40 - "O Salém"

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Voltamos para o carro e minha mãe nos levou até a casa de minha avó. Ao sairmos do mesmo, eu tapei os olhos da Serena até chegarmos na sala, onde a vovó nos esperava.

- Cuidado com o degrau. - A alertei, ao nos aproximarmos da varanda.

Minha mãe foi na frente e abriu a porta da frente, permitindo que nós entrássemos. Minha avó estava no centro do cômodo segurando o presente de Serena. Devagar, tirei minhas mãos da frente de seus olhos.

- Feliz aniversário.

Ela olhou para o violoncelo à sua frente e sua feição era como a de alguém muito apaixonado.

- Sarah… - Seus olhos brilhavam mais do que nunca.

- Sei que seu teste está se aproximando, então imaginei que iria gostar de fazê-lo com um instrumento que fosse só seu.

A ruiva se aproximou do seu presente e minha avó o entregou à ela.

- É tão lindo. - Serena passava as mãos pelas cordas e todas as extremidades da madeira cor de chocolate. Estava encantada. - Eu nem sei como te agradecer.

- Não precisa agradecer por nada. Você merece tudo isso. - Sorri e ela retribuiu.

- Meninas, não queria estragar o momento, mas precisamos ir antes que fique ainda mais tarde.

- Eu posso levar ele hoje?

- É claro que pode. - Respondeu minha mãe. - Só colocá-lo na capa pra ele poder ir no porta malas.

- Não posso levá-lo no banco traseiro? Por favor. - Ela estava olhando para mim com aquela carinha de cachorro que caiu da mudança, ainda que eu não fosse a dona do carro.

- Claro, eu posso sentar no banco do carona pra você ficar junta do seu novo namorado. - Brinquei, fazendo-as rir.

Ela, rindo, veio até mim e me abraçou.

- Mas não será com ele que eu vou me deitar essa noite. - Sussurrou em meu ouvido.

Se afastou para olhar-me e dar uma piscadela, então apanhou seu instrumento, o guardou na capa e nos despedimos da minha avó.

O caminho de volta foi silencioso, acho que estávamos todas cansadas. A não ser Serena, que só sabia admirar seu novo violoncelo, enquanto eu a observava pelo retrovisor. Mas estava tão exausta que apaguei.

Ao chegarmos ao prédio, minha mãe me acordou e nos ajudou a levar nossas coisas até o apartamento. Depois nos despedimos e ela se foi.

Assim que entrei, fiz um carinho no Salém e logo me joguei no sofá, de olhos fechados. Serena veio até mim e se deitou sobre meu corpo.

- Meu bem? - Deu-me um selinho.

- Hum?

- Sei que você está morta e precisa acordar daqui a poucas horas. - Ela se sentou na minha cintura e passou os dedos pela minha barriga, embaixo do tecido da minha blusa. - Mas eu tô muito excitada e quero muito foder com você agora.

Sorri e puxei seus braços para que ela pudesse se debruçar sobre mim novamente.

- Acho que ainda me sobrou um pouco de energia aqui em algum lugar.

- Eu posso achá-la rapidinho.

Segurei firme em sua nuca e a beijei. Nossas línguas ansiavam uma pela outra de maneira selvagem, fazendo com que o beijo se tornasse ainda mais quente.

No meio do beijo, tiramos nossa vestimenta rapidamente. Nossos corpos imploravam para se tocarem completamente nus. Em instantes, as peças de roupa estavam espalhadas pelo chão da sala.

Serena estava sentada no sofá e eu estava em seu colo. Minhas mãos pressionavam seus seios ferozmente, enquanto nossos lábios não desgrudavam e suas mãos seguravam minha bunda.

Desci meus beijos para seus pescoço e clavícula e, subitamente, ela me interrompeu.

- Sarah?

Parei o que estava fazendo e olhei para ela.

- O que?

- O Salém. - A mesma fez um sinal para que eu olhasse para trás e eu o fiz.

Ao olhar para a frente do sofá, vi nosso gato sentado nos observando. Não conseguimos fazer outra coisa além de começar a rir.

- Ei, nós queremos um pouco de privacidade aqui, será que você se importa? - Falei, inutilmente, já que ele começou a lamber sua patinha dianteira, não dando a mínima para nós duas.

- Ele é o dono da casa agora, vamos para o quarto. - Disse Serena, ainda rindo da situação.

Nos levantamos e seguimos para tal cômodo. Foi só eu trancar a porta, que voltei a beijar a minha ruiva. A coloquei contra a parede e ela envolveu minha cintura com suas pernas. Tive que a pressionar ainda mais contra a parede para não permitir que ela caísse, ao mesmo tempo que a segurava.

Com o braço esquerdo eu segurava uma de suas coxas de modo firme e logo levei minha mão direita à sua entrada que, por sinal, já se encontrava toda molhada.

Serena apoiava todo seu peso em meus ombros e a medida que eu afundava dois dedos em sua intimidade, ela se derretia sobre mim. Gemendo cada vez mais alto em meu ouvido, sabendo que eu amo quando ela faz isso.

Quanto mais ela fincava seus dedos nas minhas costas, mais rápido eu ia. E vê-la assim, de olhos fechados e sussurrando meu nome em meio aos gemidos, me fazia ficar fora de mim.

Percebendo que seus chiados estavam ficando mais abafados e fracos, e que tinha um orgasmo prestes a chegar, fui ainda mais rápido e mais fundo. Como consequência, usou um de seus braços para escorar-se na parede, pondo ele para trás, acima de sua cabeça e o outro permaneceu em mim, com sua mão apertando meu ombro.

Chegando em seu ápice, ela voltou a ficar de pé mas suas pernas estavam bambas e seu corpo tremia um pouco pelo esforço que havia feito.

- Vamos usar sempre o sexo como reconciliação, tá bem? - Disse ela, ainda sem fôlego.

- Com certeza. - Respondi, dando um selinho nela e segurando sua mão para irmos para a cama. Dessa vez, para dormir.

Um só coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora