12 - Harmonia.

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Yo digo R, tú dices BD🎶🎶 Oooi :333

Eu disse que voltava😌😌

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-- É francês! -- Lauren ouviu Normani falar irritada assim que abriu a porta do quarto para o convés.

-- Você não entende nada de idiomas mesmo, se nota. -- Dinah rebateu. -- Ela fala guarani!

Um pigarro de Lauren fez ambas se calarem e virarem seus pescoços em sua direção.

-- Pronto! -- Lauren falou e quando estava prestes a entrar para o quarto novamente, Dinah a chamou. A de olhos claros voltou a lhes encarar, especialmente Dinah, por ter lhe chamado, e lhe fitou solenemente, esperando.

-- Desculpa! -- A loira pediu envergonhada, exalando pesadamente o ar de seus pulmões em plena decepção. -- A Normani me tira do sério e eu não pensei em...

-- Eu sei que você não teve a intenção. -- Lauren a cortou, olhando para a lua no céu. As três ficaram em um silêncio raro por alguns segundos, até a garota voltar a se fazer presente. -- Será que vocês poderiam ser um pouco menos brutas perto dela? -- Pediu com delicadeza. -- Ela não entende o que a gente fala, não pode saber que são brincadeiras e ela tem medo de vocês agora. -- Explicou. -- Não quero que ela tenha medo. Medo é um sentimento pavoroso.

Lauren entendia bem aquilo. Ela sabia como era sentir medo e por isso jamais desejava a alguém tal sentimento, pelo simples fato de um único sentimento ser capaz de acorrentar sua alma e destruir seus sonhos, te apagar por completo e, se você descuidar, ele te evapora.

-- E então... -- Prosseguiu, saindo de suas memórias de quando costumava sentir medo. -- Posso contar com vocês?

-- Comigo sim. -- Normani disse envergonhada de sua ação.

-- Comigo também, mas aviso que não confio cem por cento no meu cérebro. Ele é meio desatento. -- Dinah disse em uma careta triste e Lauren assentiu, sabendo que Dinah estava sendo sincera.

-- É mais do que suficiente para mim. -- Lauren respondeu honestamente.

-- Tenho um presente para você. -- Dinah disse, sorrindo feliz ao ter Lauren de bem com ela novamente. -- Vou buscar, espere! -- Avisou, se afastando alguns passos.

-- É outra pedra? -- Lauren sussurrou para Normani ao notar que Dinah não lhes espiava, vendo a negra assentir e segurar o riso.

-- Aqui. -- Dinah disse e voltou a se aproximar, lhe entregando uma pedra de aproximadamente três centímetros de diâmetro, animadamente. -- Peguei da ilha quando encontramos Camila. -- Explicou sorridente. Lauren olhou para a pedra e fitou sua amiga.

-- Obrigada, Dinah. Vou guardar com as outras. -- Disse. Ela não ousaria zombar de sua amiga, ela sabia a importância de pedras para Dinah.

Foi com uma pedra que Lauren salvou Dinah de ser morta. Pedra significava algo como liberdade para ela, mas não só isso, significava um laço para quem fosse presenteado por ela, significava que ela juraria lealdade àquela pessoa. Para os demais era apenas pedras, para Dinah não.

A risada de Normani desvaneceu o momento, fazendo a magia interior que Dinah sentia se dissipar.

-- Do que está rindo? -- Dinah perguntou, endurecendo sua expressão.

-- É uma pedra. -- Disse, explodindo em uma alta gargalhada no momento seguinte. Lauren prendeu a respiração por um momento, afinal, ninguém jamais ousava caçoar daquilo perto de Dinah.

-- Eu não sou cega, ou acha que eu dei de presente para Lauren sem ver o que era? -- Sugeriu rudemente.

-- Depois reclama do me dedo do pé. -- Normani rebateu, cessando o sorriso. -- Mas é a louca de pedras.

-- Você fala isso porque sabe que só presenteio pessoas quem me importam e eu nunca te dei uma pedra. -- Retrucou, frustrada. Normani piscou por un segundo, um pouco sem rumo e Lauren se encolheu no canto.

-- Ainda bem, que merda eu faria com uma pedra? -- Lauren então sorriu. A rotina havia voltado e, com um suspiro contente, ela entrou de fininho no quarto e encostou a porta, podendo ouvir dali apenas os murmúrios das garotas em mais uma de suas discussões eternas.

A maior caminhou a passos de seda até a cama, se espreguiçou e pousou seu olhar em Camila. Para sua surpresa, os olhos castanhos estavam abertos e a maior podia jurar que seu corpo estava retesado, contudo, ao notar que era Lauren que havia entrado ali, a garota relaxou seu corpo em um suspiro de alívio.

-- Já estou aqui novamente. -- Disse baixinho ao notar que Camila estava preocupada ou com medo de algo, se deitando ao lado dela. Os olhos castanhos focaram em Lauren, agora ao seu lado outra vez.

Camila, diferente das outras vezes, procurou os olhos de Lauren e paralisou sua mirada bem ali, porque ela queria conversar, explicar como se sentia, mas não tinha ninguém, então desejou que Lauren entendesse através de seu olhar como ela se sentia. A maior se ajeitou melhor na cama e sorriu, mas ao prestar bem atenção naquele olhar, detectou uma profunda tristeza, um olhar vazio junto com olhos marejados.

Já era tarde da noite e provavelmente todos os demais estariam dormindo, com exceção da pessoa que havia ficado como almirante àquela noite, Normani, Dinah e as duas garotas que ali se encaravam quase sem pestanejar.

Lauren queria poder abraçar Camila, a garota parecia sofrer alguma espécie de dor interna, todavia, não sentia que Camila de sentiria confortável com seu toque; melhor assim, não? No fundo, Lauren tinha medo do que poderia sentir com aquela garota, uma vez que tudo era tão... puro com ela. As orbes esmeraldas viram o exato momento onde o lábio inferior de Camila começou a tremer, para então vê-la engolir em seco.

Subitamente Camila começou a cantar uma música em seu próprio idioma, como que para se distrair de seus próprios sentimentos. Lauren jamais ousou findar aquilo, sentindo a melancolia de como soava aquelas palavras estranhas proferidas por Camila. Lauren não pôde deixar de reparar, mais uma vez, o quão linda e melodiosa era sua voz.

Camila sorriu tristemente para Lauren, fechando os olhos no refrão, sentindo uma lágrima teimosa escorrer de seus olhos. Ela estava sentindo falta de seu pai, entretanto, não sabia dizer isso no idioma de Lauren. Doía não poder compartilhar, doía já não ter seu pai consigo, mas ao sentir um soluço escapulir de seus próprios lábios, abriu os olhos ao ouvir Lauren murmurar a melodia da canção junto com ela.

A maior não sabia a letra, tampouco conhecia o ritmo, mas a melodia era fácil de se pegar e deixou-se ser levada por Camila. Segundos depois a menor sentiu delicados dedos enxugando suas lágrimas e, sem dizerem mais nada, seguiram assim. Camila cantava a letra, Lauren a melodia.

Foi a primeira vez, desde que seu pai se fora, que Camila se sentira realmente acolhida e, de fora, as meninas decidiram esperar mais alguns minutos para entrarem, porque definitivamente a voz de ambas juntas era o som mais harmonioso que já haviam escutado até então. Até pararam as brigas ao ouvirem-nas.

Camila até poderia não ser uma sereia, mas a magia de sua voz se espalhava pela alma de quem a ouvisse, encantando e prendendo toda a atenção para si.

Naquela noite, Camila foi dormir com um pouquinho mais de paz em seu coração tão machucado.

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Quero gravado elas duas cantando juntas😭😭😭😭

Até😘❤

O canto da sereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora