† Benna †
Benna estava sentada no canto do quarto em que dorme e olhando para um ponto fixo, enquanto sua mente estava vazia.
Ela não sabia se fazia minutos ou horas que estava ali, sem conseguir pensar em nada, e sem conseguir sair dali. Ela só está ali. E pretende ficar ali até esse dia acabar. Assim como os outros.
O rangido da porta sendo aberta não a fez desviar os olhos. Benna continuou do mesmo jeito. Olhando para o nada.
Os passos se aproximaram e pararam em sua frente. Mas ela não olhou para os sapatos à sua frente, muito menos ergueu a cabeça.
– Levante-se. - ele mandou após alguns segundos esperando que ela se levantasse. E pra sua surpresa, Benna não obedeceu, ela nem ao menos o olhou. E isso de algum forma - que ele não tem idéia de como - o fez se sentir um pouco incomodado.
As palavras do Piscicopata não a fez mexer um músculo. Ela só queria que ele saísse dali e parasse de perturba-la.
– Benna, eu mandei levantar. - ele falou com uma voz calma. Seu nome sendo pronunciado por ele lhe fez erguer a cabeça vagarosamente.
Era a primeira vez que ele a chamava pelo nome. E isso - por um segundo -, aqueceu seu coração. Pois ele se lembrava de seu nome, e ela o falou apenas uma vez. Uma única vez.
Benna ficou surpresa, pois seu nome sendo pronunciado por qualquer pessoa era difícil de se ouvir.
Então Benna se pôs em pé e olhou para ele. Seus olhos Mel estavam sem brilho algum, sem emoção. E nem mesmo o Sol que iluminava o quarto conseguiu deixar os olhos de Benna brilharem. Ela continuou calada, apenas esperando ele falar algo. Mas nada havia sido dito.
Ele a encarava profundamente. E em momento algum desviou o olhar. Ele percebeu o vazio no olhar de Benna, ele viu nos olhos dela que ela não estava bem.
– Me siga. - ele falou baixo e caminhou até a porta. Mas ao perceber que os pés da garota estavam no mesmo lugar, ele virou-se para ela novamente e a encontrou olhando para um ponto fixo. Sem expressão alguma no rosto.
Benna não queria ter que obedecer ordens hoje, na verdade ela não queria nunca obedecer ordens, mas hoje, hoje ela só queria ficar quietinha no quarto sem falar nada. Apenas quietinha. Sem ter que se mover.
- Eu mandei, você me seguir! - o Piscicopata falou alto e Benna virou sua cabeça para olha-lo lentamente.
Sua expressão continuou invisível. Ela apenas o olhava. E ele não gostou do fato de não ter colocado medo na garota.
Para a sua surpresa, Benna caminhou até ele com passos curtos e lentos. E quando ela parou em sua frente, ele lhe deu as costas e caminhou para fora de casa.
Quando eles chegaram na porta, o Piscicopata olhou para Benna, tentando achar algum vestígio de que ela estava querendo fugir, mas o que encontrou foi apenas um rosto sem emoção alguma. Ele estava esperando um sorriso dela, por estar saindo ao ar livre depois de tanto tempo, mas isso não aconteceu.
– Se você tentar fugir, eu pego você e te mato. - ele falou alto ainda encarando Benna. Mas ela não estremeceu como fazia antes, apenas continuou olhando para a porta.
Então ele saiu de casa. Benna logo atrás.
O vento suave daquele dia fez os cabelos de Benna balançarem para o lado e ela sorriu fraco com isso.
O Sol em sua pele a fez se sentir viva novamente e ela não queria mais sair do alcance da estrela que ela mais admirava.
– Me siga. - ele falou alto e começou a caminhar pela floresta. Sendo seguido por Benna.
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Um Pscicopata Apaixonado
RandomE se um Psicopata se apaixonar por uma vítima? • Um homem frio, e sem coração [ pelo menos é o que todos pensam ] • Uma garota solitária, com o coração em pedaços e a alma carregada de tristeza. [Ele é frio como o ar do inverno.] [Ela é solitária...