CONTINUAÇÃO DO FLASHBACK
-Espero bem que seja o número certo desta vez, Lou. (eu disse roucamente)
-Haz, tem calma, relaxa. Nós ainda nem experimentamos muitos.
-Doze. (eu respondi severamente) Eu pensava que tu eras suposto ser bom neste tipo de coisas. Demoras-te menos de 3 minutos para encontrar o numero e o endereço de casa daquela rapariga.
Eu não consegui resistir a rir. O Louis manteve-se em silêncio.
-Tu sabes, aquela com o grande...
-Eu sei, eu sei. (ele interrompeu-me rapidamente) Pensei que tínhamos concordado em nunca mais voltar a falar desse incidente.
O telefone ainda estava a ser segurado contra o meu ouvido enquanto eu andava de volta para o quarto com uma caneca de chá na minha mão. Eu bebi pequenos golos do liquido quente, o meu olhar conectado com a bela que dormia na minha cama. O corpo dela agora entrelaçado nos lençóis.
-Já encontrei. (o Louis falou)
Ele disse-me o número e eu rapidamente o escrevi.
-Tens a certeza?
Eu não queria nada voltar a fazer um telefonema sem sucesso.
-Sim, diz "Styles" nos dados. (houve uma pausa) Haz, deves-me uma. Se eu for apanhado a entrar nestas informações...
-Calma, meu. (eu disse usando o mesmo tom que ele) Ambos sabemos que não foi a primeira nem a ultima vez que o fizeste.
-Esse não é o ponto. (ele respondeu, mas eu consegui detectar o pingo de humor na voz dele)
Eu coloquei a minha caneca na mesa de cabeceira antes de andar do quarto até a cozinha. O meu nervosismo era claro enquanto eu engolia em seco. E o Louis notou.
-Harry, boa sorte. (ele disse baixinho, o humor a diminuir na voz dele)
-Obrigada, Lou.
Eu desliguei o telefone, enquanto olhava para os números escritos num pedaço de papel. Os meus dedos despentearam os meus caracóis e massajaram a minha cara. Todos os meus medos vieram bombardeados para o centro da minha mente. Rejeição, a minha família a não me querer. Isso era o que eu mais tinha medo. Eu acho que eu tinha evitado esta situação este tempo todo porque apesar de uma parte de mim tinha esperança de que elas me aceitassem de braços abertos, mas eu sabia que este não era o caso.
O meu coração afundou-se quando me apercebi que esta podia ser a ultima vez que falaria com elas. Mas eu afastei o pensamento, respirando fundo e marcando os números no telefone.
***
POV DA JESS
Eu esperei que a minha mãe volta-se das lojas, algo sobre comprar mais chá. Os meus pés andaram pela sala. Ela queria sempre manter a casa arrumada, lembrando-me de como ela se chateava com o Harry para que ele apanha-se as meias sujas da carpet e em como ele grunhia como resposta. Eu sorri fracamente quando os meus olhos aterraram na fotografia que estava sempre na mesinha no canto. Era o Harry e eu, os caracóis dele despenteados devido a ter-se conseguido soltar do meu aperto na cabeça dele. Nós sorrimos para a câmara, a minha mãe a tirar a foto.
Eu costumava pensar muito de aonde e que ele estava agora, o que é que ele estava a fazer, se tinha saudades nossas. Tinham se passado quatro anos desde que ele se foi embora. Ele era o meu irmão bebé, só tinha dezasseis quando bateu no meu namorado na altura. Eu abanei a minha cabeça, tentando desesperadamente evitar essas memorias horríveis. Nós estávamos chocadas. Ele teve de crescer mais rapidamente do que a idade dele, teve de assumir a responsabilidade de o único homem na casa. Teve o Harry quase-lhe bater até a morte, para eu me aperceber do quanto cruel e nojento era o homem com quem eu namorava. Mas era demasiado tarde. O Harry foi-se embora nessa tarde.
Nós tinha-mos andado à procura dele desesperadamente. Mas era como se ele tivesse caído da Terra. Eu saltei ao ouvir o telefone tocar, rapidamente limpei as pequenas lágrimas que eu nem tinha reparado que se tinham formado nos meus olhos. Eu limpei a garganta antes de pressionar o botão verde do telefone.
-Olá.
-Oh, olá, está humm, estou a falar com a Kathy Styles? (uma voz rouca engasgou-se)
Eu franzi as sobrancelhas ligeiramente antes de responder.
-Não, ela saiu por um bocado. Esta é a filha dela, quer deixar alguma mensagem?
As minhas mãos remexeram pela gaveta à procura de um caderno e de uma caneta. Eu limpei a garganta novamente, à espera de obter algum tipo de resposta da pessoa da outra linha. A linha continuou silenciosa do outro lado.
-Queres que lhe peça para te telefonar de volta? (eu sugeri)
Eu estava quase a desligar o telefone, pensando que a chamada tinha-se desligado antes de o homem falar de novo.
-Jessy. (ele sussurrou)
Eu engoli em seco a bola que se tinha começado a formar na minha garganta, o meu coração começou a bater fortemente contra o meu peito. Não pode ser. A única pessoa que me chamava isso... Eu comecei a sentir-me ligeiramente tonta.
-Oh meu Deus.
O telefone caiu-me da mão, batendo contra o chão. Os meus olhos fecharam-se, a realidade a fugir de mim enquanto eu ficava baralhada nos meus pensamentos. Depois de um segundo a minha mente finalmente se apercebeu da situação e eu cai de joelhos. As minhas mãos a agarrem o telefone urgentemente.
-H-Harry? (eu falei desesperadamente)
-Estás bem? (ele perguntou)
Eu conseguia ouvir o tom humorado da voz dele. Sempre o mesmo.
-O meu irmão bebé. (eu murmurei, lágrimas nos meus olhos) Aonde estás?
-No meu apartamento. (A voz dele disse-me que ele estava a revirar os olhos)
-Oh meu Deus tu tens um apartamento. (eu confirmei baixinho) E a tua voz está tão profunda.
Para mim ele ainda era um rapaz de dezasseis anos. Um adolescente estranho de cabelos encaracolados despenteados.
-Jessy, eu tenho vinte. (ele disse)
As lágrimas tinham começado a cair de novo, a rolarem pelas minhas bochechas. Nós tínhamos perdido tanto da vida dele. O meu coração doí-me com o pensamento de ele ter estado este tempo todo sozinho. Ele deixou-nos quando ainda era apenas um rapaz. Eu não conseguia nem pensar no que lhe tinha passado pela cabeça à quatro anos atrás. As nossas reações devido ao que tinha acontecido deviam tê-lo forçado a pensar que as pessoas que ele amava tinham medo dele.
-Tivemos saudades tuas, Harry. (eu sussurrei) Oh meu Deus, tivemos tantas saudades tuas.
O meu choro tornou-se mais errático enquanto eu tentava controlar as minhas emoções. Eu escorreguei lentamente até ao chão, segurando o telefone contra o meu ouvido, desesperada para ouvir a voz dele. Desesperada para não o perder de novo.
-Por favor Jess, não chores. (o Harry murmurou)
-Eu quero te ver. (eu pedi)
***
HARRY'S POV
Eu não consegui limpar o sorriso da minha cara enquanto voltava para o quarto. Nós íamos nos ver. Depois de quatro anos eu ia ver a minha mãe e a minha irmã de novo. Os meus olhos iluminaram-se assim que vi a Bo. Ela era a razão, esta linda rapariga teimosa que está à minha frente. Se não fosse ela, eu não teria tentado. Eu continuaria o resto da minha vida, continuando a pensar que a minha família não queria nada comigo. Uma sensação de estar perdido, não amado constantemente a doer-me no meu peito.
Ela estava acordada, sentada para cima, joelhos dobrados enquanto se encostava na cabeceira da cama. A mão dela a viajar até ao cabelo dela na tentativa de domar as madeixas onduladas.
-Olá, linda.
-Bom dia. (ela sorriu envergonhadamente, falando baixinho)
Eu gatinhei até à ponta da cama, a Bo a levar o lábio inferior entre os dentes.
-Esse e o meu chá? (eu perguntei de humoradamente, arqueando umas das minhas sobrancelhas)
-Agora é meu.
Eu adorava quando ela era brincalhona comigo. Um sorriso espalhou-se na minha cara, tirando a da mão dela, colocando-a novamente na mesa de cabeceira. A inocência dela tornou-se aparente ao ver os olhos dela a arregalarem-se. As minhas mãos agarram os tornozelos dela arrastando-os para baixo num movimento rápido para que ela ficasse deitada por de baixo de mim. Eu sorri para ela, o meu toque a viajar pelo corpo dela através de uma das minhas t-shirts que ela estava a usar.
-Bem, tu és minha. (eu sussurrei)
***
POV JESS
-Achas que ele vem? (eu perguntei ansiosamente à minha mãe)
-Claro que vem. (a minha mãe sorriu de forma encorajadora, mas eu consegui notar que ela estava tão nervosa quanto eu) Mas ele deve chegar um pouco atrasado.
Nos rimo-nos, o Harry nunca foi o melhor quando se trata de pontualidade. Eu mexi a minha palhinha no liquido, vendo bolhas a flutuarem enquanto nós falávamos juntas. A minha mãe e eu tínhamos-nos aproximado quando o meu irmão se foi embora. Só o pensamento de perder outro membro da família era completamente devastante. O pensamento de estares sozinha... o meu irmão bebé esteve sozinho.
-Achas que o vamos reconhecer? (eu perguntei)
Eu esperava que o cabelo dele não tivesse mudado, os caracóis dele e as covinhas sempre foram um tipo de visual pessoal dele, isso e mais aquele sorriso malandro. Quando a minha mãe não respondeu eu olhei para ela. Mas o foco dela estava agora na porta, a boca dela ligeiramente aberta antes de ela a cobrir com a mão dela. Eu virei-me na cadeira para ver um rapaz, caracóis escuros a atravessar-lhe a testa antes de ele os puxar para trás. Olhos verdes exploraram a área, boca a formar um sorriso malandro assim que nos viu. Eu não me conseguia mexer e a minha mãe também não. Eu acho que teria caído ao chão se me tentasse levantar.
Ele andou até nós, uma camisa de ganga abotoada até acima e converse brancos. As nossas cabeças inclinaram-se para cima assim que ele parou em frente as nossas cadeiras. Ele parecia muito mais velho, mais alto. Os meus olhos a observarem cada detalhe da feição dele.O maxilar dele estava mais definido, pele suave com um rasto de barba. O cabelo do Harry estava mais longo, ainda a conter os mesmos caracóis mas não tão definidos como tinha quando era mais novo. Mas foram os olhos dele que chamaram a minha atenção. Estavam num tom mais profundo de verde...mais escuro.
A minha mãe foi a primeira a levantar-se, a embrulhar os braços a volta da cintura dele, a enterrar a cara no lado dele. Ele segurou-a contra o corpo dele. O Harry sorriu, a olhar para mim enquanto elevava o outro braço, oferecendo-me um abraço. Eu saltei para cima, rapidamente aceitando a sua oferta. Eu descansei a minha cabeça no peito forte dele, lágrimas a caírem pelas minhas bochechas.
-Harry. (Eu chorei suavemente)
A minha mãe ainda se estava a agarrar a ele enquanto enquanto eu me afastava,a olhar para a cara dele.Eu não conseguia acreditar que era mesmo ele.Depois de todo este tempo,nunca pensamos que o voltaríamos a ver.
-Estás tão alto. (eu comentei)
-Isso, ou vocês estão as duas mais pequenas. (ele respondeu de forma brincalhona)
-A tua voz esta mais grossa.
-Tu disseste-me isso ao telefone. (ele riu-se )
Eu não consegui resistir a sorrir ao ouvir o riso dele de novo. O meu olhar explorou-o de cima a baixo, as minhas mãos a alcançarem o braço livre dele. A minha boca abriu-se ligeiramente ao apertar-lhe o bicep.
-Oh meu deus, os teus músculos são enormes. (eu diz disse incrédula)
Eu ainda não conseguia parar de pensar nele numa versão adolescente estranho de 16 anos. O corpo dele tinha perdido toda a gordura de criança. Os músculos dele cresceram e ficaram mais definidos.
-Acho que agora já não me consegues ganhar. (eu gozei)
-Nem acredito que és tu. (eu sussurrei)
Mas quando pensei no tempo que tínhamos passado separados, não consegui parar as memorias horríveis da minha mãe a chorar durante a noite para adormecer. Enquanto ela desejava ter feito algo para impedir o Harry de se ter ido embora. Ambas estávamos completamente devastadas por ele ter desaparecido. A dor sentiu-se, era mesmo forte. Quase como se ele tivesse morrido. As emoções com que eu e a minha mãe tínhamos sido deixadas eram idênticas a experiência de alguém que amamos ser arrancado severamente das nossas visas.
Eu afastei o braço dele, a cara do Harry a demonstrar confusão. O meu punho deu-lhe um murro com forca no peito.
-Auuuu. (o Harry massajou a área em que lhe tinha acertado)
-Tu deixaste-nos. (eu chorei) Quando nós precisávamos de ti, tu deixaste-nos.
A expressão brincalhona da cara dele desapareceu. A minha mãe afastou-se para trás, ambas a olhar para ele, o rapaz que nos tinha deixado. Nós ficamos as duas juntas, os meus dedos a agarrarem ligeiramente a mão dela.A minha mãe tinha-se mantido em silencio durante este tempo todo.Era muito para ela absorver,especialmente quando ela não teve a oportunidade de falar com ele ao telefone.
-E-Eu pensei que vocês não me quisessem ver. (ele falou baixinho) Não depois do que aconteceu.
As palavras do Harry fizeram-me doer o coração. Ele era como se fosse uma criança perdida, a sua aparência forte e mais velha não conseguindo obviamente esconder a vulnerabilidade dele.
-És um idiota, Harry. E claro que nós te queríamos. E-És o meu irmão, eu vou sempre amar-te.
Ele mordeu o lábio enquanto inclinava a cabeça para baixo. Caracóis a caírem por cima da cara dele enquanto ele nos agarrava as mãos de ambas, quase como tivesse medo de nos largar.
-Desculpem-me. (ele sussurrou)
Eu tentei desesperadamente segurar as lágrimas. Eu sabia que o Harry tinha pedido para nos encontrarmos num local publico para prevenir uma cena dramática.
-Oh meu Deus. (a minha mãe murmurou)
A mão dela agarrou a parte de trás do pescoço dele, puxando-o para baixo. A cabeça dele descansou no ombro dela enquanto ela lhe acariciava os caracóis. Eu ouvi-o a fungar ligeiramente, a mão dele a segurar a minha apertadamente.
-Desculpa. (a voz dele a se quebrar enquanto ele repetia as palavras)
-Não faz mal, amor. (a mãe confortou)
***
Nós tínhamos nos movido do Bar para uma das mesas do restaurante. O choque de ver o Harry novamente tinha começado lentamente a desaparecer.
-Aonde está o teu fio? (eu perguntei)
O fio que tinha sido dado ao Harry no aniversario de dezasseis anos. A prenda nunca tinha sido tirada.
-Está a usa-lo outra pessoa.
Eu franzi a testa, não percebendo a quem é que ele o teria dado. O colar sempre significou tanto para ele. Mas a minha mente subitamente acompanhou as palavras. Um folgo escapou-se dos meus lábios, um sorriso a espalhar-se na minha cara enquanto ele sorria envergonhadamente para mim.
-Como é que ela se chama?... ou e-ele se chama? (eu disse rapidamente)
Ele abanou a cabeça a rir-se.
-Jessy, eu gosto de raparigas. (ele queixou-se)
Eu estava quase a falar de novo antes de uma empregada peituda chegar com as nossas bebidas. Ela apenas deu uma olhadela rápida a mim e à minha mãe, a atenção dela completamente focada no Harry, que parecia não ligar as tentativas dela de pedir atenção.
-Posso trazer-vos mais alguma coisa?
A blusa dela estava descida, o peito dela completamente à mostra enquanto ela olhava para nós pelas pestanas falsas.
-Não obrigada, eu acho que estamos bem por agora. (o Harry disse enquanto olhava para nós)
O meu estômago tinha andado as voltas o dia todo só no pensamento de ver o meu irmão de novo, eu mal tinha comido. Nós acenamos em como concordávamos com o Harry antes de a empregada suspirar e se ir embora. O Harry parecia não ter reparado tentativas da loira se atirar a ele.
-Aparentemente as raparigas também gostam de ti.
Ele abanou os caracóis a sorrir. Eu explorei a área a volta da mesa. Era verdade, inumeroso olhos femininos estavam a olhar para o Harry curiosamente. Olhares desejosos a explorar-lo de cima a baixo. Do nada senti-me bastante protetiva, este era o meu irmão bebé para que elas estavam a olhar.Eu olhei para uma rapariga em particular de forma severa. Ela ficou ligeiramente envergonhada antes de voltar a conversar com quem posso assumir ser o namorado dela.
-Fala-nos dela. (a mãe sorriu)
O meu foco voltou para a nossa mesa. Eu fiquei subitamente bastante curiosa para saber com quem e que o Harry estava no momento.
-Qual é o nome dela, que idade é que ela tem, aonde é que vocês se conheceram?... Podemos conhecê-la?
-Jessy, para. (o Harry riu-se)
O lábio dele foi levado entre os dentes de forma nervosa, os olhos dele a olharam da minha mãe para mim. Eu sorri enquanto ele se mexia no assento. O nervosismo dele a fazê-lo parecer mais novo, o rapaz de quem eu me lembro.
-O nome dela e Bo. (a cabeça dele inclinou-se tentando esconder o corado das bochechas dele) Ela é linda. (ele murmurou baixinho)
-Awww, Hazzzzzz. (eu gozei, ao qual ele respondeu mandando-me calar, de forma bastante rude)
***
FIM DE FLASHBACK
POV BO
A boca dele estava ligeiramente entreaberta enquanto ressonava suavemente. Eu sorri ao reparar no cabelo do Harry, caracóis despenteados espalhados na almofada. A minha mente voltou para o que ele me tinha dito na noite passada. Ele tinha-me contado que tinha contactado a família dele. E pelo olhar na cara dele antes dele me ter contado ,tudo tinha corrido bem. Isto aliviou-me ligeiramente, sabendo obviamente que aqueles telefonemas todos eram a mãe ou a irmã a querer saber se ele estava bem.
O Harry gemeu levemente enquanto eu me tentava mexer cuidadosamente, escapando-me da cama. Os cobertores foram comigo, relevando o peito tonificado dele enquanto ele subia para cima e para baixo, mas ele não pareceu dar por falta do cobertor, ainda a dormir profundamente. Ele estava adorável.
Os meus lábios passaram por cima da pele suave da pele da barriga dele antes de descer para baixo. Pequenos beijos foram deixados pela anca esquerda dele.O Harry mexeu-se ligeiramente por de baixo de mim. Eu olhei para cima, longas pestanas ainda tocavam nas bochechas coradas dele. Eu sorri, os meus dedos prenderam-se no elástico dos boxers na anca dele, puxando-os para baixo lentamente. Eu continuei com os meus pequenos beijos. E depois movi-me para beijar uma trilha para baixo.
Eu tinha de morder o meu lábio para me forçar a não rir, os meus dedos a puxarem o elástico para baixo. Eu ainda não tinha acabado o que pretendia.Quando a mão do Harry rapidamente agarrou os meus pulsos puxando-me para cima. Os olhos dele ainda estavam fechados enquanto eu me deitava em cima dele.O meu riso fez-o gemer.
-O que estás a tentar fazer, mulher? (a voz rouca dele perguntou)
Eu raspei os meus dedos contra a bochecha dela, encorajando-o a deixar-me ver os olhos verdes brilhantes que eu tanto adorava.
-Bom dia, jeitoso. (eu sorri)
Ele sorriu, focando o olhar na minha cara. Passaram-se alguns minutos até ele falar, a testa dele a franzir-se em confusão.
-Estavas-me a tentar acordar com um broxe?
As minhas bochechas coraram enquanto eu escondia a cara no pescoço dele, embarassamento a tomar controlo. Não tinha sido o meu plano a acorda-lo de forma tão intima.Mas eu não desmenti, eu deixaria que ele acredita-se que essa era a minha intenção, simplesmente porque isso parece-me mais divertido. Se calhar eu podia tentar isso para a próxima. A minha cara tinha corado com o pensamento.
-Porque se quiseres eu posso voltar a adormecer e tu podes tentar de novo. (ele disse de forma brincalhona)
Eu folguei quando ouvi a proposta dele, batendo-lhe no peito levemente enquanto ele se ria.
Depois de uma sessão do Harry a fazer-me cocegas eu tinha conseguido ir tomar banho, rapidamente despachando-me para ir trabalhar. O meu cabelo molhado estava apertado numa tranca pelas minhas costas abaixo, os meus dedos a segurarem a ponta e a apertarem-na com um elástico que o Harry me tinha deixado para usar. Eu estava quase para ir encontra-lo na cozinha quando ouvi alguém a bater na porta de entrada.
-Bo, podes ir abrir? (o Harry falou)
-Claro.
Eu ajeitei a minha blusa antes de andar pelo corredor. Os meus dedos agarraram na maçaneta da porta abrindo-a. Eu não consegui parar-me de dar um passo para tras. O homem que estava a porta era gigante, a altura dele a sobrepor-se imenso a minha, quase como o Harry. A minha boca tinha ficado seca enquanto eu olhava para ele, os lábios dele a sorrirem de forma perversa.
-Hmm, estava à espera de alguém mais alto. (ele gozou) O Harry está aqui?
Tatuagens espalhavam-se pelos braços fortes dele,quase como se fosse uma película de tinta preta a cobrir lhe a pele.A tinta parava quando chegava a manga da t-shirt dele. Eu engoli o meu medo antes de virar a cabeça para dentro do apartamento.
-Harry. (eu chamei)
O meu foco voltou para o homem gigante, ao sentir uma mão enorme e suada no meu ombro. Eu congelei ,o toque dele a deslizar pelo meu pescoço e a cobrir o meu queixo. O sorriso dele estava longe de amigável e os olhos frios dele exploraram o meu peito.
-És a miúda do Harry?
Eu lembrei-me da ultima vez que alguém me tinha perguntado isso. Jake. A minha resposta tinha sido um forte não. Mas imensas coisas tinham mudado desde de ai. O rapaz que eu pensava ser tão mentiroso e obscuro de olhos verdes tinha-me rapidamente provado o valor dele, em quase literalmente alguns instantes.
-Sim. (eu respondi severamente antes de afastar o pulso dele de mim) Harry! (a minha voz gritou, bastante urgentemente)
O rapaz de cabelo encaracolado rapidamente apareceu. Calças de fato-de-treino ligeiramente descaídas nas ancas dele enquanto ele vestia uma t-shirt por cima da cabeça antes de andar rapidamente na nossa direcção. Ele parecia tudo menos feliz com a situação a frente dele. A meu braço foi agarrado pela mão larga dele, empurrando-me para de trás dele gentilmente. Ele manteve-se alto e protetivo antes de se virar para mim.
-Vai esperar na sala. (ele falou baixinho)
Eu apertei-lhe a mão gentilmente antes de obedecer,os meus pés a moverem-se rapidamente até à sala. O foco do Harry estava agora concentrado no que aparentava ser uma visita que não tinha sido convidada. Os meus dedos enterraram-se na moldura da porta,olhando para ver a interação.
-Mas que raio e que queres? (o Harry perguntou entre dentes)
-Vim ver se não te tinhas acobardado para esta tarde. (ele quase se riu)
-Eu vou estar lá. (a voz do Harry severa)
Eu observei nervosamente a troca de palavras dos dois machos altos. O meu coração a bater mais rápido quando notei que as mãos do harry tinham começado a formar punhos ao lado dele. Mas a minha visão divergiu-se para o homem que estava a olhar a volta do Harry até a mim. O sorriso na cara dele deixava-me desconfortável, mesmo sabendo que o Harry nunca deixaria que ele me fizesse alguma coisa. A natureza protetora do Harry teria feito com que ele tivesse o homem no chão em poucos segundos.
-Gostava de a ver lá também. (o homem sorriu)
O meu corpo congelou. Os olhos verdes do Harry encontraram os meus. A suavidade dele rapidamente desapareceu ou voltar a empurrar o homem no peito. O homem tropeçou para trás ligeiramente.
-Vai-te fuder! (o Harry disse zangadamente)
-Não, meu, eu preferia fudê-la a ela. (ele riu-se)
A porta foi fechada na cara dele com força. A respiração do Harry estava completamente descontrolada, enquanto as costas dele estavam pressionadas contra a madeira. Eu conseguia reparar que ele estava desesperadamente a tentar acalmar-se. Eu movi-me até ele hesitantemente, sabendo que ele ainda estava zangado.
-Harry?
A minha voz estava baixa.A cabeça dele manteve-se inclinada para baixo,não encontrando o meu olhar enquanto ele se concentrava em acalmar.A minha mão subiu lentamente ate a cabeça dele,os meus dedos a massajarem-lhe os caracóis, eu sabia que isto o tinha acalmado em experiências passadas. O seu suspiro profundo disse-me que as minhas tentativas estavam a funcionar. A minha cara inclinou-se ligeiramente, encontrando a pele quente da bochecha dele antes de lhe colocar um pequeno beijo.
A cabeça dele subiu para encontrar o meu olhar curioso. Eu folguei quando ele agarrou ambas as minhas mãos, apertando-as enquanto os polegares massajam as partes de trás.
-Ele magoou-te? (ele perguntou nervosamente a espera da minha resposta)
-Não. (eu respondi, não querendo provocar reações desnecessárias)
Eu olhei para as nossas mãos, as mãos do Harry eram tão grandes comparadas com as minhas. Só esse simples facto ajudava-me a sentir calma e segura na presença dele.
-Quando eu te ouvi a gritar o meu nome... (a voz dele quebrou)
-E-Ele apenas me assustou. (eu interrompi)
A postura do Harry parecia ter-se relaxado um pouco, os lábios dele a pressionarem um beijo suave nos meus.As nossas testas pressionadas juntas, inalando a respiração um do outro. Longas pestanas arrepiavam-me a pele.
-Este e o homem com quem vais lutar esta noite? (eu perguntei baixinho)
-Não, não esse e o cabrão do irmão dele. (o tom do Harry a conter ódio)
Os meus dedos apertaram os dele, uma bola a formar-se na minha garganta.
-Eu não quero que lutes. (eu sussurrei, lágrimas a ameaçarem cair-me dos olhos)
Os braços fortes do Harry apertaram-me num abraço protetivo, o meu corpo a ser envolvido pelo dele.
-Eu sei, amor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dark - Tradução PT
FanfictionBo, uma frágil rapariga que acaba por apaixonar-se por alguém que nunca esperava, Harry.