3 - Cem moedas de ouro.

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Terceiro sim, porque amo fazer isso hausuausua😘

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Instantes depois respingos de água voltaram a atingir Dinah, fazendo-a reclamar novamente.

-- Será que alguém poderia ter mais cuidado por aqui? -- A loira reclamou irritada, vendo Normani pular na água a sua frente e começar a puxar o barco para a Costa após remarem por vários minutos.

-- Não enche, Dinah! -- A negra exigiu.

-- Se voltar a falar assim comigo, sua deformada do dedo do pé, eu...

-- Acalme-se! -- Lauren pediu rindo, descendo do barco no instante seguinte para ajudar a empurrá-lo para a Costa. Dinah respirou fundo e coçou o queixo, assentindo levemente contrariada, descendo do barco também, uma vez que a água já batia no joelho de Lauren. Ela não achava o dedo do pé de Normani deformado, tampouco achava qualquer defeito na mulher, entretanto Normani vivia irritando Dinah e, ao ouvir, uma certa noite, Normani indagar para Lauren sobre se seu menor dedo do pé era deformado, Dinah achou a forma ideal para provocar Normani na mesma moeda e foi assim que a loira decidiu começar a irritá-la assim.

-- Não atiça sua curiosidade saber o que tem debaixo daquele pano? --Dinah sussurrou para Lauren após sair de seus pensamentos, apontando para a "coisa" misteriosa que eles levavam ali.

-- Não é da nossa conta. Edward tem seus motivos para que não saibamos do que se trata.

-- Você fica muito chata quando fica do lado dele. -- Exclamou, respirando aliviada ao finalmente chegarem.

-- Aonde vão? -- Lauren perguntou assim que viu Normani e um dos homens pegarem o que carregavam e começarem a se distanciar dali, ilha adentro.

-- Prenda bem esse barco e nos encontramos em algumas horas do outro lado da ilha. -- Barba negra disse seriamente, não deixando espaço para Lauren dizer mais nada além de concordar com a cabeça.

-- E cozinhe para mim, querida. -- Normani zombou de Dinah, vendo-a trincar a mandíbula para ela. A negra sabia que ela não poderia segui-la por ordens do Barba Negra, mas ela faria questão de vingar-se de Normani assim que ela voltasse de lá.

-- Essa implicância de vocês chega a ser engraçada. -- Lauren confessou rindo, puxando a corda do barco antes de enrolá-la em uma grande rocha pontiaguda e dar um nó bem apertado.

-- Não acho que você tenha que achar engraçado. Ela me tira do sério de verdade. -- Dinah explicou, ouvindo Lauren gargalhar no instante seguinte.

-- Eu não saberia se você não tivesse me contado. -- A garota provoca, vendo Dinah estreitar os olhos.

-- Você está, por acaso, rindo de mim? -- Indaga, levando uma mão até sua cintura.

-- Eu? Imagina! -- Diz em tom zombeteiro. -- Deve ser impressão sua. -- Fala, vendo Dinah assentir desconfiada. -- Agora vamos porque você ainda tem que cozinhar para a Normani. -- Brinca, vendo Dinah lhe olhar com olhos ameaçadores.

-- Agora você vai ver o que eu vou cozinhar. -- Dinah gritou, começando a correr atrás de Lauren no momento seguinte. A morena gargalhou alto e começou a correr, não sentindo o vento levar seu chapéu diretamente para o chão conforme se afastava dali às pressas.

[...]

-- Eu nunca sei como a Lauren, com essas mãos suaves consegue acender esse fogo. -- O homem confessou, se jogando ao lado da moça, de frente para a fogueira.

-- Ela já nos salvou de morrer de frio muitas vezes por saber acender o fogo. -- Normani disse rindo suavemente. -- Eu levo horas. Francamente, não sei como ela consegue.

-- Você é uma energúmena, qualquer coisa te faz levar mais tempo do que deveria. -- Dinah espetou, vendo através da fogueira o rosto irritadiço de Normani.

-- Gente, alguém viu meu chapéu? -- Lauren indagou, querendo mudar o foco da conversa. Não estava com paciência para ouvir mais uma longa discussão das duas mulheres.

-- Não. Acabo de chegar. -- Edward Teach disse, negando com a cabeça.

-- Caiu enquanto eu te perseguia. -- Dinah disse singelamente, segurando o riso ao ver a forma como Normani lhe encarava ainda enfurecida.

-- Que falta de sorte! -- Lauren murmura após um suspiro. -- Amanhã eu o agarro na volta. Não deve ter ido muito longe, afinal ventava pouco.

-- Isso se ele ainda estiver por lá. -- Barba Negra diz, vendo todos os pares de olhos que estavam em volta da fogueira lhe mirar. O restante da tripulação havia chegado pouco depois de Lauren e Dinah, deixando apenas Barrica cuidando do navio.

Barrica era o animal de estimação do Barba negra. Medonho, veloz e terrivelmente assustador, de acordo com Edward.

-- Como assim? -- Um dos piratas, Paul, perguntou curiosamente. -- Não tem mais ninguém nessa ilha, como ele sumiria? -- O Barba Negra sorriu de forma maquiavélica e fitou o alaranjado da fogueira.

-- Seres místicos adoram capturar coisas do nosso mundo. -- Ele disse satisfeito. -- E após farejarem o objeto, eles vão atrás do dono do mesmo, em busca de seduzi-lo para o mundo deles para então roubar-lhe todo o ouro possível.

-- Inclusive as sereias? -- Paul voltou a questionar, tendo Lauren revirando os olhos. Ela não podia acreditar como eles acreditavam naqueles contos de Edward.

-- Especialmente elas. -- O homem disse, tendo os olhos brilhando entusiasmo conforme prosseguia sua história. -- Elas são lindas como ninguém, nos arrancam suspiros com seu jeito doce e mágico, nos seduzem, nos apaixonam e depois roubam nosso ouro. -- Falou seriamente. -- As sereias são o tipo mais traiçoeiro de ser místico.

-- E se alguma delas capturar o chapéu de Lauren e vier atrás dela depois? -- Paul indagou assustado, sentindo a palma de sua mão coçar. Ele morria de medo dessas coisas, mal podia ter paz à noite quando era ele o responsável de vigiar o navio enquanto os demais dormiam, tudo por medo de alguma sereia aparecer na calada da noite.

-- Não diga bobagens! Sereias não existem! -- Lauren disse entediada, vendo o Barba Negra lhe mirar furiosamente. Ela sabia que ele acreditava naquelas coisas, portanto, deveria ter ficado calada para não começar mais uma discussão.

-- Pois eu digo que existem! -- Vociferou. Lauren não poderia desmentir ele diante de toda sua tripulação. Aonde ficaria sua imagem? -- E sei tanto sobre isso que desafio vocês a encontrarem uma.

Alguns homens coçaram a nuca, outros se encolheram, outros riram baixinho e foram tais risadas que fizeram o sangue de Edward se esquentar e a raiva dominar completamente seu ser.

-- Dou cem moedas de ouro para o primeiro homem ou mulher que encontrar uma. -- Ofereceu. Olhos se arregalaram, sussurros se espalharam entre todos os homens e animação percorreu a veia de cada um deles. Cem moedas de ouro era muito dinheiro; com aquilo alguém poderia comer, beber e pagar quantas meretrizes quisesse em uma de suas estadias curtas pelo mundo afora.

-- Desafio dado é desafio cumprido. -- Paul falou por todos, erguendo seu copo de rum no ar antes de todos gritarem de empolgação e repetirem o gesto. Lauren bufou e negou com a cabeça; aqueles homens eram uns completos imbecis.

O canto da sereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora