8 - Esse é o problema

10 4 0
                                    

Na quarta nada demais aconteceu. No trabalho foi tudo normal e no teatro também. Deixei meu professor avisado que eu iria faltar sexta e ele já me deu uma advertência.

O resto da semana passou rápido até que, enfim, chegou sexta-feira.

Sexta-feira

17:50

- Sarah, espere! - Ouvi Derek me chamar antes que eu descesse as escadas para o primeiro andar da livraria. - O pessoal combinou de ir num bar perto daqui depois de fecharmos aqui, quer vir?

- É, Sarah, vamos! - Disse Daiana, se aproximando.

- Eu adoraria, gente, mas não vai dar. Tenho que buscar meus amigos, vamos para uma festa na casa de meu pai.

- Você sempre tem um compromisso marcado, né? - Respondeu Daiana.

- Ela é uma mulher muito atarefada. - Brincou Derek.

Eu ri.

- Uma outra hora a gente combina qualquer coisa.

Percebi os dois olhando para alguma coisa atrás de mim.

- O que foi?

Antes que eu pudesse me virar para ver o que era, alguém atrás de mim tapou meus olhos com as mãos.

- Adivinhe quem é... apesar de eu nem saber quem é e se você errar ou não, eu não saberei. - Disse Derek. Todas nós rimos.

Respirei fundo e reconheci aquele aroma que eu amava.

- Felizmente eu me lembro bem desse perfume... é a Valentina!

Ela me abraçou por trás e me deu um beijo no ombro.

- Af, não tem nem graça brincar com você. - Disse ela cruzando os braços.

- Fica linda com essa carinha de brava. - Dei um beijo em seu rosto. - Mas o que faz aqui? Pensei que iria lá pra casa.

- Desculpa eu querer te fazer uma surpresa vindo te buscar no seu trabalho, posso voltar pra casa se quiser.

- Bom, enquanto o casal se resolve, nós precisamos ir. Tchauzinho para vocês duas. - Interrompeu Daiana.

Nós rimos e nos despedimos deles, indo em direção a saída.

- E você, deixe de ser dramática. - Valentina fez uma careta e me deu língua. - É claro que eu gostei de você ter vindo aqui me buscar, boba.

Ela sorriu e me abraçou.

- Estava com saudades, princesa.

- Eu também estava, bela adormecida. - Ficamos abraçadas por mais alguns instantes e então nos soltamos. Percebi que ela não estava com bolsa alguma. - Não trouxe roupa?

- Trouxe, estão no carro. - Disse ela apertando o botão na chave para destravar a porta.

- Olha só, a princesa veio me buscar em seu cavalo moderno de metal.

- É assim que nós vamos chamar os carros em nosso conto de fadas?

- Pensando bem, carro é bem mais prático.

Nós rimos e entramos no carro.

Ela ficou me olhando e eu já estava ficando sem jeito. Apesar de amar observá-la, quando era o contrário eu não conseguia disfarçar minhas bochechas corando.

- Não vai ligar o carro? - Tentei quebrar o silêncio.

- Não... - Ela aproximou seu rosto do meu e eu podia sentir sua respiração. - Deixa eu te observar mais um pouco.

Um só coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora