- Como foi? - Logan perguntou no dia seguinte em educação cívica. - Ele se desculpou? Vocês... você sabe... vocês...
Cody mordeu o lábio. Não queria ter essa conversa. Mas mais uma vez, pelo menos, Logan estava preocupado com ele. Pelo menos não o tratou como uma espécie de pária.
- Não quero falar sobre isso.
O sorriso de seu amigo desapareceu ligeiramente.
- Você não quer falar? Mas eu quero te ouvir e você vai falar ou até mesmo chorar, não importa, mas não vou deixar que fique com isso preso aí. Você não está só.
Cody limpou a garganta, desejando que seus lugares não estivessem tão próximos, querendo que seus olhos não ardessem tanto. Logan se inclinou mais, suas pernas longas e sua estatura imponente preenchendo o espaço entre suas mesas, o que lhe permitiu baixar a voz para que ninguém mais pudesse ouvir o que Cody diria.
- Ele me fez perguntas sobre tudo o que Larry contou a ele.
- E...?
- E eu disse a verdade a ele. - Cody não podia olhar para Logan. - E então...
- Então...?
- Nós... - suas bochechas queimaram. - Ele... Bem, nós...
- Ah merda! Não precisa entrar em detalhes.
- Sim, aqui vai. Você pediu. Nós nos beijamos. E... depois disso... ele surtou como se fosse absurdo e eu o deixei.
- Mas... - Logan parecia tão confuso quanto ele. - Eu pensei...
- Não importa. Não era verdade, claro. - Doía reconhecer, mas realmente não era. - Esqueça tudo isso, ok? Acabou.
Logan não mencionou Nathan pelo resto da semana, mas Cody notou o olhar sombrio que seu amigo estava dando a ele na aula. E isso foi quase o suficiente para fazê-lo sorrir. Quase. Sua indignação não foi suficiente para suavizar sua dor. Nunca se sentira tão sozinho e não ousava pensar no campo.
Em um momento breve e milagroso, ele se perdeu no sentimento exultante de que Nathan o queria da mesma maneira que ele. Então sentiu a frieza nele, apenas um minuto após seu orgasmo e quando isso aconteceu, teve a impressão de que todo o sentimento tinha sido arrancado de seu coração.
De repente, ele se viu tão desolado e vazio como as planícies de Wyoming, o vento correndo dentro dele para rasgar tudo deixando apenas ossos atrás dele. Sua amizade nunca fora possível. Um romance? Bem, na melhor das hipóteses, tinha sido um sonho estúpido, muito louco para merecer que se demorasse.
Cody se xingou várias vezes por simplesmente ousar acreditar que isso poderia ser possível. E repassou na mente o encontro deles no campo, imaginando se as coisas teriam sido diferentes se tivesse optado por mentir. Ou se nunca tivesse colocado a mão na perna dele. Se perguntou se teria sido melhor do que ouvir como a respiração dele ficou presa na garganta quando o tocou.
Não, ele nunca deveria ter deixado isso acontecer. Mas já era tarde demais agora. E estava feliz por ter um emprego, grato por ter uma desculpa para fugir de sua pobre casa. Ele se jogou de corpo e alma nas tarefas repetitivas na esperança de apagar sua dor, ou ver sua raiva desaparecer com sua solidão. Nunca aconteceu assim, é claro.
Dois dias após o incidente no campo, alguém bateu na porta de sua casa. Ele estava sentado na cozinha fazendo seu dever de matemática enquanto sua mãe assistia à TV. Eles trocaram olhares, ambos parecendo fazer a mesma pergunta silenciosa. - "Você está esperando alguém?" - Sua mãe negou. Ele foi até a porta e a abriu. E o que viu apertou seu coração.
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Marginal
Teen Fiction"Apenas pare de chorar. É um sinal dos tempos. Vai ficar tudo bem. Eles me disseram que o fim está próximo. Temos que sair daqui." Sign of the Times - Harry Styles 1986 O que deveria ter sido o melhor verão da vida de Nathan Bradford azeda quando se...