Uma semana havia passado desde a minha chegada a Sicília. A conversa que havia tido com Felippo não saía da minha cabeça, era inevitável não pensar nele e em todas as suas palavras. Ao fechar os olhos eu me lembrava de cada momento, cada toque e cada beijo que ele havia me dado. Porém a realidade bateu em minha porta e eu havia recebido um convite que dizia:"Você está sendo convidada a comparecer ao jantar de noivado de Felippo e Giordana".
Eu poderia ganhar o prêmio de garota mais burra desse universo, já que o cara que me fazia promessas vai se casar com outra. Havia acontecido coisas que nos separaram e pessoas que não queriam a nossa felicidade. E agora tudo parecia perdido, pois ele já não era o mesmo.
Mesmo sem querer eu era obrigada a comparecer nesse maldito jantar. Queria inventar uma dor de cabeça ou quem sabe desaparecer, mas isso não era possível. Estava praticamente pronta, havia colocado o meu melhor vestido e me arrumado dignamente como uma princesa. Se fosse para mim ir nesse jantar que fosse para causar e para ninguém esquecer.
Eu havia mudado também, já não era a garota obediente e que aceitava tudo de braços cruzados. Tornei-me uma mulher independente que sabe o que quer e que não se rebaixa nunca.
Patrícia e Heitor já haviam saído algum tempo e o motorista havia voltado para me buscar. Olhei-me uma última vez no espelho e vi através dele a mulher que havia me tornado.
Entrei no carro e em silêncio tentei não pensar em nada pelo caminho. Em alguns minutos o motorista já estava estacionando em frente a mansão Barone e não me surpreendi ao vê-la da mesma forma que vi pela última vez.
Haviam muitos carros estacionados por perto, o som de música clássica podia ser ouvido do lado de fora e sabia que ao entrar ali iria me deparar com todos aqueles que foram contra meu romance com Felippo.
A Nostra Onore em peso estaria ali e mesmo quê odiando tudo aquilo teria que sorrir no final.
Respirei fundo pela décima vez tentando criar coragem para entrar naquele lugar, o mesmo que possuía tantas lembranças que eu queria esquecer no momento.
Nem sequer precisei dar o meu nome, a minha entrada foi liberada de imediato e ao pisar no salão pude sentir todos os olhares em mim.
Ninguém esperava que eu fosse aparecer naquele jantar, nem eu mesma. Lavínia me odiava, a mãe de Fellipo não escondia se descontentamento comigo e tudo piorava por ela achar que o filho tinha mais direito de estar no poder do que Lorenzo.
A velha era biruta e ela só estava viva em memória do seu falecido marido, Otto Barone. Um homem de honra perfeito e ovacionado pela Nostra Onore. Era em respeito a ele que Lavínia não levava um tiro na testa para calar sua língua de cobra.
Agora que sua nora seria Giordanna, a dupla de cobras seria imbatível. A noiva de Fellipo era filha de um dos associados da Famiglia e me odiava desde a adolescência. Ela era invejosa e parecia querer tudo o que era meu.
Tanto fez que conseguiu o que ela mais desejava.
Felippo.
Ao longe pude ver os noivos passeando por todo o salão, cumprimentando com toda a cordialidade que um evento como esse pedia.
Infelizmente eu precisei ir até eles e demonstrar um contentamento e certa felicidade que não me representava no momento.
O primeiro a perceber minha presença foi Fellipo, seu olhar era indecifrável e me estudou minuciosamente. Tentei me manter forte, sem deixar que toda aquela intensidade me abalasse.
Logo em seguida, Giordanna se virou e seu sorriso quase morreu. Porém ela estava em público e não poderia mostrar ser a megera que era. Ela tratou de disfarçar sua insatisfação ao me ver e portou-se de maneira educada.
— Parabéns pelo noivado.- Não sorri, apenas felicitei.
— Obrigado, querida.- Giordanna sim sorriu, falsamente é claro.
Se pendurou no pescoço de Fellipo como se mostrasse que ele agora era dela.
— Eu e Fellipo não vemos a hora de nos casarmos, não é amore?- Ela se direcionou melosa a ele.
Porém ele não a respondeu, um silêncio incômodo pairou no ar e o sorriso de Giordanna morreu.
Fellipo não desgrudava seus olhos de mim e sua noiva percebera aquilo rapidamente.
A situação não poderia estar mais estranha.
— Desculpe Lora, mas precisamos cumprimentar o restante dos convidados.- Giordanna falou fazendo questão de demonstrar que eu não era bem-vinda ali.
Ela tentou puxar Fellipo consigo, mas ele não se moveu um centímetro se quer.
— O que está acontecendo, Fellipo?- Ela se exaltou, perdendo a compostura.
Fellipo nem se quer a encarou.
-—Você vem comigo...- Ele falou olhando diretamente para mim. — agora!- Mandou.
O grito de ódio de Giordanna pode ser ouvido por todos, o circo estava montado e eu já me sentia a atração principal.
Eu não podia acreditar no que estava acontecendo.
— Eu ainda sou sua noiva e exijo respeito.- Giordanna esbravejou.
Fellipo a encarou seriamente, sua expressão era de dar medo em qualquer um e eu podia até sentir pena por ela.
— Não seja por isso, Giordanna.- Ele retirou a aliança que usava e a jogou no chão.
Agora que o espetáculo estava armado.
— Você não pode...
— Posso, pode apostar que sim.- Ele retrucou.
Giordanna estava sendo humilhada publicamente e antes que as coisas sobrassem para mim saí de perto.
— Não ouse ir atrás dela.
Ainda pude ouvir Giordanna gritando, antes que eu passasse pela porta que dava acesso aos fundos da casa.
Deveria ter ficado em casa, pois no final havia causado mais que o planejado e já podia esperar os sermões que viriam de Heitor.
Eu havia ferrado com um casamento na Nostra Onore e isso possuía suas consequências.
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Proibida Paixão - Leis da Máfia (Livro īī)
Romance2ª lei - Não se apaixonar pelo fruto proibido. Lora Bertholdi é a rebeldia em pessoa, feminista todos os dias da semana e apaixonada em uma grande confusão. Fellipo Barone é o típico badboy malvado, ótimo conselheiro e admirador de motos e...