Capitulo 6

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Fernando

Acordo com um barulho vindo lá de baixo, levanto devagar, pego minha arma e vou descendo em silencio, percebo que o som vem da cozinha, então vou me aproximando com cuidado, mas quando vejo quem está ali meu coração erra uma batida.
Guardo minha arma sem fazer barulho e continuo observando ela, ela está vestindo um babydoll rosa curtinho e que deixa bem pouco para a imaginação, descalça e de cabelos soltos.
Ela está tão concentrada em seu sanduíche e seu suco que nem notou minha presença, mesmo com a pouca claridade consegui reconhece-la, pois seu rosto e olhosnão saem da minha cabeça desde o dia em que ela entrou na minha sala la na delegacia.

Laura

Acordei de madrugada morrendo de fome, acabei deitando na cama pra descansar um pouco e pelo cansaço eu simplesmente peguei no sono.
Levanto e vou indo até a cozinha tentando fazer o máximo de silêncio possivel, abro a geladeira e pego algumas coisas para fazer um sanduíche e a jarra de suco.
Quando vou pegar um copo no armário acabo fazendo um pouco de barulho, depois de pegar o copo olho pra ver se não acordei a dona Marta e percebo que não, então vou até o balcão e começo a montar meu lanche, coloco meu suco no copo e vou me sentar em uma da banquetas que tem no balcão mesmo, onde tem uma pequena luminaria.
Enquanto como meu sanduíche, começo a lembrar de tudo que eu passei nesses últimas semanas.
Fico pensando no pior dia da minha vida, pois naquele dia, perdi meu emprego, fui roubada e pra acabar com tudo, perdi a pessoa que mais amava na minha vida.
Termino meu lanche e vou pegando meu prato e copo para lavar e guardar, quando estou levantando quase tenho um ataque cardíaco.

-Ai meu Deus! Que susto!

-Boa noite srta.

-Ah, desculpe! Boa noite!
-O sr. precisa de algo?

-Não obrigado, só ouvi um barulho vindo aqui de baixo, então vim verificar se estava tudo bem.

-Desculpe, não quis acordar o sr.

-Tudo bem, sem problemas.

-Ah que falta de educação a minha, prazer, me chamo Laura Bitencourt.

-Prazer Laura, me chamo Fernando Velarc.

-Você? Digo, o sr. não é o delegado que me atendeu e me ajudou no dia em que minha mãe passou mal?

-Sim, e como ela está?

(Sinto meus olhos se inundarem, mas me seguro para não chorar na frente dele, então respiro fundo e respondo)

-Minha mãe falesceu naquele dia.

-Sinto muito.

-Tudo bem, se o sr. não precisa de algo eu vou me deitar, pois amanhã tenho bastante trabalho.

-Não preciso de nada, obrigado.
Boa noite srta.

-Boa noite sr. Com licença.

Saio dali o mais rapido que eu posso, chego em meu quarto, fecho a porta e me jogo na cama.
Ali me permito chorar, me permito sentir toda a dor que está dentro de mim, as lembraças da minha mãe ainda doem muito e não sei quando essa dor ira passar, pois quando você perde alguém que ama, a dor é imensa, ali durante o meu choro, em meio as lagrimas acabo pegando no sono.

O Delegado e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora