Capítulo 38 - The Wedding

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O dia seguinte amanheceu quieto e frio como sempre era na residência dos Tomlinson-Deakin. Johannah tomava café, sozinha na vasta mesa, pois Lottie e Tommy haviam voltado com seus grupos de amigos á altas horas da madrugada e estavam dormindo, assim como suas filhas e as famílias dos noivos.

Daniel, por outro lado, sequer tinha pisado em casa, mas também não era como se fosse costume participar das refeições de família, sempre estava atarefado com suas reuniões e compromissos. E também com seus casos extraconjugais.

- Julia, passe na sala da lareira e limpe os cacos de vidro que estão lá – Ordenou a empregada.

- Sim, senhora, mas... O que houve? A senhora se cortou?

- Não, foi somente um acidente com o copo – Disse sem dar importância.

A empregada se retirou sem questionar, ela sabia que vez ou outra a patroa tinha crises (muitas delas por causa de Daniel) e recolher copos quebrados era quase rotina na casa.

Em questão de segundos, Harry apareceu na sala, cabisbaixo e contido, se aproximando da talvez sogra.

- Oi, posso falar com você? – Não obteve resposta, mas ele insistiu – Olha, sobre ontem... – Fez uma longa pausa, não conseguia achar as palavras corretas – O Louis não queria dizer nada daquilo, é só que... Ele ainda está magoado e com raiva, ele se sente traído... E também sente muita falta do pai...

A mulher continuava o ignorando e bebendo seu café, olhando para o nada com uma expressão indecifrável. Vendo que seria perda de tempo, o maior girou seus calcanhares e deu meia volta.

- Eu também sinto – Johannah enfim se pronunciou e o cacheado virou – Eu me casei jovem com Mark, tive poucos namorados na vida, mas assim que o conheci sabia que ele era o certo. Então logo formei uma família com ele, era tudo o que mais queríamos... Ainda lembro do brilho no olhar dele todas as vezes que contei que estava grávida... – Deu um discreto sorriso, mas tão rápido desfez – E quando ele morreu... Era como se uma parte minha tivesse morrido junto. De repente me vi sozinha, com três crianças pequenas para cuidar e sem ninguém que pudesse me ajudar. Eu estava despedaçada – Sua voz começou a embragar – E o Daniel foi o primeiro a me estender a mão e eu estava tão desesperada para sentir aquilo de novo, aquela sensação de ser amada e protegida – Ela abaixou a cabeça para limpar as lágrimas.

- Eu entendo o que você passou, quando minha mãe perdeu meu pai ela também se sentiu como você, perdida, acabada. Eles também se amavam muito e me doía vê-la fingir que estava tudo bem quando de noite ela chorava agarrada a camisa dele trancada no quarto. – Disse com dor de reviver aquela época.

- Eu sei que fui egoísta, talvez... Eu não sei, se eu tivesse ouvido mais meus filhos, estado mais presente, fosse mais flexível... Mas o que eu posso fazer agora? Eu não quero voltar á aqueles períodos escuros... – Disse com a voz trêmula e pausando por um momento – Eu costumava dizer que Mark era como minha âncora que me dava segurança e eu consegui encontrar isso no Daniel novamente. Você não sabe como é duro perder não só um marido, mas também um amigo, o amor da minha vida...

- Mas você já parou para pensar que seus filhos perderam o pai? E pior, também perderam a mãe? Você ainda poderia ter um marido, mas eles jamais teriam um pai novamente, pense o quanto isso foi doloroso para eles também – Harry também se encontrava com os olhos marejados – Minha mãe depois do luto viu que só tinha duas alternativas: ou a gente se unia apesar de tudo ou seria a partir dali que nos afastaríamos de vez. E ela escolheu seguir em frente, porque dali em diante o mais próximo do meu pai que ela teria era a gente. Nós precisaríamos muito mais de apoio e conforto do que ela. Eu não quero te julgar até porque mal te conheço, mas quero que repense. Mark não está mais aqui, mas seus filhos estão, não espere eles irem embora ou pior, morrerem, para querer cuidar deles, afinal eles são o maior tesouro que vocês construíram. – O estudante já ia embora quando retornou – Uma outra coisa: Daniel pode até ser sua âncora, mas ele não está te assegurando, ele está te afundando. E você sabe, somente um barco desancorado segue viagem.

Love Game || Larry Stylinson (FINALIZADA) Onde histórias criam vida. Descubra agora