19. Novo Lugar.

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   LORA BERTHOLDI

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   LORA BERTHOLDI

     Outra noite havia se passado e eu ainda estava naquele palácio, que mais parecia uma prisão. Ao sair do quarto onde estava hospedada já não pude encontrar vestígios da noite passada, era como se aquele noivado nunca tivesse acontecido.

Por pura sorte ou talvez o destino ouço uma conversa entre Lucca e algum cabanga que em nada me agrada.

— Como o maldito conseguiu entrar e sair sem que ninguém o impedisse?

Lucca bateu fortemente na mesa, ele estava irado e tinha até pena do homem em sua frente.

Era óbvio que ele estava falando de Fellipo, ele sempre usava aquele tom depreciativo ao falar do meu querido italiano.

— Eu não sei, chefe.

O homem encolheu os ombros.

— Eu pago todos para ter a melhor segurança desse país e ainda tenho como gratidão um falha dessas?

— Prometo não falhar mais.

— E você não falhará mais.- Lucca abriu um sorriso de deboche.

Sacou uma pistola e atirou sem exitar no homem, o corpo caiu ao chão como se fosse nada e eu corri dali.

Lucca era um monstro disso eu não tinha a menor dúvida, ninguém estava seguro perto dele e se ele sabia sobre Fellipo era certo que não deixaria essa invasão passar despercebida.

Eu não poderia dar bandeira, agiria normalmente, enquanto pudesse.

Vou até a mesa posta para o café da manhã, encontro-me sozinha e agradeço por isso. Sou servida por uma das empregadas e silenciosamente faço a minha refeição.

Porém sou interrompida ao sentir uma respiração pesada em meu pescoço, um toque macio e uma voz que me causava pavor.

— Nunca te disseram que é feio ouvir atrás da porta?

Meu coração parecia querer sair do peito e não era por um bom motivo. Eu havia sido pego no flagra e eu teria que ser uma excelente atriz para não entregar ainda mais Fellipo.

— Não tenho culpa se a porta estava escancarada e você não foi nenhum pouco silencioso.- Dou de ombros.

Retornando à comer e esperando que Lucca fosse embora, mas ele permaneceu no cômodo. Se sentando a mesa e me avaliando minuciosamente, como se quisesse pegar alguma falha minha.

— Ele esteve com você na noite passada?

Encarei fortemente Lucca, se eu não olhasse ele saberia o quanto eu estava mentindo.

— Desculpa, mas não sei do que está falando.

Ponto pra mim.

— Deixa eu te ajudar, querida.- Ele forçou um sorriso. — Fellipo te procurou?

Com calma mordi um pedaço de bolo e mais calma ainda respondi.

— Fellipo não estava em suas mãos?- Franzi minhas feições.

Fazer a sonsa estava dando certo, só me parecia deixar Lucca irritado.

— Não.

— Ontem eu apenas ajudei mamma e não saí do quarto mais.

— Eu espero que esteja falando a verdade, caso contrário pessoas irão sofrer por isso.

Sorrio por dentro, ele havia meio que acreditado, não poderia subestima-lo é claro. Porém não desacreditava totalmente de mim.

— Eu não estou mentindo, Lucca.

Estava e como estava. Que Deus me perdoasse por isso, mas era por uma boa causa.

— Te dou meia hora para se trocar, iremos dar uma volta.

Lucca avisou antes de se levantar e sumir da minha visão.

Solto o ar que nem percebi que segurava e agradeci por aquelas aulas de teatro terem me servido para alguma coisa afinal.

Termino o meu café e subo rapidamente ao quarto, infelizmente teria que me arrumar e sair com Lucca.

Certamente ele não havia me convidado, ele havia mandado que eu fosse com ele.

[...]

     Não fazia ideia para onde Lucca estava me levando, porém estávamos no carro por um bom tempo. A grande cidade de Moscou havia ficado para trás, dando lugar a montanhas e mais montanhas. O frio havia aumentado consideravelmente também e eu realmente odiava o frio.

Agradeci quando o carro parou e em frente era visto uma cabana, bem mais modesta, porém que tinha uma beleza única. Eu realmente gostaria daqueles lugares em outra ocasião, porém a minha situação não era das melhores.

A porta do carro foi aberta e com ajuda saí do mesmo, o casaco que usava me atrapalhava e muito nesse quesito.

Sinto a palma da mão de Lucca descansar em minhas costas me direcionando até a cabana.

— Gostou?

— Sim, achei muito charmosa.

Não era de todo mentira. Só me perguntava o porquê de estarmos ali.

— Será aqui que ficaremos por um tempo.

Droga, mil vezes droga.

Lucca não era burro, ele sabia que Fellipo tentaria me tirar daquele palácio e não mediu esforços para me esconder.

— Eu não quero ficar aqui.

— Não estou te dando opções, estou apenas te comunicando.

Eu realmente o odiava.

— Eu nunca vou te amar, Lucca. Não importa o que você faça.

Gritei para quem quisesse ouvir e não me importei. Mas Lucca sim, eu havia pego em seu orgulho.

— Eu aceito isso, porém você ficará comigo e não com Fellipo.

Ele era louco, totalmente obsessivo e eu temia por esse seu lado.

— Você nunca irá encostar um dedo em mim.

Ele me puxou brutalmente para ele e eu tive medo.

— Mais cedo ou mais tarde você será minha, seu corpo me pertence.

Beijou meu pescoço e eu nunca pude sentir tanta repulsa. Eu só queria sair dali e voltar pra casa, porém não conseguia.

Lucca poderia ser um cara bonito, lindo na verdade, porém era só aparência. Ele era feio por dentro, não tinha princípios e não ligava para o sentimento alheio.

O empurrei com toda a força que tinha e consegui desequilibrar o mesmo, corri para dentro da cabana e me tranquei no primeiro quarto que achei.

E me permiti chorar, com toda força.

Proibida Paixão - Leis da Máfia (Livro īī)  Onde histórias criam vida. Descubra agora