10. Provocações

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LORA BERTHOLDI

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LORA BERTHOLDI

                Despertei com a claridade que invadia a janela da cabana. Olho ao redor e me pego admirando o homem ao meu lado. Seu corpo está nu como o meu, enrolado em um lençol fino e que mal esconde suas partes mais íntimas. Protetoramente seus braços rodeiam o meu corpo, era quase impossível sair dali.

Eu não queria.

Porém eu já deveria ter ido embora a muitas horas, mas adormeci depois da nossa noite "agitada". Carinhosamente passo minha mão em seu rosto, sentindo a barba rala que crescia naquele rosto esculpido.

Ele era lindo e todo meu.

Contorno seus lábios com os meus dedos e na mesma hora sinto eles beijarem minha mão. Fellipo estava acordado e sorria pra mim abertamente.

— Não acredito que você estava fingindo dormir, Fellipo.- Finjo uma irritação que não existe.

Não depois da noite passada se é que vocês me entendem.

Ele não se importou em me respondeu, apenas atacou os meus lábios rapidamente. Traçando cada canto de minha boca e me trazendo sensações maravilhosas.

Fellipo sabia como tratar uma mulher e como sabia.

Afasto-me ofegante e antes que ficasse o dia inteiro ali em seus braços me levanto. Não ligo se estou completamente pelada em sua frente, afinal ele já havia visto o meu corpo na noite passada e em outras noites em nosso passado conturbado.

— Não me provoque.- Fellipo grunhiu como um animal sedento.

Apenas gargalhei de seu jeito e olhei diretamente para sua ereção que já apontava naquele momento.

— Provocando?- Mordo os meus lábios.

Recolho minhas roupas do chão, sem me importar se estou com a bunda pra cima. Coloco cada peça o mais rápido que consigo, não podia demorar nem mais um minuto.

Porém ao colocar minha camiseta sinto mãos me agarrarem fortemente e um baita volume entre minhas pernas.

— Não pense que vai escapar de mim tão fácil.- Fellipo sussura em meu ouvido.

Deixando minha calcinha encharcada.

Faço questão de rebolar provocante em seu membro ereto e deixar o meu pescoço sem nenhuma proteção. Seus lábios passeiam por aquela região, me arrepiando toda.

Mas realmente não poderia ficar por ali e ter uma transa matinal.

Escapo de seus braços e mando um beijo para Fellipo.

— Até daqui dois dias, amore.- Pisquei para ele.

E sai dali rapidamente, podendo ouvir os gritos de um Fellipo furioso.

— Volte aqui, Lora!- Solto uma risada alta, já do lado de fora da cabana.

Eu voltaria daqui dois dias e temia o que iria encontrar. Talvez um lobo mau muito esfomeado e o pensamento me agradava até nos pormenores.

[...]


              Respiro aliviada quando entro no meu quarto sem que ninguém me veja. Agradeço por ter sido esperta o suficiente para trancar o cômodo e de não se ter uma chave reserva.

Vou direto ao banheiro, precisava de um banho no final de tudo. Relembro cada instante da maravilhosa noite que tive e não via a hora de repetir aquela dose de amor.

Porém no momento eu sabia que teria que encarar Heitor em poucas horas, não poderia escapar dele. Eu não entendia como um pai fazia isso com a própria filha, mantê-la presa e ainda por cima obriga-la a casar com um completo estranho.

Apenas para o seu interesse.

Mas tinha a esperança de que Lorenzo faria o seu plano funcionar com sucesso, meu fratello era influente e duvidava que alguém fosse contra sua ordem. Ninguém arriscaria em ter seu pescoço arrancado da cabeça.

Lorenzo não era temido a toa, não se enganem com as palavras bonitas e o jeito carinhoso com a família. No trabalho, Lorenzo era o verdadeiro Dom da Nostra Onore.

Saio de casa, procurando o ar fresco da varanda com a companhia de um novo livro. Era assim que o tempo passava por ali, eu só podia viver no momento através de livros e suas fantásticas histórias.

Encolho-me na rede tão distraída que não percebo Matteo se aproximar e enfiar o seu rosto tão próximo do meu.

— O que pensa que está fazendo, garoto?- Sinto-me incomodada com aquela aproximação.

E fecho o livro, saindo de perto dele.

— Apenas vendo o seu livro de sacanagem, não é isso moça puritana?- Ele abriu aquele sorriso presunçoso no rosto.

Tinha a vontade de jogar o livro em sua cabeça, mas não faria isso com o pobre Sr.Grey.

— O que eu leio ou deixo de ler não é da sua conta, pessoa desocupada.- Respondo infantilmente.

Parecíamos duas crianças, mas ele me tirava do sério.

Ele nem se quer ligou, apenas pegou o livro da minha mão e começou a ler ele em voz alta.

Reviro os meus olhos e sem aguentar sua voz irritante tento pegar o livro, sem sucesso. Ele estava levantando o mesmo e minha altura não ajudava muito nesse aspecto.

— Me devolve agora esse livro!- Grito impaciente.

— E se eu não devolver, o que vai fazer?- Ele abriu ainda mais seu sorriso.

Ele estava brincando com fogo, só de raiva chutei suas bolas sem pensar duas vezes. Ele logo caiu no chão gemendo de dor, era a minha vez de sorrir.

— Satisfeito agora?- Provoquei-o pegando o meu livro.

— Você me paga, garota.- Ele ameaçou ainda no chão.

Eu apenas gargalho de sua cara e o ignoro totalmente.

— Você não fará nada, não mexa com quem não conhece.- Falei o deixando lá.

Eu não tinha medo de suas ameaças infundadas. Ele poderia ser tão mau caráter quanto o seu primo Lucca, mas eu não tinha medo de nenhum Montanari.

Não mais.

Proibida Paixão - Leis da Máfia (Livro īī)  Onde histórias criam vida. Descubra agora