C.P 9

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Faz quatro semanas que eu estou nesse porão escuro. E nessas quatro semanas, ele me permitia tomar banho apenas duas vezes em cada semana. O que ele me dava para vestir era um calsão preto com o tecido fino e uma regata branca, do meu tamanho. O vestido vermelho que eu estava usando, eu não sei o que ele fez com o mesmo, pois não o via depois do meu primeiro banho, eu acho que ele jogou fora.

O Pscicopata só vem aqui para trazer minha refeição, que é apenas um copo com água e um pão puro e seco. Mas hoje... hoje ele não apareceu para trazer minha refeição, e isso estava me deixando completamente fraca.

Me deito na "cama" e tento dormir, mas não consigo, pois minha barriga não para de pedir por uma refeição.

Ouço um barulho alto vindo da porta do porão, e logo em seguida o Psicopata aparece completamente ensanguentado, o vermelho brilhante está por toda sua camisa preta, e a mesma está com alguns rasgos. O que vejo faz minhas pernas tremerem por um momento.

Sua respiração está ofegante, mas não parece ser de cansaço, e sim decorrente a um grande êxtase.

– Oh meu Deus... - exclamo totalmente aterrorizada.

– Venha comigo. - ele se aproxima e pega em meu braço, o apertando fortemente.

Enquanto ele praticamente me arrastava por entre as escadas, a única coisa que se passava em minha cabeça era; finalmente eu saí daquele buraco. E; Ele vai me matar.

Saindo porta a fora, olho ao redor rapidamente e vejo uma sala com a cor azul muito escuro, logo ele praticamente me arrasta até onde eu acho ser a cozinha. Chegando onde realmente é a cozinha, ele me solta e eu rapidamente recuo, com muito medo.

Minha visão está turva e lenta, mas não sei se é pelo desespero ou pela fato de não ter me alimentado hoje.

Ele se aproxima devagar, o sangue pinga formando uma poça vermelha no chão branco de mármore. O desespero aumenta com a aproximação dele, e a única coisa que consigo pensar é; ele vai me matar, ele vai me matar, ele vai me matar...

Fecho meus olhos à espera do pior.

O que passa em minha cabeça é que ele vai pegar uma faca e me esquartejar aqui mesmo, na cozinha.

– Olá, Benna - ele fala com a voz auta e assustadora. – Eu estava torturando um cara, e o desgraçado tirou um estilete,  não sei de onde e me atacou quando eu fui arrancar seus dentes, então, não pense que eu não fui lhe levar comida por que estava querendo que você morresse de fome, não não não, não é assim que eu quero que você morra. – Agora, limpe isso e faça curativos.

Lentamente, eu abro meus olhos.

Ele tira sua camisa á colocando em cima da mesa, e me encara.

Sua pele que deveria estar branca, está completamente suja de sangue. O cheiro de ferrugem aumenta. Seu corpo é musculoso, mas não exageradamente, os braços são fortes  e veias saltam dos mesmos. Olho para seu abdômen totalmente sarado onde uma fina linha de pelos começa debaixo de seu umbigo e vai até...

Sinto minhas bochechas queimarem e desvio o olhar. Onde eu estou com a cabeça o olhando assim? Ele é um louco, maníaco, doente mental, Pscicopata, que tortura as pessoas e às mata sem dó ou piedade.

– Preciso de um quite de primeiro socorros, você está sangrando muito. - falo com a voz baixa e o olhando novamente.

– O quite de primeiro socorros tem dentro da pia, e não se alegre muito, pois grande parte desse sangue não é meu. - ele fala olhando para si mesmo e depois olhando para mim novamente.

Ignoro totalmente o que ele falou e vou até a pia lentamente e pego uma maleta pequena, com a cor branca e com o símbolo ( + ) da cor vermelha nos dois lados da maleta.

Vou até ele lentamente, toco seu corpo com as pontas dos dedos, sua pele está quente. Sinto meu corpo se arrepiar ao tocar pela primeira vez, sua pele. Passeio meus dedos de seu peito, para seu abdômen, e paro quando os coloco em um corte. Ele nem se meche. Pelo que parece, ele não sente dor alguma.

Tiro meus dedos do corte e pego um algodão e o enxarco de álcool e logo depois, passo em todos os cortes, que não são muitos. Faço um curativo rapidamente em cada um dos cortes, e logo termino.

– Quer que eu lave sua camisa? - pergunto com um pouco de medo. O cheiro metálico está me deixando completamente enjoada.

– Eu mesmo lavo. - ele me olha parecendo bravo. – Vou tomar um banho, faça o jantar. - ele falou e pegou a camisa de cima da mesa e saiu da cozinha. Já distante, ouço a voz dele novamente. – E não se atreva em tentar fugir, pois será em vão ratinha!

Fico paralisada por alguns segundos no meio da cozinha, mas resolvo me mexer. Ele pediu para mim fazer o jantar, e eu não vou ousar desobedecê-lo.

Droga o que eu vou fazer? Eu não sei o que tem aqui... Me viro para os armários e os abro. Eles estão praticamente vazios. Tem apenas um pacote de macarrão, um de arroz e um de feijão.

Vou até a geladeira e a abro, tem apenas ovos e bacon. Isso! Ovos mexidos com bacon!

Prendo meu cabelo num coque desleixado e pego cinco ovos e o bacon. Vou até os armários novamente e me abaixo, em busca de uma frigideira. Acho e me levanto. Olho para o fogão e vejo que não precisa de fósforos, o fogão é elétrico. Ligo o fogão e coloco a frigideira no mesmo, vou à procura de óleo, encontro encima da mesa, no canto. Pego o recipiente de óleo e o derramo na frigideira, espero uns minutos até o óleo ficar quente, e enquanto isso, começo a picar o bacon.

Quando termino de picar o bacon, pego um copo do armário onde tem apenas louças e jogo os cinco ovos dentro do mesmo, logo depois, jogo o bacon picado e misturo bem. Logo após, derramo os ovos com bacon na frigideira começo a mexer sem pressa.

Eu não sei como ele gosta que fique os ovos,  pouco ou muito fritos, então deixei um pouco dos dois. Pego um prato com a cor branca de dentro do armário e o coloco na mesa, logo após coloco os ovos mexidos com bacon no prato. Pego talheres e coloco do lado do prato. Vou até a pia  e começo a lavar a frigideira. Quando termino seco minhas mãos.

E agora... O que vai acontecer? Será que depois de preparar a refeição dele ele vai comer e depois me matar? Ou me matar e depois comer? Onde eu tenho que ir agora?

O cheiro de ovos com bacon fazem meu estômago roncar alto. Droga...

Me viro e me assusto com o Psicopata parado no vão da porta. Ele está com uma camisa preta escrita "Happy Friday 13 Th", com uma calsa preta e um tênis preto e claro, ele está com a maldita máscara no rosto.

Hoje é sexta feira 13 e eu estou em uma casa com um Psicopata. Ótimo! Droga!!!!

Ele se aproxima lentamente da mesa, se senta e começa a comer.

Fico parada encostada na geladeira, minhas mãos estão suadas e tremendo, é assim que eu fico quando ele está perto de mim. Com tanto medo que chego a tremer.

– Está bom. - ele fala ainda comendo.

Eu não o respondo, apenas continuo imóvel.

Ele Levanta e sai da cozinha.

Pego o prato da mesa e vou até a pia. Quando termino de lavar o prato e os talheres, meus olhos lacrimejam. Que Droga de vida, Droga Droga Droga!

Ele realmente é um monstro. Me deixou o dia todo sem qualquer alimentação, chega a noite ele manda eu fazer seu jantar e come na minha frente. Droga, eu... eu não estou conseguindo me equilibrar...

Meu corpo amolece e minha visão fica turva novamente. Logo ela escurece.

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Beijos Trevosos 💀💜

Um Pscicopata ApaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora