Chegamos em frente a uma cafeteria, adentramos dentro do grande lugar que tem seu certo charme, me sento na cadeira e peço um café expresso estou sentada ouvindo a Diane falar sobre o Douglas, eu ainda estou tentando entender o que ela acha de tão interessante nesse rapaz, estou ouvindo ela falar quando ouço alguém fala.
– Elo...
Meviro para ver que é, então me levanto corro abraçar não acreditando.
– Hugo – digo sorrindo – quanto tempo pensei que não fosse mais voltar.
– Que saudades minha pequena – ele diz – e aí como anda a vida?
– Bem – respondo – como foi a viagem? Me conta.
– Foi maravilhosa, conheci tantas pessoas boas, foi a melhor coisa que eu fiz na vida foi fazer missão.
– Senti tanto sua falta Hugo, você nem imagina.
– Eu imagino sim tampinha, você não mudou nada em!Ouço alguém tossir me viro vejo Matheus me encarando com uma cara muito feia, Diane está olhando para o Hugo então eu falo.
– Hugo essa é a minha colega de quarto Diane.
– Há oi – Hugo diz cumprimentando ela.
– Oi – ela responde sorrindo.
– E esse é o Matheus – digo – meu paciente.Ele estende a mão para Matheus que o encara e vira o rosto, Hugo fica sem graça e coça a cabeça e diz sorrindo.
– Bom pequena a gente se ver por aí.
– Vai em casa Hugo, para conversarmos com mais calma e tempo.
– Beleza – ele diz – bom tchau.Hugo acena e sai do grande estabelecimento, Diane me olha eu já sei o que ela quer saber mas não sou obrigada a contar agora.
Terminamos de tomar o café sabe quando está aquele silêncio constrangedor, está assim ninguém fala nada, me levanto e vou pagar a conta saimos de la e vou para casa, coloco música para tocar estou prestando atenção na estrada, estou tentando entender porque o Matheus fez aquela desfeita com o Hugo, estou olhando assim que chego no portão de casa paro o carro ele abre a porta e sai andando, fico sem entender nada.– Se me permite fazer um comentário – Diane diz olhando para o Matheus – não quero ser intrometida, mas eu tenho certeza que o Matheus não gostou muito do seu amigo Hugo.
– AFF você e seus comentários bobo, Matheus é um louco largado não vejo ele com ninguém.
– Sua mãe também não se via com o seu pai e olha no que deu, casamento com lua de mel em Veneza, e quando voltou uma grande surpresa Noah e depois teve você.
– Como sabe disso?
– Li o livro da sua mãe, ela conta tudo nós mínimos detalhes, eu sei que o Matheus não se apega a ninguém mas com você é diferente, ele conversa e até sorri, fica esperta Elo não deixa que seu ego por ser médica acabe com seus sentimentos amorosos.
– Sei lá Diane – digo travando o carro e pensando.Travo o carro e vou para dentro de casa, meu irmão está sentado no chão estudando, Diane sobe para o quarto e eu vou para cozinha estou olhando para fora e vejo Matheus observando atenciosamente o parquinho, ultimamente eu não sei o que estou sentindo, vou até onde ele está me aproximo e pergunto.
– O que tanto olha aqui?
– Na fazenda dos meus pais tinha um igualzinho a esse, tem coisas aqui que me trás lembranças que eu prefiro esquecer!
– Matheus na casa dos seus tios como era?
– No começo foi bom, eu realmente fui tratado como filho mas o que é bom dura pouco, aos poucos comecei a ser maltratado. Cada dia era um tipo de maus tratos, tenho grandes cicatrizes por todo meu corpo, cada uma delas era de um tipo de tortura, eu não consigo entender como pode existir pessoas tão más e que se dão tão bem na vida, esse mundo é injusto.
– Sim ele pode até ser um pouco, mas ele sempre dará voltas e cada volta dada ele cobrará com juros as maldades das pessoas, é a lei da semeadura você colhe você planta, hoje você pode plantar coisas ruins amanhã você colherá coisas ruins.
– Sempre com palavras sábias, o que levou você realmente querer fazer medicina?
– Eu sempre quis fazer medicina, desde criança, mas quando eu conheci o Gabriel o ano passado eu senti um amor a primeira vista, então descidi estudar e ter uma profissão que eu pudesse ajudar ele no dia a dia.
– Mas ele não tem nada que precise ficar em um hospital!
– Sim ele tem, hoje eu vi uma tumografia tinha módulos e não é normal uma criança de três anos ter módulos e crises convulsivas.
– Não vai ser nada de mais, os ateques dele pode ser por conta do autismo.
– Da pra ver que você não entende nada de medicina, o autismo não é doença é apenas uma criança com alterações sociais, ele já mais terá convulsões por causa do autismo.
– Então por que ele se debate tanto?
– É apenas uma crise, geralmente os autista não suportam barulhos, tem dificuldades em estar entre as pessoas, eles são sensíveis e precisam de um tempo deles um lugar só dele o mundo todo feito para ele, o problema é que no lar adotivo ele não é tão compreendido por isso ele tem tantas crises e passa mais tempo no hospital, mas isso não tem nada haver com convulsões.
– Entendo, mas por que você se preocupa tanto com ele?
– Eu não me imagino um dia sem a minha família – digo – só de pensar no que você passou eu já estou triste, e o que eu ganhei pelo Gabriel foi um amor, eu realmente tenho vontade de trazer ele para minha casa, por isso que eu faço trabalhos voluntários pra sempre estar perto dele.
– Eu disse que você era durona, mas por dentro é mole.
– É pode ser – digo – talvez eu tenha um coração no lugar de pedras.
– É bebê – ele diz se levantando – aí bate mesmo um coração em vez de pedras, bom nós vemos por aí.
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Diário de uma Garota Cristã 2
SpiritualUma nova história e um novo começo, Eloísa terá que por sua nova vida em ordem. Faculdade é apenas mais um motivo para ela se firma mais em Deus, suas novas amizas fará com que ela siga caminhos que não tenha volta, pode ser que no meio de tanta...