Um só coração

37 - Desentendimento.

Na semana que viria, haveria um feriado na sexta. Sendo assim, ninguém do grupo iria trabalhar, estudar ou ter qualquer outro compromisso. E como eu só iria viajar na noite do primeiro dia do fim de semana, todos resolvemos ir para alguma festa. Já fazia muito tempo que não fazíamos algo realmente divertido juntos, e Serena nunca havia frequentado uma balada lgbt, então ela também iria.

- Está linda. - Elogiou-me Serena.

Pus uma saia vermelha de coz alto, uma blusinha branca e curta, de manga, e um tênis para me sentir confortável na hora de dançar.

- Tenho certeza que chamará atenção de muita gente. - Ela completou.

- Sinto muito por essa gente, se eu já tenho uma namorada ruiva, maravilhosa e gostosa comigo, que me deixa sem vontade alguma de ter outra pessoa. - Caminhei até ela e dei vários selinhos em sua boca.

- Ok, me convenceu. - Disse ela, me dando um selinho demorado logo após. - Sua namorada só não é tão linda quanto a minha e, além do mais, ela tem uma pegada que me deixa até fraca.

- Ah é? - Envolvi sua cintura com um braço, a puxando para mim e pus uma mão em sua nuca, aproximando nossos rostos.

- É. - Ela envolveu meu pescoço com o braço direito, e usou a mão esquerda para passar seu dedo indicador sobre a minha boca, mirando-a com seus olhos ao mesmo tempo.

Selei nossos lábios num beijo selvagem e cheio de paixão. Eu amava o jeito amável de Serena, mas seu lado safado tomava conta de todo o meu corpo, me deixando sem opção alguma a não ser me render a todo seu charme.

Cada vez que abria sua boca, me dando mais espaço, mais vontade eu sentia de sentir seu corpo no meu.

Desci meus beijos para seu pescoço e ela me deu total visão dele ao pôr sua cabeça para trás. Serena apertava meus ombros com força, tentando conter o prazer que a dominava. Aos poucos, começou a soltar suspiros de excitação.

E quando a situação estava ficando quente, ela interrompeu.

- Vamos deixar o restante para o final da noite. - Ordenou.

- Ah, sério? - Forcei uma cara triste.

- Sim, e nem adianta fazer biquinho. - Ela me deu um beijinho. - Esse truque já é meu.

Então pegamos nossas bolsas e fomos esperar o ônibus. Provavelmente, ninguém estaria em condições para ir de carro e voltar dirigindo para casa no dia seguinte.

(...)

Ao chegarmos lá, todos já haviam chegado e estavam só nos esperando para entrar.

- As duas madames erraram o caminho? Porque pra terem se atrasado né. - Brincou Mari.

- Só se a Sarah errou o caminho da boca da ruiva e foi parar em outro lugar. - Zombou Naya, enquanto Lea dava um leve tapa em seu ombro.

Nem eu me segurei ao ouvir sua piada e juntei minha risada com a de meus amigos.

- Eu até queria, mas Serena não deixou.

- Uma pena, esse seria um motivo plausível para um atraso. - Comentou Marcus.

- Pra você, que é ninfomaníaco como essa aqui. - Disse Lea, apontando para sua namorada.

- E vai me dizer que você não gosta, Lea? - A questionou Isa.

- Isso não vem ao caso. - Ela cruzou o braço e todos rimos.

- Bom, como eu sou o único aqui que não transo, vou entrar e vocês que me acompanhem. - Avisou o Dani.