minimamente diferente.

-- Non! -- Camila disse, apertando mais a peça contra seu corpo. Lauren suspirou e fitou Dinah.

-- Você está querendo pegar a única peça que a moça tem para se cobrir, Lauren. -- Dinah disse cruzando os braços. -- Eu estou do lado dela. -- Ao ver sua amiga franzir os olhos, Dinah riu alto.

Lauren exalou o ar de seus pulmões e fitou o chão, pouco distante dali o cacho de bananas estava caído, o que deu a Lauren uma ideia.

-- Você está com fome? -- A garota franziu o cenho. -- Fome! -- Repetiu, simulando levar algo até sua boca para então mastigar.

Seu dedo logo apontou para as frutas caídas no chão, exatamente onde Camila estava instantes atrás. Ela viu os olhos castanhos se iluminarem e se odiou por ser tão fraca, afinal, sua ideia era trocar o cacho de bananas pelo chapéu, mas como faria aquilo vendo que a garota morria de fome?

Tímida e lentamente, a menor assentiu, inconscientemente levando uma mão até a altura de seu estômago devido à dor que sentia por estar tanto tempo sem comer.

-- Venha, são todas suas. -- Lauren disse, chamando a garota com a mão. Assim que chegou diante do cacho, puxou uma banana e estendeu para Camila, que a fitava ainda parada, de longe. Mancando e com cautela, a garota começou a se aproximar dela. Dedos tímidos tocaram a fruta, para então ela colocar o chapéu na cabeça e descascar a fruta.

-- O que será que ela faz aqui? -- Dinah perguntou, vendo a garota olhar temerosa para ela enquanto comia apressadamente a fruta.

-- Acho que aquele navio que você viu ontem tem algo a ver com isso. -- Lauren falou, vendo a menor voltar sua atenção total para ela antes de assentir. A palavra "navio" lhe soava familiar de tanto que a ouvia em sua viagem.

-- Bellum! -- Disse ao se lembrar o motivo de ter sido salva, mas aquilo fez a loira cair novamente em uma gargalhada.

-- Ela mal te conhece e já está te elogiando? -- Dinah proferiu. -- Ela te chamou de bela. -- Camila franziu o cenho, negando com a cabeça.

-- Non! Bellum! -- Falou, soltando a casca de banana no chão para fazer suas duas mãos colidirem uma com a outra. Logo após isso, sua boca proferiu um som semelhante ao de uma explosão. -- Bellum!

-- Eu não sei o que você quer dizer com isso, mas já entendi que não é um elogio. -- Lauren disse. Camila soltou os ombros derrotada, como ela não a entendia? Justo ela.

-- Uh... O que faremos com ela? -- Dinah indagou, vendo a garota se abaixar com certa dificuldade e pegar outra banana. Os olhos castanhos fitaram os de Lauren, vendo-a assentir antes de descascar a fruta e começar a comê-la.

-- Não sei. -- Deu de ombros. -- Deixá-la ir? -- Sugeriu. Não tinha intenção de machucar a garota. Ela não era alguém que machucava as pessoas, apenas roubava dos ricos, pirataria para ela era aquilo.

-- Deixá-la assim? -- Dinah perguntou preocupada. -- Pelo menos vamos pegar algumas roupas para ela então, deixar alguns enlatados...

-- Para quem? -- Paul perguntou, aparecendo de repente. Seus olhos faiscaram quando fitaram a garota nua, comendo banana. -- Uma sereia! Meu Deus, uma sereia! -- Ele gritou eufórico.

-- Cala essa boca, Paul! -- Lauren exigiu, vendo Camila se levantar às pressas, pronta para correr caso ele começasse a segui-la e colocar o chapéu na frente de seus seios, enquanto usava a outra mão para tapar-se mais embaixo. -- Ela não é uma sereia.

-- Não tente me enganar. Você está querendo aquelas moedas de ouro para você. -- Disse ele brincalhão. -- Pois saiba que eu a levarei para o Barba Negra. -- Lauren bufou e ficou na ponta do pé, puxando com força a flecha da árvore antes de parar na frente de Camila com a flecha afiada em sua mão, impedindo o rapaz de levá-la.

-- Então ouse apenas tentar. -- Ela disse com a mandíbula tensionada. -- Ouse apenas se aproximar dela... -- Deixou a ameaça no ar, vendo o rapaz fitar Camila uma última vez antes de dar um passo atrás. Ela já vira aquele olhar em um homem antes e enquanto estivesse viva jamais deixaria aquilo voltar a acontecer com alguém sob seus cuidados.

-- Droga! -- Proferiu ele. -- Perdi todo aquele ouro. -- Disse por fim. Os olhos de Lauren encontraram os de Dinah, vendo nos castanhos de sua amiga a certeza de que teria apenas uma coisa a se fazer pelo bem da garota.

-- Escuta, Camila... -- Lauren disse baixo, se virando para a garota quando viu que o rapaz não faria mais nada. -- Você terá que vir comigo, porque esse rapaz vai querer levar-te para o nosso navio e eu não confio muito nele sozinho com você. -- Disse suavemente, segurando na pequena mão da menor, sabendo que ela não entenderia nada do que dizia. -- Eu te deixo no próximo lugar em que pararmos, segura, eu prometo, mas vou precisar te levar comigo, senão aquele imbecil chamará os outros e vão acabar te levando de um jeito bruto ou fazendo algo ainda pior.

Camila a fitava sem compreender o que ela dizia, porque daquele idiota havia entendido apenas algumas poucas palavras e entendia bem pouco, mas por alguma razão a melodia daquela voz e o timbre em que eram proferidas as palavras, juntamente com aqueles verdes calmos de seus olhos lhe agradava.

-- Eu vou cuidar dessas suas feridas e te dar comida de verdade e em uns dez ou quinze dias, ou menos, encontremos terra a vista novamente. -- Ela disse, se inclinando para depositar um beijo delicado no dorso da mão da garota sem jamais deixar de fitá-la nos olhos. -- Espero que me desculpe por te levar daqui sem te fazer entender nada. -- Sussurrou. -- Eu realmente sinto muito.

-- O que está acontecendo aqui? -- A voz do Barba negra surgiu então, fazendo Lauren suspirar e se virar para ele. Mentiria para seu amigo, mas não poderia arriscar dizer a verdade e um deles querer usá-la para satisfação pessoal, mesmo que pagasse pelo ato; tampouco poderia arriscar dizer que Camila era apenas uma moça normal, afinal, Paul duvidava daquilo, com certeza a levaria a força para o navio e por ter capturado o ser "místico", de acordo com o Barba Negra, ele a daria de brinde para o rapaz. Lauren olhou mais uma vez para Camila, vendo o medo se apossar novamente daqueles puros olhos.

-- Eu prometo gastar todas aquelas cem moedas de ouro com você. -- Sussurrou tão baixo que, mesmo que a garota entendesse algo do idioma, não seria capaz de ouvir.

-- Eu fiz uma pergunta! -- Impôs o pirata, impaciente.

-- Eu encontrei! -- Lauren disse por fim, encarando o homem.

-- Encontrou o quê? -- Ele perguntou confuso, vendo a garota se esconder atrás de Lauren devido à timidez de sua nudez.

-- A sereia das suas lendas. -- Ela disse, vendo de soslaio um pequeno sorriso nascer nos lábios de sua amiga. -- Eu a encontrei!

O canto da sereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora