Nathan já havia ficado numa sala de emergência. Ok, tinha sido no Texas numa vida muito distante e diferente dessa nova realidade.
Ele precisou de pontos depois de um acidente de bicicleta, onde abriu o queixo quando criança, depois voltou por causa de um braço quebrado e uma vez mais para ser costurado depois de uma mordida de cachorro. Então ele achou que sabia o que esperar, mas desta vez foi diferente.
- Não se preocupe. - disse a primeira enfermeira depois de tomar a pressão arterial e a temperatura, entregando-lhe uma vestimenta de hospital. - Nós chamamos seu pai. Vista isso e depois vou limpá-lo enquanto esperamos pelo médico.
Nathan fez o que ela pediu, embora sair da cama o fizesse se sentir pior. Poucos minutos depois ela voltou, mas antes de fazer qualquer coisa, outra enfermeira se aproximou dela. Elas permaneceram em vista enquanto conversavam em voz baixa e ansiosa, olhando para ele de vez em quando.
Outra mulher se juntou a elas, não uma enfermeira desta vez, pelo menos ela não parecia ser, talvez fosse uma das moças da recepção e logo estavam todas murmurando, os olhos voltando demoradamente para ele tantas vezes que deixava de ser normal.
Então ela voltou com seu sorriso, que desta vez não parecia tão sincero. Pegou na gaveta algodão e compressas e uma garrafa que ele esperava que não fosse álcool puro, que doía terrivelmente. Ela foi até outro armário e tirou luvas cirúrgicas.
- Ok. - ela disse enquanto abria a caixa para pegar um par. - Vamos ver esses cortes no seu rosto.
Nathan olhou para ela, confuso. Ele sabia, por meio de programas de televisão, que os médicos usavam luvas cirúrgicas, mas, durante suas últimas visitas ao pronto-socorro, nunca as usaram.
- Por que você precisa dessas luvas?
- Por cautela.
E ela foi cautelosa em não cruzar os olhos com ele dizendo isso.
- Não estou doente.
Ela ofereceu-lhe um sorriso forçado.
- Uma outra enfermeira foi a um simpósio em Denver mês passado. Ela disse que recomendam usar luvas para tudo agora. Mesmo nas visitas ao dentista. Está quase se tornando uma rotina.
Quase. Exceto que não, senão ela não precisaria procurá-las. Ela começou a limpar seus múltiplos cortes, suas ações desajeitadas pelas luvas que ela claramente não estava acostumada. Um nó gelado de apreensão começou a se formar em sua barriga. Ele tinha a terrível intuição de que sabia o que estava acontecendo.
- Eu não acho que você precise de pontos. - ela disse a ele. - Esta é uma boa notícia, certo?
- Sim.
- O médico vai estar aqui a qualquer momento...
Ela foi interrompida pela chegada do pai de Nathan e ele achou que nunca estivera tão feliz em vê-lo.
- Meu Deus, Nathan! O que aconteceu? - Ele perguntou uma vez que a enfermeira tinha saído.
- Só os caras da escola. - Falar sobre isso trouxe de volta toda a cena e ele teve que lutar para manter sua voz firme. - Furaram meus pneus pra nos forçar a atravessar o aterro atrás do posto de gasolina. Cody tentou... - Ele parou quando viu seu pai franzir a testa. - O que foi? Cody está bem?
- Melhor que você, aparentemente.
Mas sua voz estava tensa.
- Posso vê-lo?
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Marginal
Teen Fiction"Apenas pare de chorar. É um sinal dos tempos. Vai ficar tudo bem. Eles me disseram que o fim está próximo. Temos que sair daqui." Sign of the Times - Harry Styles 1986 O que deveria ter sido o melhor verão da vida de Nathan Bradford azeda quando se...