8 - Partida ✅

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Desfibriladores a postos? Então vamos lá.

Assim que o vi sair pela porta eu me agitei no mesmo instante, sentindo o meu coração apertar nervosamente

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Assim que o vi sair pela porta eu me agitei no mesmo instante, sentindo o meu coração apertar nervosamente.

Ele estava chorando. Bakugou quase nunca chora, a menos que esteja sob muita pressão, e eu soube, segundos antes dele ligar a moto, que aquele escape - aliado à garrafa que estava na mão dele - significava que algo ruim estava prestes a acontecer.

Mais do que depressa larguei o violão do Mineta sem me importar se havia quebrado ou não, a única coisa que realmente importa agora é ir de encontro ao homem que amo impedir que ele faça uma loucura.

Praticamente voei por cima dos demais que levaram segundos preciosos para entender o motivo do meu desespero, acompanhando-me.

Merda, era minha culpa! Se eu não tivesse cedido aquele pedido... tenho certeza de que foi a música que o deixou ainda mais instável. Ele ama tanto aquela melodia, de verdade; achei que seria interessante usá-la para fazê-lo entender de quanto eu o amo, e que mesmo depois de tudo o que houve entre nós, aguardo ansiosamente que ele entenda, busque ajuda profissional para se tratar e me procure para tentarmos novamente.

Pelo visto teve o efeito contrário. Ele entendeu que não tinha mais jeito, foi isso? Será que pensou que era uma provocação?

As lágrimas, cara... ele estava chorando desconsolado, as bochechas coradas. Talvez não estivesse totalmente bêbado, mas também não estava cem por cento sóbrio.

Quando os outros se agitaram, todos, sem exceção saíram em debandada comigo. Mesmo sendo um teimoso, orgulhoso e grosso, Bakugou é amado.

Meu desespero triplicou quando o vi de moto. Eu não o deixava dirigir aquela merda porque morria de medo dele sofrer um acidente e se machucar, ou Deus me perdoe, acontecer algo pior. Cheguei a dar descarga nas chaves certa vez para que ele não saísse com aquilo. Quando era impossível impedi-lo eu negociava, e ele só ia se eu fosse junto para me certificar de que não correria muito ou se colocaria propositalmente em risco.

No entanto lá estava ele, colocando a chave na ignição, virando-a e fazendo aquele demônio de veículo rugir. Eu implorei tanto a Deus para chegar antes dele sair, correndo o máximo que podia, impulsionado pelo medo, gritando para que ele não fosse.

Mas não fui rápido o suficiente. Ele partiu.

Meus dedos paralisaram no ar, no mesmo lugar onde ele estivera segundos antes, trêmulos. Gritei o nome dele em desespero, vendo-o se afastar naquele instrumento mortal.

Em meio a minha aflição e desalento, por obra de Deus ou do demônio, olhei para o lado e vi outra moto, com as chaves na ignição. Meus olhos se abriram ao me dar conta do que eu deveria fazer. Eu detestava motos, morria de medo daquelas merdas e não era um bom piloto, mas eu temia ainda mais um mundo sem o meu loiro irritado, e eu não ia permitir que ele corresse aquele risco sozinho e choroso.

Winter (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora