TORCENDO POR NÓS (Completo e Reescrito)

08 - VOCÊ O MAR E EU 🌊

Antony estacionou bem próximo à praia do Aurora, que apesar de estar vazia naquela noite, se tratava de um dos mais belos pontos turísticos da cidade. 

Segurando sua mão, ele a conduziu até a areia enquanto carregava uma garrafa com uma das mãos e duas taças entre os dedos com a outra. O clima estava perfeito, ela sentia a brisa do mar brincar com seus cabelos. Seu penteado já havia se desprendido, mas também não se importava nem um pouco.

A lua brilhava naquela imensidão negra do céu estrelado. Se livraram de seus calçados enquanto caminhavam, enfiando os pés na areia. Ele dobrou suas calças até os joelhos, também se livrou do terno, da gravata e agora usava apenas sua blusa de baixo que estava desabotoada, exibindo seu físico perfeito.

Antony estava à vontade saltando as ondas que se quebravam na orla, ele sorria em completa alegria.

— Isso é muito bom! — gritou em voz alta.

Sarah, no entanto, permanecia tímida, mas estava satisfeita, apenas observando-o tão natural, demonstrando simplicidade, bem diferente de tudo que tinha idealizado sobre ele. Naquele instante, Antony chegou bem perto da água, permitindo que as ondas tocassem até seus joelhos sem se importar de elas molharem sua calça. Sorriu e soltou gargalhadas, convidando Sarah para se juntar a ele.

— Venha! Você vai amar isso aqui.

Ela negou com um gesto de cabeça enquanto sorria, o admirando, estava satisfeita em apenas assisti-lo de onde estava. Ele encheu suas mãos com água e jogou para o alto enquanto declarava sua veneração por aquele lugar.

— Isso aqui é maravilhoso! Não existe outro lugar melhor do que esse — gritou feito um louco. — Eu amo o Mar! — continuou saltitante e histérico. — Vem comigo, Sarah, você não vai se arrepender! — Tentou mais uma vez.

Apenas continuou a sorrir. Nem morta entraria naquela água fria por livre e espontânea vontade. Então, inconformado com sua resposta, ele encheu as duas mãos de água e lançou em sua direção na tentativa de provocá-la. Mas apenas pequenas gotas lhe alcançaram, o suficiente para que ela desse alguns gritinhos.

— Esta água está fria, Antony! — reclamou.

O que o deixou mais interessado em continuar com a brincadeira.

Antony correu em sua direção, deixando bem claro que a levaria à força para a água. Sarah se levantou na tentativa de escapar e correu. Não demorou muito para ele alcançá-la, como bom jogador de futebol, ele era veloz, lhe agarrou com força de forma que lutar seria inútil. Suas gargalhadas se misturavam e ecoavam pelo litoral, se misturando ao som das ondas. Enquanto era arrastada para a água presa nos braços dele, ela gritou e sorriu ao mesmo tempo. Estava sendo divertido entrar naquela brincadeira. Antony a apertou contra seu corpo de forma que ela pôde sentir cada parte dele. Estavam próximos, mais do que poderia imaginar algum dia. Mas toda adrenalina diminuía à medida que ela se lembrava de que estava na água e que a temperatura era baixa, sentiu o frio a envolver. 

— Isso está muito frio! — gritou.

Seus movimentos foram bruscos enquanto tentava sair daqueles braços.

— Ah, mas não vou deixá-la ir para lugar algum.

Em meio a várias tentativas, ela terminou em seus braços novamente. Seus rostos se tocaram. Sarah pôde sentir sua testa tocar a dele, seu nariz roçar a ponta do nariz dele e seus lábios se atraíram um para o outro como se fossem dois ímãs. Ficaram ali durante alguns minutos naquele ritmo no qual seus lábios se encontravam. Aquele foi outro beijo intenso, ardente e cheio de desejo. Sarah já não se importava mais com a água fria. Na verdade, nada mais importava naquele momento do que se entregar aos lábios daquele homem que mexia tanto com seus sentimentos desde sua adolescência. A boca dele tinha um sabor salino do mar e desejo, uma mistura atrativa e deliciosa. Sarah gemeu, sentindo uma onda de prazer lhe consumindo. Fazia muito tempo que não era beijada, encontros não eram seu forte, se dedicava tanto aos estudos que mal sobrava tempo para paquera. A brisa insistia em brincar com os longos cabelos dela, jogando-os em seu rosto repetidamente.