23 - PARA ISSO QUE SERVEM OS AMIGOS 👫

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Sarah estava com dúvidas. Nunca tinha feito algo parecido. Embarcou em um voo de mais de três horas com destino a uma cidade que nunca esteve, a fim de encontrar seu ex-namorado, que agora se tornou seu amigo e grande amor. Talvez parecesse uma loucura, mas era tarde para voltar atrás.

Como sempre, seus amigos lhe ajudaram. Breno conseguiu o endereço e comprou as passagens. Mary estava eufórica, pois, segundo ela, finalmente Sarah havia decidido reagir.

Após a longa viagem, finalmente Sarah conseguiu desembarcar no aeroporto da cidade. Um lugar movimentado, mas se tratando de uma grande metrópole, não era de se estranhar. Ela não teve dificuldade de conseguir um carro. Dentro de pouco mais de vinte minutos, estava na porta do endereço entregue por Breno. Ela ainda ficou se perguntando se estaria no lugar correto, pois se tratava de um bairro de luxo e o prédio à sua frente era um dos mais modernos que ela já tinha visto. Provavelmente, os moradores faziam parte do alto padrão social ao qual toda arquitetura fazia referência.

Quando o motorista estacionou, ela ainda teve dúvidas.

— O senhor tem certeza de que este é o endereço certo? — Ela perguntou, confusa.

— Sim, senhorita. Está certinho.

O homem ainda lhe ajudou a retirar sua mala do carro. E quando seguiu até a entrada do apartamento, logo percebeu que teria dificuldades.

Caminhou até a recepção, ignorando os olhares curiosos. Todos os funcionários estavam impecavelmente uniformizados, inclusive as recepcionistas, que estavam bem maquiadas e com os cabelos bem penteados, dignos de um comercial de TV. Sarah foi atendida por uma morena que usava um lencinho no pescoço e que lhe observava de cima a baixo.

Claro que, se ela soubesse que Antony morava em um lugar tão elegante, não teria se vestido de forma tão simples, usava apenas uma camisa xadrez e um jeans rasgado, seus cabelos estavam enrolados em um coque mal feito e não usava nem um tipo de maquiagem. Ela nunca se arrependeu tanto por não ser nem um pouco mais vaidosa, lembrou-se claramente das repreensões de Mary quanto a isso.

— Senhorita, Sarah Carter? — A moça disse enquanto avaliava seu documento.

Não era impressão sua, a atendente usava um tom de desprezo.

— Sim — confirmou.

— Você disse que é amiga de Antony Sillve. Mas acho impossível... Não poderei deixá-la subir.

— Como assim? Eu vim de muito longe para vê-lo.

Sarah percebeu que todos ao redor trocavam olhares e pareciam se divertir assistindo à cena. Sentiu a raiva, nunca havia sofrido preconceito desta forma, era um bando de gente metida lhe discriminando por estar vestida de forma simples.

— Senhorita, Sarah, se todas as pessoas que entram aqui dizendo ser amigos, parentes ou conhecidos de moradores famosos deste condomínio forem autorizadas a entrar, isto aqui vai virar uma bagunça — A morena disse, rindo ironicamente.

Bastante incomodada com a situação, sua única alternativa era ligar para Clair. Breno havia lhe passado seu contato caso algo desse errado.

— Aguarde apenas um minutinho — Sarah pediu, retirando seu celular da bolsa.

Precisava dar uma lição na senhorita lencinho e em todos que participavam daquela cena sociofóbica. Tentaria a sorte de ser atendida pela mãe de Antony. Digitou o número completamente insegura sob o olhar curioso de todos.

TORCENDO POR NÓS (Completo e Reescrito)Onde histórias criam vida. Descubra agora