#40 - Elô

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    Alguns meses se passaram eu estou me lembrando aos poucos, eu estou fazendo fisioterapia e acompanhamento em um neurologista, eu tenho alguns sonhos com o acidente e de um carro além do meu e da moça que me perseguia, eu estou revendo algumas coisas minhas e percebo que eu realmente amava fazer medicina, eu decidi operar, vou fazer três cirurgias, uma para retirar os pinos da pernas, reconstrução do meu nervo da mão e uma cirurgia na cabeça, eu estarei acordada enquanto a cirurgia ocorre. Diane sempre vem e me trás algumas fotos, como eu posso me lembrar da amizade dela e de outras coisas bem poucas.

     — Oi — ela diz — o que acha de fazermos algo diferente hoje?
     — Pode ser.

    Ela me mostra algumas fotos de quando estudávamos juntos, então vejo uma foto minha que foi tirada quando eu estava despercebida.

     — Essa foto — digo — ela está bonita, quem conseguiu tirar?
     — O Matt quem tirou, ele sempre gostou de fotografar você.
     — Matt? O nome daquele rapaz é Matt?
     — Sim você se lembrou dele?
     — Não mas eu gostaria de me lembrar.
    — Vocês dois era apaixonado um pelo outro.
     — Se é mesmo verdade porque eu não me lembro dele?
     — Pode ser passageiro, conforme o trauma que você teve pode ser que algo esteja bloqueado você de se lembrar dele.

    Ela é super meiga, meu irmão tem sorte em tela por perto, estou deitada minha mãe entra no quarto, ela é tão linda, eu ainda não acredito que eu esqueci dela por um momento.

     — Elô — ela diz — eu vou orar por você.
     — Pode orar mamãe.
    
    Ela segura minhas mãos, abaixa a cabeça e fecha os seus olhos, vejo lágrimas nós seus olhos ela fala.

     — Senhor Deus, quero te agradecer pela vida da minha filha, eu quero agradecer por ela estar viva, senhor eu te peço que quando ela entrar naquela sala de cirurgia o senhor toma a frente daqueles médicos, que o senhor faça a sua vontade e não a nossa, mas eu te peço que nos ajude e nós de forças, senhor que a mente dela venha ser recuperada ao poucos, que todos os seus desejos venha ser realizado, senhor que tua glória caía sobre a vida dela, porque ela é tua serva, mesmo quando ela se afastou o senhor cuidou dela, Deus coloca as tuas mãos assim eu te peço em teu santo nome amém.

    Ela me abraça com cuidado, hoje eu vou me internar e os médico disse que vou precisar remover os pinos da perna, eu estou chorando junto com ela, quando ela me solta me dá um beijo na testa, então eu sinto a necessidade de falar com Deus, eu deveria estar bem fora dos caminhos dele.

    — Oi senhor, eu sei que fui um pouco rebelde e quase me desviei do meu caminho, me perdoa quando pequei, eu sou tua serva e sempre serei, eu te peço vá em minha frente, se eu tiver que ficar sem me lembrar de quem eu realmente sou, tudo bem eu aceito, mas por favor não me abandones já mais, eu confio em você e sei que só em ti eu posso confiar, eu sei que tudo que sou totalmente dependente de ti.

    Chega uma hora que eu não consigo mais falar, mas minha mãe me disse que uma vez quando criança que apenas minhas lágrimas já bastavam para falar com Deus.
     O dia passou bem devagar eu estou  indo para o hospital, minha mãe e meu pai estão prestando atenção na estrada, eles parecem bem pensativos.

     — Vocês estão bem? — pergunto.
     — Sim — eles respondem juntos.
     — Eu posso ter perdido a memória, mas não sou idiota algo está errado você não são assim!
     — Estamos preocupados com essa nova cirurgia — papai diz.
     — Não se preocupem eu vou ficar bem, eu prometo a vocês.

    Eles dão um sorriso, quem eu quero enganar, estou tão apavorada que só Deus sabe como está meu coração, são três cirurgias, uma para reconstrução de um nervo da minha mão, uma para retirar os pinos da minha perna e uma cirurgia na cabeça.
    Chegamos no hospital vou dar entrada nos papéis da minha internação, logo minha vida vai mudar após essas cirurgias, estou ouvindo os médicos explicar cada passo da cirurgia.
     — Alguma dúvida? — doutor pergunta.
     — Não — respondo.
     — Nós veremos amanhã então Elo.

   Fico vendo eles sair, pego o celular e vejo a foto do rapaz, eu queria tanto me lembrar dele. Então uma loucura me vêem na mente, coloco um outra roupa vim um pouco de dificuldade, sento na cadeira que meus pais comprou, saio escondida do hospital, andando pelas ruas até que eu para de frente com uma ribanceira, um colapso de memória vem a minha frente do meu carro perdendo a direção.
     — Você não deveria estar aqui.

   Me viro e ele está ao meu lado, ele está olhando e fala com a voz embargada.

     — Foi tudo minha culpa, eu deveria ter me afastado mais.
     — Por que? Talvez você devesse ter lutado mais, eu queria tanto me lembrar.
     — Quando eu vi você lá embaixo eu te tirei do carro, e a segurei nós meus braços torcendo para que você ficasse bem.
     — Eu vou ficar — respondo — o que nos éramos?
     — Está uma pergunta que não sei — vejo ele sorrir — saiba que bebê que eu sempre vou cuidar de você.
   
    Quando ele diz isso me lembro do meu primeiro dia de aula, eu estava super atrasado quando esbarro em alguém, seus olhos são bem misterioso, quando ele me chama de bebê fico corada.
   
     — Matt — digo e ele se assusta — eu sempre serei a sua bebê.

   Ele me abraça então eu sinto o seu cheiro, esse cheiro que me fazia delirar. Como eu pude me esquecer do homen a qual eu amo muito.

     — Eu me lembro — falo chorando — eu me lembro de como nos conhecemos, eu me lembro de você, Matt não me deixe mais por favor.
     — Eu prometo que não vou te deixar minha bebê.

     Eu estou feliz, esses meses sem saber quem eu realmente sou me fez enteder que a vida é como um sopro, um dia estamos e no outro não.
     Estamos vendo as estrelas o celular dele toca, ele fala algumas coisas e diz depois de desligar o celular.
   
    — Você não muda né? E aí? Vamos voltar para o hospital fujona?
    — Claro.

   Voltamos para o hospital minha família está nos encarando, minha mãe me abraça e diz.

     — Não faça mais isso, quer matar sua mãe do coração?
     — Eu só se queria pensar um pouco, eu me lembro de tudo.

   Minha família me abraça e eu sinto o conforto deles, como eu amo minha família. Estamos todos conversando e um desespero me bate, só de pensar que não vou mais poder operar, mas meu sei que estarei nas mãos de grandes médicos, mas o mais importante é que Deus irá primeiro.

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