46 - ENCONTRO INEVITÁVEL

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Aquela estava sendo a madrugada mais fria do ano. Sarah acordou pela segunda vez com a brisa fria que entrava em seu quarto, pois a janela estava entreaberta, então se levantou para fechá-la. Viu seu celular em cima da cômoda, ficou tentada a mexer, mas já era tarde e sabia que se ligasse o aparelho não conseguiria dormir, então resolveu desligá-lo. Fechou a janela e se enroscou debaixo dos cobertores, precisava dormir, mas as recordações de seu diálogo com Clair não saíam de sua mente. Desde a visita há duas semanas, Sarah não estava conseguindo dormir, muito menos se concentrar. Passava horas pensando que talvez estivesse sendo estúpida por não ir atrás do seu grande amor, mas a ideia de ser rejeitada novamente lhe acovardava completamente. Finalmente, quando conseguiu cochilar por alguns minutos, teve o sono interrompido e despertou com sua mãe batendo na porta. Deu uma tímida olhada para o relógio de cabeceira, eram três e meia da manhã. Por um instante, uma sensação ruim tomou conta de seu coração. Sarah ficou aflita, sabia que algo não estava bem.

- Sarah, minha filha! - A voz de Meire ainda estava sonolenta, provavelmente, ao contrário de Sarah, sua mãe estava desfrutando de uma maravilhosa noite de sono.

- Mãe... - respondeu, se levantando lentamente e se sentando na cama.

- Mary está ao telefone, ela disse que tentou te ligar no celular, mas está desligado - Meire disse entre um bocejo e outro.

Sarah temeu ainda mais, o que teria acontecido, seria Sofia? Estava doente?

Aflita, pegou o telefone das mãos de sua mãe e atendeu o telefone imediatamente.

Ligação On

- Mary, o que houve? - perguntou angustiada.

- Sarah! Estou te ligando há horas no seu celular, ele está desligado.

- Sim, me desculpe, é porque tenho tido dificuldades para dormir, por isso o desliguei.

- Sarah, Clair não está bem, ela acabou de ser internada, os médicos chamaram toda a família. Breno está comprando as passagens para irmos ver ela, eu queria saber se você quer ir conosco.

Houve um longo silêncio do outro lado da linha, Sarah sentiu um nó em sua garganta.

- Não pode ser, meu Deus... - lamentou com a voz embargada.

Uma forte vontade de chorar lhe sobreveio.

- Sim, e... ela tem chamado pelo seu nome.

Sarah se levantou da cama rapidamente e procurou seus chinelos, sentiu uma forte angústia esmagar seu peito.

- Pode comprar uma passagem, claro que vou...

Ligação Off.

*

Saber que voltaria àquela cidade mexeu com as emoções de Sarah. Ali viveu um verdadeiro conto de fadas. Realizou seu sonho de se formar, trabalhou no centro universitário, morou com Antony e bem ali fizeram amor pela primeira vez. Tantas lembranças boas eram misturadas com a dor e o medo de perder Clair. No avião estavam, além de seus amigos, os pais de Breno. Carmen parecia inconsolável, pois o estado de sua irmã não era nada bom.

O frio havia chegado ali também. Depois de horas de voo, desembarcaram. Um dos maiores temores que Sarah enfrentava era o de se encontrar com Antony. Não sabia como ele iria reagir ao vê-la depois de tanto tempo, mas estava se preparando para enfrentá-lo caso fosse necessário, já que ele estava bem diferente do homem que ela conheceu. Precisava ser firme, porém pensar em ser maltratada por ele novamente lhe deixava tensa ao extremo.

TORCENDO POR NÓS (Completo e Reescrito)Onde histórias criam vida. Descubra agora