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     Alguns dias depois.

     Dizem que quando você morre você vê apenas um clarão bem longe, será que é isso mesmo? Eu ouço as pessoas ao meu redor, mas não consigo ver elas, então isso quer dizer que estou morta né? Por um instante eu vi minha alma longe e meu corpo caído com o Matt o abraçando, será que é assim que vai ser? Esse é o meu adeus? Minha visão acaba mudando e eu estou em um lindo jardim, fico olhando para o laga e ouço uma voz dizer.

    —  Você parece bem preocupada —  uma voz calma e meiga diz.

  Olho para aquele rosto não pálido mas sim bem bonito, eu não acredito que anjos possam se comunicar, aquela garota esta com um sorriso diferente, ela esta bem animada.

    —  Desculpa, mas nós nos conhecemos? —  pergunto.
    — Não, mas você já ouviu falar de mim ou já viu alguma foto minha com o Matheus.

   Olho bem e percebo que é a Natacha, isso deve ser efeito dos remédios, talvez quando ficamos inconscientes podemos viajar sem ao menos querer e isso pode fazer nós temos alucinações.

    —  Natacha como isso é possível?
    —  Não importa, agora não é hora de você desistir, talvez você pense que agora não tem mais jeito, você precisa lutar e  ter força de vontade, ele precisa de você, o Matt precisa de alguém que o compreenda e aceita o passado obscuro dele, você precisa lutar por ele...

   A voz da Natacha esta mais distante que antes, vou abrindo meus olhos bem de vagar, uma luz bem forte esta em meus olhos, estou olhando atentamente cada detalhe percebo que estou em um quarto, o que será que aconteceu? Uma máquina esta apitando, então um homem de branco entra no quarto ele me da um sorriso e fala.

    —  Finalmente acordou, sua família ira ficar muito feliz Eloísa.
    —  Onde eu estou —  pergunto o encarando —  quem é você é? E o que você está fazendo comigo?
    —  Sou o doutor Luiz, você sofreu grave acidente de carro,  algumas semanas atrás está se lembrando?
    —  Não —  respondo curto e grosso.

   Ele parece pensar, faz umas anotações e sai do quarto, estou olhando para o teto e algumas pessoas entram no meu quarto, estou encarando eles e uma senhora chorona me abraça e me beija.

    —  Minha querida graças a o bom Deus, você acordou eu estava muito preocupada.
    —  Quem são vocês?
 
   Quando eu pergunto eles se assustam, o doutor volta no quarto e diz.

    —  Bom, como eu disse poderia haver sequelas, ela não está se lembrando de vocês, vou fazer algumas ressonância e tomografias para saber se é passageira ou se é para sempre.

   Assim o doutor me leva para outra sala, ele está empurrando a cadeira de rodas, o acidente deve ter sido muito feio, eu estou com a perna e o braço enfaixado, na minha perna tem alguns ferros, eu estou naquela máquina barulhenta então tenho como se fosse um flash de emoções.

    —  Você é a minha princesa —  papai diz — eu sempre vou me orgulhar de você.
    — Parabéns minha menina — minha mãe diz — você agora é uma medica igual ao seu pai.

    As lágrimas estão rolando no meu rosto, como eu pude me esquecer dos meus maiores amor, meus pais? O doutor termina de fazer os exames e me leva de volta para o quarto, minha mãe me abraça eu falo.

    — Mamãe eu me lembro da senhora, eu me lembro de você pai, vocês são meus maiores orgulhos.
  
   Ela chora me abraça mais, eu estou deitada eles me contam sobre o acidente, e me falam que um tal de Matheus não saiu do meu lado, eu queria perguntar quem era esse, mas não posso, eles estão tão animados que eu não posso corta a alegrias deles.
     O momento de visitas já esta acabando eles se despede de mim e vão embora, o doutor disse que em poucos dias eu irei ir embora, isso é bom mas eu preciso ficar e repouso e descansar por causa da minha perna que eu fiz uma cirugia delicada e por causa do meu braço. Por falar em braço ele esta todo imobilizado eu não sinto ele, será que isso é normal? Estou deitada olhando para o teto que é branco ouço alguém falar.

    — Quando me disseram que você acordou eu não pude esperar de tanta animação.

    É um rapaz muito bonito, quando ele se aproxima e me abraça o empurro com brutalidade, eu estou assustada e com medo quem é esse garoto.

    — Quem é você? E o que faz aqui? — pergunto alterada.
    — Bebê sou eu o Matt? — ele diz.
    — Sai daqui — eu grito — eu não te conheço sai daqui agora..

    Ele abaixa a cabeça e sai do quarto suspiro aliviada quando ele sai, deveriam cuidar mais da segurança de um hospital assim, eu quero ir embora para minha casa, se é que eu tenho uma.
    Três dias depois de eu finalmente estou de alta, minha família esta me levando para casa, eu estou animada para ver na onde eu morava, o rapaz que invadiu o meu quarto nunca mais apareceu, assim que chegamos na grande chacara pergunto.

    — É aqui?

   Eles apenas assente com a cabeça, desço do carro e vou passar pela casa que é bonita e bem viva, me levam até o meu suposto quarto e vejo varias fotos minha com o rapaz do hospital, fico olhando tentando me lembrar que é ele, mas a namorada do meu irmão entra no quarto.

    — Vocês dois formavam um  casal muito bonito — ela diz — esta bem acomodada?
    — Sim, por quê eu não me lembro dele?
    — O seu cérebro está organizando as coisas, aos poucos você vai se lembrar, isso vai te ajudar você lembra dessa foto?

   Ela me mostra eu estou comemorando com um troféu, então um rápido flash passa em minha cabeça, foi no torneio de medicina.

     — Nós ganhamos o torneio de medicina né?
  
   Ela apenas assente com a cabeça, eu sei que tenho uma família e que sou medica isso já é bem importante.
    Ela me conta algumas coisas, eu tenho algumas lembranças, mas eu não me lembro desse Matheus.
   Será que algum dia eu irei me lembrar?

Diário de uma Garota Cristã 2Onde histórias criam vida. Descubra agora