Prólogo

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Oi, meus queridos amores, como estão? Espero que bem, pois eu estou ótimo. 

Espero que vocês não abusem meu rosto e meus livros, porque eu vou voltar sempre... 

Mais um novinho em folha. Espero que gostem!

Beijos e abraços!

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KARAN

Estava saindo do local que havia sido realizado o desfile do senhor Ariel e do senhor Roberto, quando sinto um aperto no peito e uma sensação de pânico se instaurando em mim. Não estava compreendendo o que estava acontecendo, pois, todas as pessoas da minha família estavam seguras. Eu estava aqui, mamãe, papai e Wesley estavam em um parque de diversões ainda, pois disseram para mim que demorariam a voltar, pois meu irmão de ainda um ano e meio é uma criança muito energética e, com toda certeza do mundo, iria querer brincar até quando caísse exausto no chão.

Ando até no ponto de ônibus com esta sensação, mas decido pensar em outras coisas e deixar este sentimento ruim para lá. Não acho que aconteceria nada com eles, pois papai é muito responsável e quando está com nossa família sua responsabilidade mais do que dobra. Papai é um homem bastante amoroso e carinhoso, tanto comigo, quanto com mamãe e meu irmãozinho. Já mamãe é uma mulher decidida, mas ficou adoentada com uma dessas doenças que não é bom nem mencionar o nome, para que não a atraia.

Sento no banco do ponto de ônibus e fico ali por mais alguns minutos, até que um carro muito chique para a minha frente. Os vidros do carro se abrem e vejo que lá dentro estão os dois anfitriões do desfile de hoje a noite.

- Vamos, Karan, entra no carro. – Diz Ariel e eu nego com a cabeça.

- Obrigado, senhor, mas não precisa!

- Vamos, entre logo. Vamos deixa-lo em sua casa, como agradecimento por você não deixar que eu ficasse pirado neste bendito desfile. – Diz Ariel e eu dou um sorriso meio sem graça para ele.

- É verdade, ele estava uma pilha de nervos hoje de manhã, mas quando você o ajudou, ele ficou bem mais leve e relaxado. – Assinto nervoso, nunca havia conversado tantas palavras com uma pessoa tão rica do nível dele. Aliás, nunca vi, até hoje, ninguém do nível dele falando assim comigo. – Agora entre no carro, porque eu posso pegar uma multa e você não queria isso, não é? – Pergunta ele e eu abro a porta do carro e entro, colocando meu cinto em seguida.

Estava bastante tímido, mas como eles estavam tratando de me deixar muito à vontade com suas conversas e suas piadas sem graça, eu comecei a me soltar mais. Os dois são duas pessoas bastante divertidas e muito brincalhonas, mas algumas vezes falavam assuntos tão sérios que você ficava se perguntando como isso seria possível.

- Então, Karan, você gostou do desfile? – Pergunta ele me olhando com expectativa.

- Sim, senhor! O senhor fez peças perfeitas para a minha visão de uma pessoa que não entende nada de sapatos. – Digo sendo sincero e vejo seu rosto se iluminar mais do que já era de início.

- Muito obrigado, Karan. Fico bastante lisonjeado que você tenha realmente gostado das peças que apresentei lá. – Sorrio para ele e o mesmo continua. – Mas se você pudesse me chamar apenas de Ariel, eu iria ficar bem mais lisonjeado, pois o único senhor e ranzinza daqui é o Roberto. – Diz ele em um tom brincalhão e vejo senhor Roberto o olhando com um falso rosto de tristeza.

- Eu nem sou ranzinza, eu sou apenas uma pessoa na minha, meu amor! – Ele fala dando dois tapinhas na perna de Ariel, que apenas dá de ombros e continua conversando comigo.

Chegamos em minha casa e quando eu desço, depois de agradecê-los, vou subindo o morro. Sim, porque eu só deixei que eles viessem até aqui no começo dele, pois poderia ocorrer algum erro e confundirem-nos com policiais, como já aconteceu e eles serem mortos. E eu não me perdoaria se isto acontecesse. Quando chego até o portão da minha casa, estranho o carro dos meus pais ainda não estar ali, pois mesmo com eles dizendo que ficariam lá até tarde, não imaginei que fosse tão tarde assim.

Liguei meu celular e conectei-o ao Wi-Fi, enquanto ia ao banheiro tomar um banho para ir dormir. Nosso banheiro não era um banheiro muito bom, como eu já vi em alguns lugares... ele era considerado por mim uma coisa bem feia e uma moradia de baratas, pois ali tinha tantas baratas que eu já estava pensando em cobrar o aluguel de suas famílias de baratinhas.

Com certeza eu ficaria rico!

Termino meu banho e passo meu hidratante corporal, passo desodorante e um perfume, vestindo, em seguida, minha roupa de dormir. Me olho no minúsculo espelho que tinha ali na pia e vejo minhas gordurinhas na barriga... quem me vê, não pensa que eu peso 85 quilos, porque eu não tenho uma barriga tão grande, mas minhas coxas... só por Cristo, tudo o que como vai para lá.

Dou uma voltinha e começo a me avaliar. Tenho dezoito anos, cabelos loiros, olhos azuis e sou bem branco, quase igual a goma de fazer tapioca. Sou gay e nunca tive um namorado, nem beijo, nem nada disso... meus pais sempre me aceitaram e me fizeram ver que por eu gostar de homens eu não era absolutamente diferente de ninguém, mas o que eles me fizeram enxergar foi que teriam muitas pessoas com o coração ruim que não iriam gostar disso e que iriam me odiar. Mas, não diferente de muitos pais, eles ainda queriam todas as minhas notas acima de nove, que eu não faltasse na escola e que, quando fosse a hora de eu arranjar uma pessoa pra mim, que fosse uma pessoa boa e que me amasse de verdade.

Vejo que tem cinco ligações perdidas do número do meu pai, então pego o telefone e disco seu número. Chama algumas vezes, mas ele não atende, então resolvo tentar para o número da minha mãe... desta vez a ligação é atendida, porém quem fala não é a minha mãe...

- Você é o Karan, filho de Olívia e Marcos Pacheco? – Pergunta a voz do outro lado.

- Sim, sou eu! Por que você está com o telefone da minha mãe? – Pergunto receoso de ouvir sua resposta.

- Eu sou a recepcionista do Hospital Geral de Urgência. Seus pais sofreram um acidente terrível de carro. – No momento em que ela diz isso, meus olhos se enchem com lágrimas e eu sento em minha cama, com a mão na minha boca. – Eu sinto muito dizer isso, mas eles não resistiram e faleceram... – Minhas lágrimas escorrem como em uma cachoeira, soluço tanto que meu maxilar começou a doer... – Um bebê que estava junto, é seu irmão?

- S-sim, ele morreu também? – Pergunto sentindo meu coração comprimindo muito, por conta de toda a minha tristeza.

- Não, ele está aqui na salinha de crianças, você poderia vir busca-lo agora, por favor?

- Sim, eu já estou indo. Obrigado!

Saio de casa correndo e com lágrimas grossas caindo sobre meu rosto. Não é possível que tudo isto esteja acontecendo comigo, que nunca fiz mal a ninguém neste mundo, sempre fiz o bem, e agora sou recompensado deste jeito?

Quando pego meu irmão, volto caminhando com ele em meus braços. Eu precisava pensar e como hoje estava um dia bastante quente, não achei que tivesse algum problema. Observei meu irmão enquanto mesmo dormia e, em um momento de total caos em minha vida, consegui sorrir apenas por ainda tê-lo junto a mim.

- Eu não irei perde-lo nunca, meu pequeno. É uma promessa!

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Então, pessoa, o que acharam? 

O destino de um amor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora