25. Luz no final do túnel

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Lorenzo Bertholdi

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Lorenzo Bertholdi

    
    Lucca era um maledetto ordinário e o ódio que eu possuía agora não deixaria que ele escapasse. O lugar em que estávamos havia se tornado um verdadeiro cenário de guerra, tiros para todo lado e alguns corpos já estavam ao chão sem vida alguma.

Nada que fosse fora da realidade para o mundo obscuro da máfia. Porém o aperto no meu peito se dava por Lora, minha fratella estava em apuros e eu morreria por ela se necessário fosse.

Observava ao longe a cabana em que sabia que ela estava, Fellipo demorava a aparecer e temia que ele houvesse caído em alguma armadilha.

Precisava pensar em alguma solução, algo rápido e eficaz.

Estávamos com alguma vantagem, nossos homens estavam resistindo e conseguindo conter os russos. Porém ainda não sabia quanto tempo isso duraria. Não estava tão longe da cabana e o melhor era tentar invadir a mesma.

— Todos em posição, iremos invadir a cabana.- Comando através do rádio de comunicação.

Em pouco tempo, estávamos a frente da cabana, lutando bravamente para retirar todos aqueles russos da frente.

Não se ouvia nada que pudesse nos alarmar dentro da cabana, isso me deixava um pouco mais tranquilo.

Nessa altura, as balas das armas haviam acabado de ambos os lados e o que sobrará era os punhos fortes de cada homem ali presente. Arregacei minhas mangas e fui a luta, dando alguns golpes certeiros e levando outros.

O cansaço físico era aparente em todos, mas a sede de vingança era maior.

Meus olhos capturaram o momento exato que Lucca saiu da cabana, com um sorriso vencedor no rosto e foi nesse momento que não pensei duas vezes antes de correr atrás dele.

O mesmo percebendo estar sendo seguido apressou os passos tentando fugir, até mesmo barris e outros objetos eram jogados em minha direção como obstáculo.

Porém consegui desviar de todos e me jogar pra cima de Lucca, ambos rolamos pelo chão. Nossos corpos colidiram violentamente em uma árvore grande e de tronco grosso.

O baque foi forte, mas nada que fosse me parar. Levantei-me rapidamente apontando a mira da pistola no rosto nojento do maledetto.

Porém Lucca andava tão bem armado quanto eu e outra pistola era apontada a mim sem demora.

— Achou mesmo que deixaria todos vivendo um maldito contos de fadas?- Lucca debochou.

Ele ainda achava que falava com amadores ou com seus capangas maltrapilhos.

— Não se ache um Dio, quando não passa de um pau mandado asqueroso.

Caprichei na resposta, Lucca era um maledetto ordinário.

— Faça me rir, Lorenzo.- Ele gargalhou. —Todos sabemos que o filhinho de papai aqui é você.- Desdenhou.

Farpas eram trocadas e a batalha de egos não acabaria nem tão cedo.

— Estou louco para atirar bem no meio da sua testa, bastardo.- Sorri com a ideia.

Enquanto aquela discussão de egos acontecia, andávamos em círculos e uma grande explosão foi ouvida. O meu coração apertou e só conseguia pensar em Lora.

— O que fez com Lora, cazzo? - Com raiva atirei em sua mão o desarmando.

— Explodi aquela puttana e de brinde levei aquele desgraçado na sacola.- Ele cuspiu aquelas palavras com vitória.

Porém depois disso ele não pode falar mais nada, o tiro disparado foi certeiro e explodiu o seu cérebro em minha frente.

O ódio misturado com a dor que sentia era grande. Eu não havia conseguido proteger a minha pequena bambina e o cara que era como um irmão para mim.

Eu havia fracassado mais uma vez.

Volto ao lugar em que antes existia a cabana, agora em destroços. Uma fumaça estranha pairava o lugar e ninguém mais lutava contra, alguns homens ainda permaneciam em pé, a cena parecia algo como um cenário pós guerra.

— Lucca está morto!- Gritei a plenos pulmões e pude escutar a comemoração dos homens.

Era uma vitória apesar de tudo, mas ele deveria ter sofrido muito mais.

— Porém levou consigo Lora e Fellipo...- O silêncio pairou imediatamente.

Eu me permiti cair ao chão de joelhos, chorando pela morte de duas pessoas importantes para mim. Porém já ouviram falar na seguinte frase: " Há sempre uma luz no final do túnel"?

Aquela frase nunca me pareceu tão verdadeira quando em meio a todo aquele caos surgiram duas figuras voltadas dos confins dos mortos à vida.

Lora, minha pequena garotinha, trazia consigo um Fellipo desacordado, mas vivo.

A emoção foi forte e a alegria que me tomou foi maior. Ela caiu cansada com Fellipo e podia perceber o quanto aquele maledetto esteve perto de cumprir com sua vendetta.

Corri em direção de ambos e abracei fortemente Lora, a apertando mais do que devia e logo recebendo um grunhido de dor como resposta.

— Eu tô bem, agora me larga idiota.- Lora soltou rapidamente.

Eu ri dessa vez. Ela estava realmente bem, até me xingando estava.

— Não seja malcriada, estou preocupado.- Falei um pouco magoado.

Ela revirou os olhos e logo sua atenção estava em Fellipo.

— Me ajuda, ele precisa de um hospital.- Lora parecia agora frágil.

O seu ponto fraco era Fellipo, sempre foi.

Dei um jeito de o pegar e levar até um carro que estava por ali, por sorte a chave estava na ignição e eu não esperei duas vezes para partir dali.

Porém não antes de dar as ordens certas.

— Quero que limpem essa bagunça, não quero a polícia atrás de nós.- Ordenei.

E logo após estava partindo rumo ao hospital, Fellipo respirava mas ainda não havia acordado.

Esperava que ele ficasse bem e meu único desejo era voltar para a minha mulher e meus filhos.

Proibida Paixão - Leis da Máfia (Livro īī)  Onde histórias criam vida. Descubra agora