Quarta-feira
09:51
Narração de Naya Reis
Acordei com a minha cabeça latejando de dor, mais parecia que estavam dando marteladas nela. Fazia tempo que eu não bebia como ontem. Esfreguei os olhos e, assim que me dei conta, vi Estefânia deitada ao meu lado.
“Puta que pariu!” Pensei, já nervosa.
Tirei a coberta de cima de mim e vi que eu estava só de calcinha.
“Não, não, não! Deus, me diz que eu não fiz isso!”
Então olhei por debaixo da colcha que a cobria e, graças aos céus, ou não, ela estava vestida. Observei todo o quarto, tentando achar qualquer evidência que pudesse entregar seja lá o que tenha sucedido por aqui, mas não tinha nada fora do lugar. Eu não estava com aquele cheiro pós sexo, pude sentir o aroma do meu sabonete líquido.
Passei a mão em meu cabelo, sem entender nada e me levantei para tomar uma aspirina. Fui até a cozinha, abri a gaveta e peguei uma caixa de remédio. Tirei o comprimido da cartela, enchi um copo com água e a bebi, engolindo o medicamento.
Em seguida, fui até a sala e avistei meu celular em cima do sofá. O peguei para dar uma olhada e ver se ali havia alguma pista que me fizesse lembrar dessa madrugada. Logo abri minha conversa com a Estefânia e, sinceramente, fiquei decepcionada por perceber o quão fraca eu fui por a ter chamado. Mas esse era o único indício importante, fora algumas mensagens e ligações das meninas.
Coloquei o celular de lado e tentei me esforçar ao máximo para lembrar do que eu fiz nessa madrugada. E, de súbito, me vieram algumas cenas cortadas de mim e ela no banheiro, tomando banho.
“Eu, com certeza, não mereço uma garota tão incrível quanto a Lea.” Pensei comigo mesma, encostando as costas no sofá e jogando minha cabeça para trás.
- Ressaca? - Levei um susto e olhei para frente, vendo Estefânia de pé.
- Sim, alcoólica e moral. - Respondi.
- Você não lembra de nada do que ocorreu ontem à noite, né? - Questionou-me, se aproximando e sentando ao meu lado.
- Não, me desculpe. - Dei um meio sorriso.
- Relaxa, não fizemos nada demais, se é isso que quer saber. - Ela riu.
- Será que você poderia me dizer o que realmente aconteceu?
- Quando eu cheguei, estava claro que você tinha chorado, e que estava bêbada. Fiquei preocupada, perguntei o que tinha acontecido e você disse disse que havia perdido o amor da sua vida.
- Eu falei o quê?! - Perguntei, com meus olhos arregalados, quase dando um pulo do sofá.
Estefânia deu uma risada.
- Pois é, nem eu acreditei! - Ela se ajeitou no sofá. - Nisso eu te pedi pra explicar a situação direito e você me contou tudo. Desde o beijo com a menina... Lea, se não me engano. - Eu assenti. - Até a conversa que vocês tiveram ontem. No meio da conversa tu começou a chorar de novo, falando sobre o garoto que ela está agora, que você e seus amigos nem sabem quem é. Enfim, ouvi todo o seu desabafo até você se cansar de falar, e chorar. Depois eu quis te dar um banho, pra ver se passava o efeito do álcool e se você se sentiria melhor.
- Então é disso que eu lembrei! Por isso pensei que tínhamos transado, eu tinha alguns flashs disso na minha cabeça. - Falei.
- Não fizemos nada, e você acordou só de calcinha porque avisou-me que preferia dormir assim... e eu não iria contestar. - Nós rimos.
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Um só coração
RomanceSarah é uma garota lésbica, de 20 anos que está decidida a fazer com que esse novo ano seja diferente, em relação a tudo. Arrumou um emprego, resolveu seguir seu sonho e decidiu não focar muito em paixões. Nunca se deu bem no amor, e estava prestes...