C.P 6

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« Ainda naquela manhã »


† Benna †

Permaneço quieta esperando ele falar algo. Mas ele não fala nada após ouvir meu nome.

Um silêncio ensurdecedor invade o porão pouco iluminado. Só com a iluminação dos raios do sol.

  Depois de acho que uns 10 minutos ele finalmente fala.

– Porque não se importa de morrer?

Respiro fundo e depois de alguns segundos, o respondo.

– Eu me importo. Mas não aguento mais minha vida.
Sou Solitária... - respondo-o calmamente e com a voz triste.

O silêncio vem a tona novamente.

– E por que você não começa a me torturar logo para me matar de uma vez? - falo com a voz um pouco alterada, quebrando o silêncio novamente

– Você está me mandando te matar... Não posso obedecer. Isso não faz parte de mim. Sou Um Psicopata. Obedecer é estranho para mim. Na verdade nunca fiz isso.  E é a primeira vez que uma vítima reage dessa forma... - ele diz olhando para o nada.

– É eu sei, porque as vítimas normalmente são felizes e tem motivos para viver... Por isso, imploram pela vida.

– Você não tem? - ele pergunta parecendo curioso.

Fico em silêncio apenas olhando para o chão. Estou tentando o máximo possível para não chorar...

– Não... - respondo-o com a voz rouca pelo nó que se formou em minha garganta

– A vida é muito má contigo? - ele pergunta me olhando nos olhos.

O que é que está acontecendo? Tem um psicopata fazendo perguntas sobre a minha vida?! Não estou a entender.

– Sim... - respondo-o com a voz baixa olhando para o chão.

– O que ela tem feito? - ele pergunta.

– Minha vida... - suspiro longamente. – Minha vida é sem insignificância.

– Eu te entendo. - ele diz com a voz baixa agora.

– Me entende?

– Entendo... Eu acabei fazendo uma coisa que... Me arrependi profundamente. Foi... A coisa mais horrível pra mim que eu fiz. E depois que fiz isso, eu... Eu simplesmente perdi a vontade de viver, por que eu tinha perdido o único motivo que eu tinha para viver.

Quero perguntar o que foi que ele fez de tão horrível... Mas... Estou  com um pouco de receio em fazer essa pergunta, não sei como pode ser a reação dele. Vai que ele fica nervoso e acaba se descontrolando... Mas pergunto, minha curiosidade fala mais alto.

– O que foi que você fez?

Ele fica em silêncio olhando pro nada. Olho em sua direção, e ele parece estar com uma expressão triste. Não dá para ver direito o rosto dele por causa da máscara, na verdade, não dá pra ver praticamente nada. Só os olhos.

Lentamente, ele se vira em minha direção, e para seus olhos nos meus.

Seu olhar... Seu olhar está frio, está triste...
Ele olha no fundo dos meus olhos. E fica assim, olhando para meus olhos por alguns segundos, que pra mim, parecereu uma eternidade.

Com um movimento rápido, ele vira o rosto e se levanta bruscamente, e sai da minha cela. Me deixando aqui, sozinha, olhando pro nada...

Droga!

Um Pscicopata ApaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora