29| MEMORIES IN THE WIND

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Baekhyun e Chanyeol se divertiam na água, enquanto brincavam feito crianças. Ao longe, Jongdae brincava com um cachorrinho que aparecera por ali. Luhan e Sehun animavam a praia enquanto algumas pessoas os observavam com uma expressão confusa. Kyungsoo e Jongin apostavam corrida na água e Lay ajudava Suho a fazer um castelinho de areia. Kris e Tao bebiam refrigerante enquanto olhavam a longa extensão do mar.   

Seokjin passava protetor solar nas costas de Namjoon, Yoongi estava debaixo do guarda sol tomando um banho de sombra enquanto dormia tranquilamente, com um chapéu tampando seu rosto. Hoseok brincava com a areia enquanto tomava conta dos pertences dos rapazes, e Jimin e Jungkook corriam pela praia. Jeon tentava pegar o garoto, que corria em direção ao mar.

Dahyun fazia uma massagem nos ombros de Hirai, que fora empurrada da cama no dia anterior. A mãe de Baekhyun sorria ao lado da mãe de Luhan, e os pais dos garotos estavam em um quiosque distante. Os pais de Chanyeol procuravam por sorveteiros, enquanto caminhavam pela praia de mãos dadas.

Todos estavam felizes.
Todos estavam completos.
Todos tinham um amor.
Todos eram correspondidos.
Todos sorriam verdadeiramente.
Sorrisos brilhantes, olhos iluminados por amor e carinho.

Ao longo da praia, um rapaz se aproximava enquanto chutava a a areia, triste e frustrado com a vida. Sua mente estava vazia, o rapaz se sentia vazio de uma maneira que nada e nem ninguém pudesse preencher aquilo. Sentia uma vontade descomunal de entrar naquela água e se afogar, somente para se sentir vivo novamente.

A superfície estava o afogando.
O ar estava o sufocando.
Ele não conseguia respirar em paz. As pessoas corriam alegres naquela praia, e o garoto só conseguia pensar em como faziam para serem felizes.

Ele queria sorrir como todas as pessoas.
Queria um sorriso verdadeiro.
Queria amar como todos.
Mas não se lembrava qual era o significado do amor.
Não lembrava de nada.
Não tinha lembranças.

Era vazio.
Seu olhar era vazio, como seu sorriso e sua expressão. Há algum tempo ele não conseguia sorrir, não se permitia, mas queria muito.
Queria sorrir como aquelas pessoas, mas não podia.
Para sorrir precisava de um motivo, era chato sorrir estando triste, era chato esconder as dores.
Era chato fingir uma felicidade que não existia.

Ele precisava ser forte.
Ele precisava superar aquilo.
Ele precisava ser livre.
Ele precisava conhecer a felicidade.
Ele era Kim Taehyung.
E ele precisava conhecer o amor.
Ou ele precisava lembrar de como era o amor.
Queria sentir o amor, lembrar do amor e das sensações.

Ele não lembrava dos danos que o amor causava. Não lembrava das flores que possivelmente foram plantadas em seu interior, não lembrava do sofrimento que era o amor não correspondido, ele não lembrava de nada.

E no meio de seu pânico interior, uma luz se acendeu. Seus olhos se foram para o loiro de pele beijada pelo sol. Park Jimin corria, sorria e esbanjava alegria.

Aquele sorriso...
Aquele olhar...
Aquele jeito...
Aquele garoto...
Aquele amor...
Seu amor, nem tão seu...

E então, sua cabeça girou.
Uma tontura o impediu de ficar em pé e Taehyung caiu no chão, lembrando-se de algumas coisas.

Ele lembrava de amar aquele rapaz loiro, lembrava da sensação e de todo o sofrimento, já não se sentia vazio. Junto com todas as suas lembranças boas, vieram as dolorosas e as ruins.
Sua lembrança mais perturbadora era a expressão assustada de Park, o sentimento de medo ao vê-lo apontar uma arma para Jeon.

THE LAST FLOWERS | CHANBAEK & JIKOOK [2017]Onde histórias criam vida. Descubra agora