Diário de uma Garota Cristã 2

#33

     6 Anos depois.

     – Nossa como passou rápido – vovó diz me abraçando.
     – Nem me fale eu vou sentir falta daqui – respondo fechando minha mala.
     – Ainda tem tempo antes do seu vôo, onde vai?
     – Eu vou no escritório, pegar o prontuário do paciente afinal será uma cirurgia e tanto.
     – Você acha que vai voltar para cá?
     – Com toda certeza sim, minha vida está toda aqui.

     Fecho minha mala pego as chaves do carro e vou para o consultório, depois do campeonato eu me mudei para Paris, foram os melhores anos da minha vida, amadureci bastante ao ponto de deixar minha vida amorosa de lado e focar apenas em medicina, estou no consultório pego o prontuário encontro Dr Cléber.

    – Eloísa – ele me chama.
    – Dr Cléber, eu vim buscar o prontuário – falo sorrindo.
    – Tenho certeza que foi minha melhor escolha – ele diz com um sotaque francês – sua equipe é boa.

    Dou um sorriso minha residência passou bem mais rápido que eu imaginei, agora eu sou médica e vou fazer uma cirurgia muito importante no Brasil, quando veio a proposta de uma cirurgia mega importante e que me escolheram por conta do campeonato e viram que minha equipe era a melhor, estou animada para rever todos exceto o Matheus, por falar em Matheus como será que ele está? Nós primeiros dias depois que eu mudei nos até conversávamos, mas ai eu acabei me afastando dele.
    Saio do consultório e vou para um café que tem perto do escritório, estou mexendo no celular quando meu celular toca vejo o número da Diane.
     – Oi – ela diz animada quando atendo.
     – Oi minha querida – respondo – como anda as coisas?
     – Bem, que horas você vai chegar?
     – Por volta de umas três ou quatro da tarde, ainda não tem nada definido.
    – Que bom estou com saudades.
    – Também estou Diane, temos tantas coisas para conversarmos.
    – Nem me fale, amiga vou desligar uma paciente minha precisa de mim.
    – Vai lá sua doida.
   Desligo o telefone e sem querer aparece uma foto minha e do Matt, eu ainda tenho sentimentos por ele, até hoje tento entender o porquê dele ter terminado comigo.
     – Eloísa Bittencourt – ouço a voz irritante da Adelaine.
     – Adelaine já veio destilar o seu veneno?
     – Fiquei sabendo que vais voltar para o Brasil!
     – É eu realmente vou – respondo – mas não se preocupe que eu volto.
     – Pensei que não veria mais você, não querendo ser curiosa mas o que você vai fazer no Brasil?
     – Eu e minha equipe vamos cuidar do caso das quintloplas.
     – Eu queria esse caso.
     – É todos queriam esse caso, mas quem ganhou foi eu, hoje eu vou para o Brasil e só volto depois que as quintloplas nascerem.
     Ela revira os olhos, Adelaine e eu nunca nos demos bem, me levanto e vou pagar meu café, volto para casa da vovó e do vovô, meu vôo sai às seis da tarde vou terminar de arrumar minhas coisas, dependendo do que acontecer no Brasil pode ser que eu nem volte mais, estou guardando algumas coisas na mala vejo a roupa que o Matt me emprestou, as vezes me pergunto como ele está?
      – TOC TOC – vovô diz batendo na porta.
      – Pode entrar vovô – falo guardando o moletom na bolsa.
      – Eu estou feliz por você minha querida, mas acho que agora é a hora de nos despedimos.
      – Vô obrigado por tudo.
      – De nada minha menina, saiba que sempre pode contar comigo.
      Ele me abraça vovó Cíntia entra no quarto, ela me abraça também, agora é a hora de enfrentar o meu passado e viver o meu presente porque o guia Deus pertence.
     Vou para o aeroporto pego minha passagem e vou até a fila de embarque, entrego minha passagem e adentro do avião seja como Deus quiser, talvez esses cinco anos me fez ficar mais firme com Deus, mesmo fazendo medicina.
      – Posso me sentar aqui? – um moça pergunta.
      – Claro que sim.
  O avião decola ligo minha playlist de louvores e começo a ouvir Isadora Pompeu, fecho meus olhos e acabo cochilando essa viagem vai ser bem longa.
    Abro meus olhos e vejo que o avião está quase pousando e o inesperado acontece, alguém começa a gritar.
     – Alguém me ajuda ela não está respirando.
    Me levanto e vou até a moça que está passando mal, ela não está respirando seu pulso está bem fraquinho.
     – Eu preciso que alguém me ajude a deitar ela – digo e um rapaz me ajuda – ninguém em cima por favor.
     – Você não pode fazer nada – uma moça diz.
     – Sim eu posso – digo pegando minha bolsa – ela não está respirando, vou precisar abrir a carótida dela, preciso de um canudo!
    Aeromoça me traz o canudo então começo a detetizar e faço um pequeno buraquinho em sua carótida, sua respiração se normaliza ela começa a respirar seus olhos estão fechados!
     – Quanto tempo até pousar? – pergunto.
     – Alguns minutos – aeromoça disse.
     – Ok, já ligaram para ambulância? O que eu fiz aqui precisa de um médico.
     – Sim já avisamos a ambulância estará nos esperando doutora.
     
    Eu estou aliviada em saber que já está dando certo as coisas, assim que o avião pousa os paramédicos entram no avião, eu os acompanho.

     – Para qual hospital vão levar ela? – pergunto.
     – O mais próximo – o paramédico disse – vou precisar que a senhor me acompanhe por favor.
     – Eu preciso pegar minhas coisas – digo.
     – Aqui está sua mala senhorita – aeromoça diz – o fiscal irá lhe acompanhar.

    Entro na ambulância mando mensagem para Diane avisando que estou indo para o hospital com uma paciente, não demora ela diz que vai me encontrar.
    Estou sentada esperando alguma notícia, mas ninguém apareceu descido me levantar e ir até onde é a recepção.
    – Boa Tarde, eu vim junto com a moça que passou mal no avião, você tem alguma notícia dela?
    – O doutor Stivens já vem, ele teve uma emergência.
     Volto a sentar e esperar, eu estou impaciente me levanto e vou pegar uma água a recepcionista me chama.
    – Sra o Dr está vindo.
    – Ok obrigada.

   Pego minha bolsa e vou andando quando ouço alguém falar e minhas pernas amolecem.

     – Cristal onde está a moça que você disse que queria falar comigo?
     – Ali Dr Stivens.
  
   Quando me viro o encaro eu não acredito nisso é o Matheus, ele está com um jaleco.

    – Eloísa quanto tempo.
    – Matheus, você aqui agora eu fiquei surpresa, como a moça está?
    – Ela vai ficar bem, você salvou a vida dela.
    – Só fiz o meu trabalho, eu preciso ir vamos marca um dia e tomar um café!

    Ele sai do meu campo de vista nossa eu não acredito que é ele, como ele está mudado, pego um táxi e vou para minha casa meu dia foi mais agitado do que o normal.

     – Querida que bom que chegou – mamãe diz.
     – Benção mãe, cadê o povo dessa casa?
     – Seu pai está de plantão e o Noah está trabalhando como foi a viagem?
     – Exaustiva, uma moça passou mal e fiz uma micro cirurgia nela, agora ela está bem.
     – Ótimo, bom vem tomar um café.
 
    Conto para ela como foi meus dias em Paris, cada detalhe da faculdade e do hospital onde estava fazendo minha ronda.

     – Pelo visto você se divertiu minha querida.
     – Mãe eu o encontrei – digo – o Matt está tão mudado e diferente.
     – As pessoas mudam filha, eu sei que vocês vão se resolver.

   Dou um sorriso para minha mãe, vou para o meu quarto eu preciso me acostumar com o fuso horário daqui de novo.